Nem tudo que reluz é ouro

9.1K 764 174
                                    

Calma... está acontecendo alguma coisa... Tudo estava se encaixando como um quebra cabeça na minha mente.

- Você está bem? - Perguntou aquela voz infantil e familiar.

- Estou... - As palavras me faltavam naquele momento. - Estou bem Júnior. - Eu consegui pronunciar aquele nome.

- Estar acontecendo alguma coisa stilete? - Ele insistia naquele apelido e aquilo me trazia lembranças ainda mais claras.

- Ainda estou de pé, mesmo com o mundo desmoronando ao meu redor.

- Quê? - Perguntou ele.

- É...Aonde estar sua mãe? - Perguntei tentando ao máximo me manter calmo. Era muita informação, eram muitas duvidas.

- Ela estar jantando com o papai. - Ele disse normalmente.

- Papai? Com o seu pai?

- É. - Ele não sabia o quanto estava sendo claro naquele momento.

- Você estar afim de uma brincadeira? - Poderia não ser certo a se fazer mais eu precisava tirar aquela duvida.

- Brincadeira? Sim, só não pode ser futebol, eu não posso jogar futebol dentro de casa. - Ele disse rapidamente.

- Não é futebol. É uma brincadeira fácil. Você sabe escrever?

- Eu sou um menino inteligente! Sei ler e escreve faz tempo. - Ele disse com toda a sua inocência.

- Então... Júnior, vai escondido dos seus pais e pega um papel e anota o numero que estar na tela desse celular.

- Pra quê? - Ele perguntou.

- Para você dar a sua mãe e pedir para ela me ligar amanhã, quando o seu pai não estiver ai.

- Por que tenho que esconder do papai? - Ele questionou.

- Nossa brincadeira é de detetive. O seu pai é um espião do mal nesse jogo. Eu, você e sua mãe somos de um time e ele do outro. Entendeu?

- Entendi. - Ele respondeu de forma animada, diferente de mim. - Posso ter um nome secreto?

- Qualquer nome que quiser, agora, faça o que lhe falei. - Estava impaciente coma quela situação.

- Estou fazendo isso.

- Muito bem pequeno. - Eu estava sentando no sofá de casa a meia luz, ainda com aquela pequena confusão desde a vinda da ambulância aqui em casa, eu olhava aquelas paredes e pensava se tudo aquilo que eu estava pensando era de verdade.

- Você estar ai? - Ele me perguntou, retirando de meus pensamentos dolorosos .

- Estou.

- O que faço com o papel agora?

- Você guarda, quando o seu pai for trabalhar você da a sua mãe. Tudo bem?

- Ok, Agente águia. - Eu sorri ao escutar aquilo. - Stiles?

- Oi? - Respondi.

- Posso te fazer uma pergunta?

- É claro.

- Por que no celular do papai estar escrito filho nessa chamada?

Aquela pergunta respondia as minhas, e me deixava de uma tristeza tão grande.

- Você confia em mim? - Perguntei.

- Minha mãe sempre disse para não confiar em estranhos!

- Sou um estranho pra você?

Aquele Garoto (REVISÃO 08/17)Onde histórias criam vida. Descubra agora