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- I just wanna look good for ya, good for ya... – Trauteio.

- Só quer parecer bem para mim? – Grito assustada quando entro no quarto e vejo Harry sentando na minha cama, impecavelmente arranjado, como sempre mas com um ar descontraído, o que é definitivamente anormal. Uma camisola branca, umas calças pretas, umas botas e um casaco de cabedal tornam-no ainda mais atraente do que o seu fato preto habitual.

Quando percebo que estou apenas de toalha, agarro-a com demasiada força, sinto as gotas de água escorrerem-me pelas costas e pernas, o que me faz arrepiar, pois está demasiado frio aqui.

- O-O que está a fazer? – Gaguejo nervosa.

- A esperar. Caso não se lembre, marcámos um jantar para esta noite. Cheguei aqui à hora combinada, mas como era de prever, não estava pronta. A sua amiga encontrou-me à vossa porta quando ia a sair e deixou-me entrar. Ela avisou-a, mas já percebi que não ouviu.

- Não, não ouvi. – Amaldiçoo-a por não ter perdido uns segundos a avisar-me diretamente que ele estava aqui. – De qualquer das formas, vai ter que esperar na sala, tenho que me vestir. – Digo nem um pouco entusiasmada com a ideia de ir jantar com ele.

- Porquê? – Harry levanta-se, aproxima-me e eu afasto-me, o que faz com que me encoste à parede do quarto para me manter o mais afastada possível do seu corpo. – Está nervosa?

- N-Não. – Gaguejo. – Não. – Clareio a garganta. - Porque haveria de estar? – Rio definitivamente nervosa e agarro a toalha com toda a minha força prendendo-a contra o meu corpo quente.

- Porque haveria de não estar? – Sussurra-me ao ouvido e encosto toda a minha coluna à parede para evitar que me toque de todo. A minha respiração irregular sai apenas pela boca, vejo Harry levar a língua aos lábios molhando-os provocativamente. – Eu podia beijá-la até os seus lábios sangrarem.

A sua mão agarra a minha cintura e prende-me, colando-se a mim, fazendo com que fique entre ele e a parede o que me deixa com um nível de nervosismo que nem sei ser possível.

- Podia tirar-lhe a toalha agora mesmo. Podia beijar cada parte do seu corpo e fazê-la sentir tão bem. – Por ter as mãos a prender a toalha, não o posso afastar. Ele enfia a cabeça no meu pescoço e deixa um beijo lá arrepiando-me por completo. – Podia dobrá-la naquela cama e fodê-la até não ser capaz de andar novamente.

- O quê? – Murmuro entre dentes enquanto forço um sorriso definitivamente assustado.

A minha garganta fica seca e nem sinal da minha voz. Agacho-me um pouco e saio do seu aperto por debaixo do seu braço que está apoiado na parede.

- Onde vamos jantar? – Tento não parecer agitada. Olho-o e este tem um sorriso quase invisível nos lábios. Ele adora estes jogos psicológicos.

- Vista um vestido. – Diz e abre a porta do quarto, mas nem sem antes passar a língua pelos lábios o que me deixa louca. Quando finalmente sai, deixo-me cair na cama com a respiração irregular. Meu Deus, que raio de homem é ele? Só pode ser sádico!

Visto um vestido preto de mangas cavas, a saia é rodada e o peito é justo, a gola é de renda, favorece-me as pernas e a cintura, por isso adoro-o. Calço uns saltos altos pretos batom vermelho vinho e finalizo com o cabelo levemente mal enrolado nas pontas. Com a maquilhagem e o cabelo desajeitadamente prontos, saio do quarto encontrando Harry sentado no sofá no seu telemóvel. O seu olhar percorre todo o meu corpo e sinto-me a corar, por isso franzo os lábios numa careta e olho para o teto tentando parecer desinteressada.

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