Aprendizado

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Daniel tinha ido embora e por mais que tenha ficado aliviada de início agora sentia um peso no peito. Eu sabia que logo passaria que afinal dói para seguirmos em frente. Que dói para crescer. Sentia como se faltasse algo e esse algo era ele que havia partido. Mas também sabia que não era possível mantermos um relacionamento é muito menos na vida um do outro. Tínhamos terminado da pior maneira possível. Tínhamos tentando até ficarmos exausto é só lembrar nossa história. A nossa história não seria apagada, ele sempre faria parte da minha história, mas ele tinha sido mais um capítulo, uma capítulo importante tinha que admitir, mas era mais um capítulo que tinha passado e outros viriam a seguir. 

Enquanto trabalhava com o vazio no peito também lutava contra a ansiedade e o medo do que estaria por vir quando eu chegasse em casa. Não sabia qual seria a reação de Jack, nem se quer sabia se ele sabia que Daniel havia ido embora. Ele era muito importante para mim no momento. Eu não o queria perder, mas se ele escolhesse não permanecer eu não o impediria. Sabia bem que eu não era uma boa pessoa para lidar, não era fácil me ter como amiga ou até conhecida. Eu também sabia que sim! Eu era louca e acaba intregando todo tipo de pessoas a minha vida. Eu não queria que ele precisasse lidar com isso. Com toda essa loucura. Entendia perfeitamente, até porque ser quebrada é exatamente isso. Nada se encaixa por você está incompleta de si mesma. E eu estava mais que nunca, perdida. Perdida em mim mesma, em minha loucura. Mas admitir isso a mim mesma me fazia sentir que era um passo para a direção certa.

- Hora do almoço! - chamou Bob atrás do balcão. Assenti enquanto limpava as mesas.

Hoje o movimento estava parado e o local estava vazio. Hoje era um dia em as garçonetes podiam almoçar no mesmo horário. Eu queria ser amiga de Eli, mas não sabia exatamente o que fazer para aprofundar nossa relação. Sabia bem que esse tipo de coisa não acontece apenas porque queremos. Mas apenas tive uma ideia idiota.

- Você está livre depois do trabalho? - Eli assentiu enquanto mastigava.

- Por que?

- Talvez podíamos passear no shopping. Se é que você gosta. - ela sorriu.

- Fui poucas vezes ao shopping. O que tem de bom?

- Comida? - tinha que admitir que não fazia a mínima ideia também. Eu não ia muito ao shopping. Quando fazia isso era com Pedro ou com Leticia. - A gente pode descobrir.

- Parece bom.

Tinha que descobri uma forma de fazer algo que quisesse e me aproximar de Eli. Não era única que precisava de amiga. Ela estava  abatida e com grande orelha.
O movimento do Bob continuou fraco enquanto chovia durante todo o dia. Não era bom sair de casa em tempo de chuva. Bob resolveu fechar mais cedo.  Bob tinha resquícios cada vez mais da velhice lhe afetando, mesmo que ele aparentasse mais novo do que realmente era. Ele era osso duro de roer, mas estava sofrendo com problemas no coração e o médico aconselhou a descansar, o que ele não seguia muito bem a risca.

- Parece que o dia está ideal para ir ao shopping. - disse Eli olhando para as nuvens enquanto esperavamos nosso táxi.

- É! Acho que sim. - não demorou muito para o táxi chegar e nos deixar no shopping. Não era muito distante do Bob.

Ficamos totalmente perdidas para onde iríamos primeiro. Eram lojas e mais lojas e nunca chegava a parte da comida. Não era tão legal como tinha pensado. Mesmo com as placas de indicação ainda achava que deveriam destribuir folhetos para pessoas como eu que não fazia a menor ideia como funcionava. Enfim chegamos ao pátio de refeição bem a tempo que o estômago de Eli roncou em alto e bom som.

- Acho que entendemos o recado. - Eli sorriu um pouco envergonhada. - Precisamos ir ao banco. Não tenho dinheiro comigo. - para minha sorte eu sempre andava com o cartão apesar de nunca usá-lo. Até porque nunca quis gastar o dinheiro que gastei a custa de traumas e mimos do meu pai.

Uma Garota nada Perfeita -  O RecomeçoOnde histórias criam vida. Descubra agora