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Não era suposto, mas bem, aqui vai mais um capítulo. Eu simplesmente não sei se vou conseguir esperar tanto tempo para publicar, mas não quero apressar as coisas por agora.

Espero que gostem ;)

- Violett

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Fico cerca de meia hora a terminar o artigo. Quando finalmente acabo, sinto-me ainda mais exausta do que nunca. Não me sinto capaz de ir a pé para casa, vou dar uso ao passe do metro e ser uma verdadeira nova iorquina. Levanto-me e avanço até à grande janela que tem uma vista sobre Nova Iorque. A maioria dos edifícios são ainda mais altos do que este e são feitos de vidro espelhado, o que é ótimo, pois proporciona luz e paisagem, o que produz felicidade aos trabalhadores. A chuva cai, agora, forte lá fora e arrependo-me de não ter trazido um guarda-chuva comigo. Vou buscar um chá, um dos vinte queques que ninguém comeu e sento-me no chão junto à janela a olhar a cidade onde os sonhos se realizam. Pelo menos era isso que me diziam, até descobrir que para isso é preciso trabalhar imenso e passar por experiências nada agradáveis, mas que te fazem uma pessoa mais experiente na vida. Por momentos a imagem daquele homem belo parece aparecer no vidro, viro-me para trás e imediatamente percebo que ele não está lá e que estou tão cansada que já alucino com o impossível. Termino de comer e preparo tudo para abandonar o edifício. Levo os sacos dos queques comigo, eu mereço-os por ter conseguido sobreviver a mais um dia. Devoro outro enquanto saio agora com as minhas sapatilhas confortáveis calçadas e um casaco bastante quente vestido. Despeço-me dos seguranças e porteiros e corro até à linha do metro. A viagem para casa é mais apertada do que o normal, o que é aceitável, visto que é sexta-feira e todos querem ir para casa descontrair da vida agitada de Nova Iorque.

Saio do metro e já não está a chover, por isso vou a pé invés de apanhar um autocarro e gastar dinheiro. Ao fim de quase uma hora, e já de noite, chego a casa. Assim que estou no nosso piso, logo o cheiro a queimado me invade as narinas e um pouco de raiva também. Abro a porta e parece tudo arrumado, à exceção do cheiro incomodativo que permanece. Vou até à cozinha mentalizando-me da desgraça que vou encontrar e respirando fundo repetitivamente. Tudo está negro e realmente queimado, a cozinha é pequena, o que facilita ainda mais a queima. As únicas coisas intactas são o lava-loiça, o balcão e as cadeiras. Há um prato de massa com um molho apetitoso em cima. Agarro o papel ao lado.

"Desculpa pelo incidente Violett. Eu vou pagar tudo, não te preocupes. Entretanto podem jantar no meu restaurante sem custos. Fiz-te o jantar. É uma salada de massa e é suposto comer fria. Espero que gostes. Dean x"

Suspiro, mas logo me sento e começo a comer. Está realmente deliciosa, ele é um ótimo cozinheiro, a Emma tem sorte por ter um namorado como o Dean, dedicado, amoroso e terrivelmente apaixonado por uma mulher que é capaz de pôr os cabelos em pé, até de um careca. O molho tem um sabor peculiar que parece encantar a minha língua de forma melodiosa. Quando acabo a deliciosa massa lavo o prato e os talheres, que não são nossos certamente pois têm as iniciais de Dean escritas na borda branca, o que me leva a concluir que são do restaurante.

No caminho para o quarto vejo a minha fotografia com a minha família no chão e a moldura partida, a única que tenho. De certeza que foram os bombeiros, a Emma é demasiado cuidadosa com ela para a partir sem querer. Resmungo para ninguém em concreto e agarro-a, tiro a foto de dentro e jogo os vidros no lixo, zangada demais para ser gentil. Era a minha única fotografia de família. Finalmente consigo chegar ao meu tão adorado quarto, tiro toda a roupa ficando apenas em roupa interior e estendo-me em cima da cama totalmente esgotada deste dia que parece nunca mais terminar.

08:00 PM

- Violett! – Apenas percebo que adormeci quando oiço o meu nome ser chamado através de altos gritos, com um toque espanhol. Solto um gemido abafado pela almofada que cai em cima da minha cabeça quando me impulsiono para trás novamente. – Eu sei que estás aí, chica! – Jace insiste desta vez mais baixo. Vejo-me obrigada a levantar sonolenta e tonta por estar há demasiado tempo deitada, as enxaquecas sempre foram o meu forte, já me trouxeram sérios problemas em locais públicos. Os passos que dou até à porta são pesados e cheios de fúria por ter sido acordada quando mencionei que precisava de descansar. Levo a mão à maçaneta e acho estranho que não se tenha quebrado com a força que exerço na mesma.

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