Acordei ainda sonolenta. Estava no sofá coberta e com um travesseiro embaixo da cabeça, não lembrava de ter me coberto e me aconchegado dessa forma. Levantei, a mesa estava cheia de torrada, suco,frutas e um bilhete.
Carol, ousei trocar seu curativo enquanto dormia, pois estava ensanguentado. Me desculpe antecipadamente caso possa ter sentido uma invasão do seu espaço.
Espero que aproveite o café da manhã, não quis te acordar, parecia cansada. Tenha um bom dia. Espero que esteja melhor.
Jack.
P.s: se continuar a sangrar, vá ao hospital, me deixe saber se está tudo bem, abaixo está meu número. Não esqueça ,Irmão chato.Abaixo tinha seu número.Olhei para meu braço com uma faixa nova e sem mancha de sangue. Acho que devia agradece-lo. Ele só estava se preocupando por que minha irmã o está importunando. Suspirei, cansada. Era melhor aproveitar a refeição. Sentei e me deliciei, com suco de laranja, o que me fez lembrar que ainda tinha que ir ao trabalho. Procurei pelo meu celular, que estava no quarto e me espantei ao ver que já eram dez da manhã, corri para me trocar, não havia tempo para banho. Não me julguem, não estou com Inhaca, e além do mais não quero molhar o curativo que Jack fez, e não sou tão boa fazendo um curativo em meu próprio braço.
Saí comendo torrada enquanto segurava outras na mão. Infelizmente teria que andar até encontra um ônibus ou táxi. Quando finalmente encontrei um ônibus, já estava empoeirada e suada, agora estava com Inhaca, e realmente precisava de um banho. Mas as pessoas seriam obrigadas a sentir meu fedor, não tinha culpa nenhuma, se minha casa ficava um pouco longe da civilização. Quando cheguei ao trabalho, entrei pela porta de trás para os clientes não visse meu estado, ou melhor dizendo sentisse meu odor. Quando abri a porta, Kátia cortava um pedaço de bolo e colocava em pequenos pratos.
__ Bom dia Kátia. - ela se assustou com meu comprimento.
__ Meu Deus! - exclamou com a mão no peito, do susto. __ Carol? O que está fazendo aqui?
__ vim trabalhar ué?
__ não devia está descansando? Por ontem?
__ não. Estou completamente bem. Não se preocupe. - pendurei minha bolsa.
__ e o seu braço? - Fiz careta.
__ qual parte do não se preocupe vvocê não entendeu? Está bem ok? Vamos ao trabalho. - ela balançou a cabeça por minha condição. Ela não conseguia esconder o horror de ontem, e eu fingia nunca ter acontecido. É melhor assim.
__ seu novo uuniforme. - me jogou o vestido rosa. __ o comprimento está maior, não quero confusão por um bom tempo.
__ obrigada. - ela assentiu.
__ não é nada. Também modifiquei o de Eli, estavam muito curtos. Avisei ao Bob mas ele não quis ouvir. E vemos no que deu. Homens.- suspirou.
No banheiro, me troquei e tentei tirar o suor de mim. Assim que saí Eli também saiu da cozinha, com uma bandeja cheia de pedidos.
__ a Eli não está dando conta está?
__ está, não precisava vim. Devia descansar, ou ir a polícia prestar queixa de Brett. - rir.
__ por que iria prestar queixa, se sou eu que estou aqui e ele no hospital? Não há sentido nisso. - me virei pronta para o trabalho.
__ Carol.
__ sim? - esperei por mais insistência.
__ aquele seu amigo, que veio com você ontem. Esteve aqui, te procurando.
__ o que ele queria? - o fato de Daniel me procurar já não era surpresa.
__ não sei, não disse. Só disse que precisava falar com você.
__ ok tudo bem. - dei de ombros.
__ espere, não é tudo. Ele ainda está aí. Ele tinha toda certeza que você viria, e ele estava certo. - Respirei fundo.
Agora estava surpresa, ele ainda estava lá, eu teria que enfrenta-lo, cedo ou tarde ou fazer meu trabalho e continua o ignorando. Qual decidir? Ignorar sempre é a mais fácil, mas vamos ver como isso sairá. Quando passei a porta, Bob não estava surpreso em me ver, mas não parecia feliz.
__ Bom dia Bob. - beijei suas bochechas rosadas.
__ deveria está em casa descansando.
__ a noite foi suficiente, iria descansar mais por que? Não entendo por que tanta proteção. - passei do balcão com meu bloco em mãos, não havia sinal de Daniel em canto nenhum.
Suspirei aliviada e caminhei tranquilamente pelo corredor. Anotei um pedido enquanto Eli enchia a xícara de um senhor de costa para mim. Eli sorriu ao me ver, o quando o "senhor" que ela atendia se virou seguindo seu olhar, me fez congelar. Daniel! Acho que comemorei rápido demais. Dei as costas e voltei pra cozinha com o pedido do cliente. Fui ao banheiro, e soltei o ar. O que há comigo? É só Daniel, nada demais. Ele está aqui para me provocar, é isso.
Saí do banheiro e o pedido estava pronto. Sai em direção ao corredor repetindo para mim mesma que sobreviveria. Qual era o meu problema? Era só Daniel. Era ele a pessoa que tinha quebrado meu coração e me fez entrar em um estado que fugia a muito tempo, minha loucura. Andei em direção ao cliente, que para meu azar estava uma mesa antes da de Daniel. O servi o qual me agradeceu, com um sorriso simpático e quando ia me retirar, ele segura meu braço. Olho para meu braço, onde a mão de Daniel está fechada em meu pulso.
__ precisamos conversa.
__ me solte. - falo entre os dentes. Ele me solta e levanta a xícara.
__ preciso de mais café.
__ é pra já senhor. - sorrio. Me viro sem entusiasmo e quase corro em direção a cozinha. Devo está surtando. Por que me sinto tão nervosa? Respira Carol. Servi seu café. __ mas alguma coisa senhor?
__ sim, que tal você me dá uma chance pra conversarmos. - revirei os olhos.
__ me poupe Daniel, estou no trabalho.
__ posso te esperar sair.
__ desculpe já tenho planos, não vai dá. - ele franziu a sobrancelha.
__ com quem? - minha vontade era rir, ela já estava tirando conclusões precipitadas. Não iria lhe dizer que era com Paulo, para discutir sobre o processo muito desagradável. Não merecia saber, deixaria na dúvida.
__ desculpe senhor, mas minha vida pessoal não lhe diz respeito. E o a conselho a fazer o mesmo, cuidar da sua vida. Seguir em frente. - Ele se recostou na cadeira.
__ é o que você quer?
__ é o que espero. Se não precisa mais de mim, com sua licença. - me retirei para servir os outros clientes deixando um Daniel muito contrariado.
Segui o ritmo do trabalho, o ignorando, mas ele permanecia lá me observando. Hora do almoço, fiquei na cozinha conversando com Kátia, quando voltei para o trabalho Daniel não estava, o que deveria me sentir aliviada, se minutos depois ele não tivesse entrado acompanhado de Paulo. Meu coração parou por um segundo, e o meu pesadelo me veio a mente, o fazendo acelerar. Parei no ar, e acabei derramando café no senhor que servia.
__ desculpe senhor, o café será por nossa conta. Tudo bem?
__ que seja. - resmungou o cliente.
Limpei a mesa suja de café, e o entreguei um lenço para sua roupa suja de café. Fui até Bob e informei o café por conta da casa. Parei Eli que vinha com uma bandeja cheia de bolos.
__ pode fazer um favor pra mim? - ela fez careta.
__ o que houve?
__ pode atender a mesa seis pra mim?
__ desculpe, estou um pouco enrolada. - disse com uma expressão de desculpa.
__ tudo bem. - Ela serviu as mesas, e quando voltou Daniel a parou e falou algo que a fez erguer o olhar para mim. O respondeu com uma expressão impaciente, até que veio a mim.
__ O seu amigo, está te procurando. Melhor você ir, ou ele continuará importunando a mim. ela parecia mal humorada pelo incômodo. Então so assenti e segui até a mesa derrotada.
__ o que os cavalheiros desejam? - falei sem nem um pingo de entusiasmo
__ bom te ver também Carol. - diz Paulo. Estou tão desanimada a respeito de Daniel, que quase esqueci que Paulo estava ali.
__ desculpe Paulo, como VC está? Como foi a viagem?
__ Cansativa, mas tranquila. Como estão as coisas? Você se mudou?
__ sim, mudei.
__ desde quando Daniel está aqui? - Daniel faz careta.
__ estou aqui ainda. Por que não me pergunta diretamente?
__ já perguntei, mas você me recebeu com seu sarcasmo infantil. - em pensar que achei que eles estavam se dando bem.
__ Tenho que voltar a trabalhar. Vão quere alguma coisa?
__ café por favor. - diz Paulo. Anoto seu pedido. __ e você, alguma coisa? - pergunto a Daniel.
__ nada por enquanto. - ele sorrir. Reviro os olhos e volto ao trabalho. Será um longo dia.
Os dois continuam lá só para me irritarem. E sempre que Eli passa por eles os dois levantam a sobrancelha questionadoramente. São dois loucos, eles se encaram com um olhar assassino e depois caem na risada, como vou entender, é estranho e engraçado ao mesmo tempo. Já é noite e dia de Karaokê no café, e Eli parece animada com esse fato. O movimento aumentou com a caída da noite, e ao redor do pequeno palco improvisado ao fundo do café começa a ficar rodeado.
Algumas pessoas corajosas enfrentam o público mesmo cantando muito mal. Alguns até parecem com a voz de um cachorro velho a beira da mmorte, é horrível, mas tenho que admitir é muita coragem. Eli sempre que passa por mim revira os os olhos pra cantoria do ganso engasgado, o que me faz rir.
__ que horas você sai? - pergunta Daniel quando passo por sua mesa. Me viro com minha melhor expressão de indiferença.
__ acho que já deixei claro que não te importa. E como disse já tenho compromisso não é Paulo? - Paulo sorrir entendendo minha intenção.
__ claro! - Daniel estreita os olhos.
__ e sugiro que você faça o mesmo siga sua vida e me deixe em paz.
__ te deixar em paz para dar a oportunidade de você ter seu cadinho com ele? Com meu melhor amigo. Já fez sua escolha, é isso? - o olho com raiva.
__ desde quando você se t tornou tão babaca Daniel. - Paulo rosna.
__ e desde quando você rouba a namorada do seu amigo? - rosna de volta.
__ chega vocês dois. - falo entre os dentes. Me apoio na mesa ficando na altura do rosto dos dois. __ Primeiro Daniel. Eu.Não. Sou.sua. Namorada. E segundo, não há o que, ou a quem escolher seu idiota. Só quero viver minha vida siga em frente, e me deixe em paz. - suas narinas se delatam com raiva.
__ eu sou o único que tem a dizer isso? - fico ereta novamente.
__ Ele ouvio bem. E ele não é um completo sem noção como você. - sorrio. __ vão querer mais alguma coisa?
__ um pedaço de bolo por favor, de chocolate. - diz Paulo.
Anoto, E Daniel fica emburrado no canto, olhando para PPaulo o perfurando com o olhar, enquanto Paulo sorrir. Ao passar por Eli a paro.
__ Por favor sirva a mesa seis, só é um bolo. - ele sorrir.
__ tudo bem, já que precisa. - entrego um pedido e ela entra enquanto sirvo o pedido que estava em suas mãos. Ela servi Paulo e logo passa por mim como um flash.
__ o que aconteceu? - pergunto preocupada, com o fatonde Daniel ter sido arrogante com ela. Mas ela se vira sorrindo para mim.
__ é minha vez. - a olho confusa, enquanto ela me entrega a bandeja vazia. __ segura as pontas por um momento. - ela sai desfilando pelo corredor determinada, até o fim do corredor onde está o palco improvisado. Ela pega o microfone e sorrir.
A Introdução da música começa a tocar, e ela fecha os olhos e então ela abre os olhos parecendo outra mulher. Seu coque agora desfeito contrasta com seus lábios vermelhos, e sua voz linda e melódica preenche o ar. Todos murmúrios param com Eli cantando. Sua voz é linda, diferente da minha voz de ganso engasgado. Ela canta com sentimento.
Heart beats fast Colors and promises How to be brave How can I love when I'm afraid to fall But watching you stand alone All of my doubt suddenly goes away somehow
O coração acelerado Cores e promessas Como ser corajoso Como posso amar quando tenho medo de me apaixonar Mas ao ver você na solidão Toda a minha dúvida de repente se vai de alguma maneira
One step closer
Um passo mais perto ( todos parecem hipnotizados por Eli)
I have died every day waiting for you Darling don't be afraid I have loved you for a thousand years I'll love you for a thousand more
Eu morri todos os dias esperando você Amor, não tenha medo Eu te amei por mil anos Eu te amarei por mais mil
Time stands still Beauty in all she is I will be brave I will not let anything take away What's standing in front of me Every breath Every hour has come to this
O tempo fica parado Há beleza em tudo que ela é Terei coragem Não deixarei nada levar embora O que está na minha frente Cada suspiro Cada momento trouxe a isso
One step closer
Um passo mais perto ( Algumas vezes ela olha para um ponto específico, mas não consigo ver onde.)
I have died every day waiting for you Darling don't be afraid I have loved you for a thousand years I'll love you for a thousand more
Eu morri todos os dias esperando você Amor, não tenha medo Eu te amei por mil anos Eu te amarei por mais mil
One step closer One step closer
Um passo mais perto Um passo mais perto
And all along I believed I would find you Time has brought your heart to me I have loved you for a thousand years I'll love you for a thousand more
O tempo todo eu acreditei que te encontraria O tempo trouxe o seu coração ao meu Eu te amei por mil anos Eu te amarei por mais mil
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Uma Garota nada Perfeita - O Recomeço
RomanceCarol quer achar a felicidade e a paz que tantos anos procura. Nessa nova aventura,Carol terá que enfrentar seus maiores medos,enfrentando seus demônios cara a cara,para achar a respostas dos seus constantes conflitos. Nessa nova aventura poderemos...