Capítulo 9

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Oii gente, hoje vamos ter um vídeo no capítulo mas queremos pedir que vocês imaginem que é a Lia gravando a Alice cantando tudo bem? (Risos). Beijos duplos.
By: Fernanda e Ayssa.
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Quase não dava para enxergar o restaurante, em função da quantidade de caminhões estacionados em frente.

- Aqui só têm caminhões, não sabemos dirigir caminhões - falou Matheus.

- Fale por você - retrucou Alice, revirando os olhos - No entanto, roubar um caminhão vai chamar muita atenção.

- Vamos logo almoçar e depois resolvemos - falei e segui para dentro do restaurante.

Sentei em uma mesa próxima à janela, com a vista perfeita para o incrivel mato. Sinto tanta falta dos meus pais, aposto que a essa altura já devem estar no Rio, morrendo de preocupação comigo.

- Você está chorando? - perguntou Iago sentando ao meu lado, e limpando as lágrimas que insistiam em cair.

Odeio chorar, entretanto, quando o assunto é meus pais, não consigo conter, sinto muita falta deles.

- Não - respondi secamente.

Meu sentimento de saudade foi substituído por raiva ao lembrar do comentário que meu namorado havia feito. Na verdade, não é a primeira vez que ele faz comentários sobre a liberdade que um homem deixa para trás quando se relaciona seriamente com uma mulher. Então vem a pergunta, por que ele me pediu em namoro? Odeio a visão que ele têm em relação a compromisso, minha intenção não é amarra-lo à mim.

- Desculpe. Eu não deveria ter falado aquilo, não chore.

- Não estava chorando - menti - E quanto ao que aconteceu, a questão não é o que você falou, sim o que você pensa sobre relacionamento. Por que você me pediu em namoro? Já que pela sua concepção, eu acabarei com a sua preciosa liberdade.

- Não acabou com a minha liberdade, quer dizer... eu sei que não poderei fazer coisas que fazia antes, como ir à festas e me divertir com garotas. Para ser sincero, desde que eu comecei a sentir algo a mais por você, mudei minha concepção de diversão. Diversão para mim é te ver brava por não conseguir entender química orgânica, é brigar com sua tia por causa da quantidade de gatos que ela põe no seu apartamento, é ver você com vergonha quando estamos extremamente próximos . Eu te amo Lia, você esteve comigo em momentos que eu sentia vontade de sair correndo de mim mesmo. Desculpa pelo que falei, eu só tenho uma namorada há vinte e quatro horas, ainda não sei lidar, mas eu tenho uma melhor amiga há muitos anos e eu sei que ela não está bem.

- Eu... - fiquei sem palavras.

Nem parece aquele garoto que chegava das festas e me ligava para contar com quantas garotas ficou.

- Você? - perguntou levantando uma sobrancelha.

- Eu não quero brigar, você sabe muito bem da sua importância na minha vida. Só gostaria que você demonstrasse que me ama, porque amor não são palavras, são atitudes.

Ele concordou com a cabeça  e sorriu, sei que ele esperava que eu me declarasse à ele. Já tentei, não consigo, sou péssima com sentimento. Apenas puxei Iago para mais perto, beijando-o com urgência. Sinto tanta vontade de me entregar à ele, mas tenho receio do que acontecerá depois, como ele mesmo disse só namoramos há vinte e quatro horas.

- Rum rum, já podem parar de se engolir em público - falou Matheus sentando à nossa frente, e ao lado dele, Alice.

- Sinto muito se você não têm quem engolir - falei rindo.

- Deixa de ser velho chato! São adolescentes - reclamou Alice.

- Falou a pessoa mais séria e fechada que eu conheço! - retrucou Matt.

A briga boba deles chega a ser engraçada, mas é perceptível que para eles é a coisa mais seria do mundo.

Almoçamos, Alice pagou tudo e saímos do restaurante, andamos bastante. Meus braços estavam doendo de tanto carregar as sacolas com nossos pertences.

- Chega de andar, o próximo carro que passar pediremos carona, quando ele parar tiramos o motorista do carro e entramos. Preparados?

A Dra. fala com tanta convicção que parece profissional em roubo. Passou-se alguns minutos, quando avistamos um carro se aproximando. Fiz sinal, mas ele não parou. Após algumas tentativas, finalmente um rapaz parou, coitado! Matheus abriu a porta, tirou ele, e entramos rapidamente.

- Desculpe por isso, é urgente precisamos... - o Ávila mais velho tentou se explicar, mas foi cortado.

- Cala a boca, você quer dar o endereço e o telefone à polícia também? - cortou Alice.

Seguimos viagem. Paramos quase no anoitecer, próximo a um terminal, onde utilizamos o banheiro para tomar banho. Alice vestiu uma calça e camiseta preta, e colocou uma blusa de manga, feita de tecido fino, por cima. Enquanto eu colocava um vestido branco, três dedos acima do joelho, e casaco, ela passava maquiagem.

- Você quer? - ela pergunta.

- Sim, obrigada - respondi sorrindo, e Ali retribuiu.

- Você e Iago são muito bonitos juntos, não quero parecer intrometida, mas um bebê agora seria uma coisa muito complicada, ainda mais na idade de vocês.

- Eu sei, não se preocupe, ainda não aconteceu.

- Se você quiser eu tenho anticoncepcional, sei que precisa consultar o médico, mas... - ela suspirou - Estou sendo inconveniente não é?

- Está tudo bem, eu entendo e agradeço sua preocupação. Desde quando meus pais viajaram para trabalhar, eu não tenho alguém mais velho para conversar. Tem a minha tia, mas ela proíbe bastante, conversar que é bom, não conversa.

Falamos sobre algumas coisas, terminamos de nos arrumar e voltamos para o carro, onde encontramos dois homens impacientes.

- Vocês não vão para festa, por que a demora?- questionou Matt.

Ele olhava Alice da cabeça aos pés, está na cara o desejo que um tem pelo outro.

- Você está linda! - sussurrou Iago no meu ouvido e em seguida me abraçou.

- Não tem hotel por perto, mas eu me informei, e daqui há alguns quilômetros tem um bar, podemos jantar e dormir no carro mesmo - disse Ali.

Fizemos o que Alice sugeriu, em minutos chegamos ao suposto bar. Era um lugar movimentado, talvez porque fique próximo a uma cidadezinha.

Reparei a vestimenta do Iago e Matheus, eles estavam vestidos iguais, comecei a rir.

- Não fique rindo da nossa roupa, naquela loja não tinha opções - falou Iago sério, só me fazendo rir mais.

Entramos no bar, havia mesas e um palco não muito grande. Sentamos próximo ao balcão onde serviam as bebidas.

- Licença, o senhor vai querer que tipo de bebida - falou uma morena, com voz de prostituta, provavelmente deve ter soado sedutor ao ouvido de Matheus.

- Depende do que você quer me oferecer - ele respondeu sorrindo.

- E depende da sua cara de puta... digo, de pau - disse Alice, aparentemente irritada.

- Fique quieta, se você não quis, a moça aqui quer - retrucou Matt.

Alice não deu uma palavra, levantou- se da mesa, entretanto, Matheus a puxou pelo braço, beijando- a. Não demorou muito para ela conseguir se disvencilhar dos braços dele, e sair correndo.

- O que você fez? Quero ver se ela desiste de ajudar a gente - falou Iago - Quando você vai entender que ela não é uma mulher qualquer?

Iago falou muitas verdades para o irmão, que só mirava o copo de cerveja em suas mãos.

- Atenção!!! Hoje temos Alice Sanclear!!! Palmas!!! - avisou um homem barrigudo em cima do palco.

Alice subiu, sorriu e começou a cantar, tirei o celular da bolsa e filmei toda a apresentação. Ela cantava "Wrecking Ball" com a alma, e Matheus parecia hipnotizado, seus olhos não saiam de sua tão odiada advogada.

Defesa Quase PerfeitaOnde histórias criam vida. Descubra agora