Algumas coisas estranhas

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Ele estava lá tentando me consolar enquanto tentava falar em meio aos soluços o que havia acontecido.

- como ele pode...Snif! Como ele pode aparecer e fazer isso comigo? Qual...o problema das pessoas?...qual meu problema?....por que elas me odeiam?...

- ninguém te odeia Carol.- ele tentou argumentar.

- você é bom...demais para fizer que sim. Snif! Tem a Andréia snif! O Brett...o Daniel..

- ele não é apaixonado por você? - eu estava tentando explicar algo, mas era impossível em meio a tantos soluços eu mesma estava um pouco perdida em minha própria explicação.

- ele pensa que está...mas ele só sente culpado...snif! Ele não me ama...mas esse não é o ponto.

- e qual é? - ele estava tentando entender toda loucura. Como se não tivesse uma louca ajoelha aos seus pés chorando em seu colo o que me deixava ainda mais emotiva.

- eu sou uma idiota! - baixei a cabeça escondendo o rosto como uma criança de cinco anos faz quando está envergonhada. - eu sou...uma idiota!

- Ei! Por que? Você não é.

- você falando isso... Snif! Só me torna mais idiota. - eu sabia que ele não estava entendendo nada. Afinal era a primeira vez que tentava falar, explicar algo de o porquê de estar chorando. Mas eu não sou boa em comunicação, pelo menos não chorando. Mas eu queria me explicar de o porquê estar naquele estado emocional. Acho que ele não estava entendendo o porque eu queria me comunicar agora já que o ignorei essa semana ou nunca me dei o trabalho de explicar qualquer coisa da minha vida para ele. Principalmente quando se chega rasgada e ensanguentada em casa. Nunca me importei em explicar qualquer coisa e o fato que queria que ele soubesse era novo para mim também. Mas eu queria que soubesse o que aconteceu comigo. Só queria falar, desabafar e Jack era a apessoa certa para isso, não porque estava apaixonada por ele, mas sim porque sabia que podia confiar nele. Ele me levantou me tirando de onde estava de joelhos.

- porque não fazemos assim, você toma um banho que a faca relaxar e depois conversamos com mais calma? - fiz careta.

- estou fedendo tanto assim? - ele sorriu enxugando minha lágrimas com o dedão.

- Não, mas a fará se acalmar. - suspirei tentando cessar o choro.

- certo. - Assim que comecei o banho entendi o ponto de vista de Jack ao me pedir para tomar banho. Meu nervosismo havia sumido e finalmente meu corpo deu um pequeno relaxamento, me fez pensar nos últimos dias como tinham sido difícil, mas apesar de tudo tinha conseguido passar por eles, mesmo que com muito esforço. E põe esforço nisso. Quando sai do banho minha mente estava mais clara e acabei me sentindo um pouco mal por fazer Jack ter que lidar comigo naquele estado deplorável. Estar comigo era uma verdadeira prova de paciência. Quando sai do banho enrolada em um roupão e encontrei Jack no sofá, momentaneamente me senti envergonhada. Afinal de contas o que eu diria agora? Minha cabeça estava mais clara e em consequência a coragem havia sumido. Ele me encarou sem dizer nada, provavelmente esperando que eu falasse.

- desculpe por tudo. - ele não piscou.

- por qual motivo exatamente?

- Hum...Lhe incomodar, ser uma completa idiota chorona, ser sem sentido...o que mais...?

- você nunca foi sem sentido para mim. Complicada sim. Menos sem sentido. - o que expressar depois de tais palavras?

- Ham...eu acho que devo me trocar...- disse apontando para o quarto mudando obviamente de assunto.

- como quiser. - sai da sala um pouco apressada e quando fechei a porta atrás de mim pude respirar novamente. O que estava acontecendo comigo? Sempre seria assim, sem fôlego quando ele dissesse algo que me tocasse profundamente? Eu estava sendo torturada todo dia por esse sentimento por Jack. Eu já tinha provado inúmeras coisas proibidas, mas Jack era diferente. Ele era a pessoa certa e por esse motivo era o mais proibido. Eu estava um caos e ele já tinha presenciado todos meus estados e ainda não tinha fugido de mim. Havia duas hipóteses. Jack era tão louco como eu, então faríamos o par perfeito, ou ele era bom de mais e jamais poderia cruzar a fronteira da amizade. Minha vida é uma bagunça total. O que estou fazendo da minha vida? Não queria está em minha própria pele, é tão desconfortável quanto por sua mão no fogo. A batida na porta me fez pular de susto.

Uma Garota nada Perfeita -  O RecomeçoOnde histórias criam vida. Descubra agora