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- Não acho que seja boa ideia. – Clareia a garganta depois de falar baixo. – E além disso ainda tenho que tratar de uns assuntos do escritório.

Quando a porta se fecha e fico no quarto escuro apenas iluminado pela grande janela de vidro que mostra a linda cidade, sinto-me estúpida. Que raio de pergunta foi aquela Violett? Porque haveria ele de dormir contigo? Ele apenas te ajudou, não cries castelos no ar. Perdida em pensamentos e olhos verdes, acabo por esquecer completamente as dores que vou sentir amanhã de manhã quando acordar novamente para o mundo cruel.

11:32 AM

Sinto-me muito quente e destapo-me para ficar mais fresca. Ao virar-me para o lado na cama, caio no chão e guincho com o susto. Deixo-me ficar uns segundos no chão a gemer de dor, as minhas costas estão muito doridas, assim como as ancas. Tomo coragem e levanto-me o mais ereta possível, para não magoar mais ainda as costas. Olhando a meu redor vejo tudo igual à noite passada, à exceção da minha roupa que já não está em lado nenhum. Procuro debaixo da cama e por todo o quarto mas nada. Vou até à casa de banho do quarto e entro vendo o quão grande é. 'Uau, é maior do que o meu quarto', penso entrando. Tem uma grande banheira e toda a mobília é preta e branca, tal como o quarto. Uma decoração elegante e sofisticada, mas nada acolhedora. Sem encontrar a roupa na casa de banho, volto a sair e reparo numa outra porta. Abro-a dando visão para um grande vestiário cheio das roupas de Harry. O cheiro a ele é tão intenso que me vejo a sorrir idiotamente.

Mas se aqui estão as suas roupas, isso significa que este é o seu quarto. E se eu dormi aqui, no quarto dele, onde dormiu Harry? Presumo que tenha mais quartos na cara e luxuosa penthouse. Continua sem fazer sentido para mim, porque me trouxe ele para o seu quarto e não para um dos outros? Deixo as perguntas no fundo da minha cabeça e decido sair do quarto em busca do dono dos cabelos carismáticos.

Os meus pés descalços são silenciosos no chão polido. Caminho por um longo corredor cheio de portas e quadros de pintores caros. Quando estou próxima do fundo do mesmo, que está ligado à sala, oiço vozes.

- Então encontraste uma nova diversão? – Lembro-me desta voz. Esforço-me para pensar e percebo que é o homem que esteve no gabinete de Harry quando lá estive. Louis era o nome dele.

- A Violett não é uma diversão. – Estão a falar de mim. Oiço sons de copos e garrafas. Esta gente rica está sempre a beber.

- E isso significa?

- Significa que de alguma forma eu estou atraído por ela.

- Harry, gostas dela? – Surpresa é clara na voz do rapaz.

- Claro que não! – Mostra-se chateado com a pergunta e de alguma forma, fico um pouco triste. Mesmo sabendo que é a verdade. – Apenas aprecio a sua companhia.

- Harry. – Adverte. – Isso é um caminho perigoso. Sabes o que isso implica.

- Ontem depois de termos ido jantar apareceram uns tipos para lhe fazerem mal. Tenho a certeza que foi o James que os mandou, aquele filho da mãe acha que eu sou fraco porque tenho uma miúda comigo agora.

- Não a magoes.

- Eu vou protege-la, não lhe vai acontecer nada e além disso uns arranhões não fazem mal a ninguém.

- Devias deixá-la longe de ti e dos teus problemas. Ela é uma miúda decente que está a começar a sua vida, não precisa de ti, um homem rico, mal-humorado, vingativo, com um passado mal resolvido e guerras pessoais a complicar-lhe a vida. Põe a mão na consciência, Harry, só te aviso.

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