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²⁹ By Shaena

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Sinto o ar quente bater no meu rosto enquanto Skyfire mergulha pelos céus escaldantes do território dornês.

Nunca sobrevoei sobre Dorne. Meu pai jamais permitiu. Mesmo nas raras vezes em que veio a Dorne em tempos de paz, veio sozinho — sem filhos, sem esposas. Como se temesse que qualquer um de nós fosse tocado pela rebeldia que sempre pairou sobre essas dunas avermelhadas.

Vim até aqui para negociar. A última notícia vinda de nossos informantes foi clara: o exército dornês foi dizimado em uma batalha naval contra piratas das Cidades Livres. Seus navios afundaram, seus soldados se dispersaram, e quando tentaram escapar com os tesouros que restavam... foram interceptados. Um dos navios levava ouro e algo infinitamente mais precioso: o príncipe Rhys, filho de Oberyn, ainda uma criança, que foi levado como refém.

Os Martell estavam encurralados. A Casa nunca se recuperou por completo das feridas da Guerra da Conquista. E agora, por fim, estavam muito vulneráveis. Essa era nossa chance. Dorne finalmente poderia se render.

Pouso com Skyfire no pátio do castelo. Vim como uma mensageira. Apesar dos protestos de meu pai, eu vim.

Tinha que vir.

Os guardas no pátio se agitam, as lanças se ergueram de imediato. Mas vejo o medo em seus olhos.

— Tomem cuidado para não assustar Skyfire, senhores — digo, com um sorriso calmo, enquanto me aproximo. — Ela é bem protetora comigo.

Skyfire estica o pescoço e solta um rugido grave, como um trovão abafado. Os guardas recuam um passo. Alguns pressionam os punhos sobre os cabos de suas armas. Mas então, uma voz surge, e os soldados recuam, disciplinados.

— Princesa — Oberyn Martell aparece.

— Príncipe — digo, inclinando a cabeça levemente.

— Um Targaryen sobrevoando Dorne... — ele para por um segundo, observando minha postura e Skyfire. — Há anos isso não acontece.

— Talvez porque há anos ninguém em Dorne estivesse pronto para escutar.

Ele sorri de lado, mas o olhar está frio. Leio o cansaço nos traços. A barba por fazer, os ombros mais tensos. O orgulho dornês ainda está lá, mas a dor também.

— Soube que perdeu uma frota — digo, mais firme. — E que seu filho foi levado.

Por um instante, o olhar dele vacila. Mas então ele prende os olhos nos meus como se eu fosse uma armadilha.

— O que veio fazer aqui, princesa?

— Vim negociar sua rendição.

Ele ri. Um riso curto, seco. Como um insulto.

— Uma rendição? — ecoa, como se testasse o peso da palavra na própria boca. — Vossa alteza tem coragem. Ou arrogância demais.

— Nenhuma das duas — respondo. — Apenas convicção. Venho oferecer aliança. Vamos lutar ao seu lado. Derrotaremos as Cidades Livres. E trarei seu filho de volta.

— Uma promessa nobre — diz ele, entrecerrando os olhos. — Mas por que o faríamos? Por que deveríamos acreditar?

Dou um passo à frente.

— Porque se não aceitarem, outra guerra começará. E desta vez, não nos deteremos. Minha família não vai desistir de Dorne. Nem nesta geração, nem na próxima. Isso você já sabe.

𝐀 𝐅𝐢𝐥𝐡𝐚 𝐝𝐨 𝐂𝐨𝐧𝐪𝐮𝐢𝐬𝐭𝐚𝐝𝐨𝐫💫𝐇𝐞𝐫𝐝𝐞𝐢𝐫𝐚 𝐝𝐨 𝐃𝐫𝐚𝐠𝐚̃𝐨Onde histórias criam vida. Descubra agora