Alice
A semana passou rápido. Treinavamos de manhã, e à tarde assistíamos algum filme, ou apenas conversávamos sobre nosso vida antes da confusão. Procuro não assusta-los, mas não posso enganar ninguém, não consigui encontrar uma saída, parece que quanto mais eu tento sair da lama, mais afundo, e ainda levo três pessoas comigo.
Ontem enviei um vídeo cantando para Tay, espero que ele descodifique a mensagem e me leve para a luz, preciso de um plano para ontem! Mas querendo ou não, também tive a intenção de acalma-lo, assim espero, pois não deve estar fácil a pressão.
-Oi Ali - disse Lia, sentando-se ao meu lado no sofá - Como está a perna?
- Nem sinto mais faz tempo - sorri para ela.
- Posso te fazer uma pergunta?
- Claro, Lia.
- Ontem eu vi quando você enviou a música para seu amigo. A relação de vocês é algo importantíssimo né?
- Sabe aquela pessoa que você daria a vida sem nem pensar? É esse nosso tipo de relação.
- Entendi. Você o ama, disso não tenho dúvidas.
- É. Tive muita dúvida durante muito tempo. Hoje em dia, apenas sinto.
Conversamos mais sobre ela e sua antiga rotina. Estou para dividir nossa vida em antes da lama e depois da lama.
O tempo passou rápido, já era quase fim de tarde quando tive a idéia de ir à praia, convidei Lia, mas ela disse que precisa treinar alguns golpes com Iago. Definitivamente ela é a mais fraca, entretanto, a que mais está se esforçando, rapidamente alcançará os dois.
Subi as escadas, em direção ao meu quarto. Coloquei um dos biquínis que estavam no guarda roupa. Óbvio que era da minha mãe, não há pessoa que goste mais de praia sol e bebida alcoólica que ela! Não vejo a hora de vê-la, não aguento de saudade!
Desci as escadas, passei pelas portas de vidro dos fundos, mais uma vez desci as escadinhas, e finalmente senti a areia em meus pés, que sensação gostosa, que praia gostosa, que paisagem gostoso... droga! Perseguição!
Durante todo esse tempo nunca vim à praia, logo hoje, quando crio coragem, tenho companhia, má companhia, por sinal. Matheus está dentro do mar, de costas para mim. Tenho que admitir ele é muito bonito e tenta ser sedutor... As vezes é engraçado, entretanto, quase sempre consegue me causar calafrios. Quando me viu, sorriu de canto. Aposto que estou vermelha, mas a sensação de ser desejada é excitante.
*******
Matheus
Alice estava super sexy com aquele biquíni azul caminhando em minha direção, sem desviar o olhar. Meu amigão se contorceu, e eu aposto que existe um grande volume no meu short, tudo por causa da Dra. Sanclear. Ela está tão gostosa, esse jeito irritante dela me faz querer pega-lá com força e fode-lá até perder os sentidos.
O mais impressionante é que adoro quando ela fica com raiva, ou quando demonstra sua inteligência impressionante, sem perceber o quanto parece esnobe, gosto principalmente de como ela não se torna fraca na frente das pessoas. Mas espera... Por que eu to falando essas coisas? Não sabia que reparava tanto em Alice. Não, eu não posso pensar nela! Mas porra! Ela mexe tanto comigo que sou capaz de perder a droga do meu controle quando estou perto dela. Deve ser desejo! Só pode ser desejo! Preciso dela!
- A água está ótima - disse a olhando.
- Sempre tive vontade de vir aqui na praia, mas dessa vez vou ficar só olhando - ela disse rindo e olhando em volta - Temos que estar atentos.
- Qual é Alice? Você sempre esteve nos protegendo, estamos aqui não só pra nos esconder mas também pra descansar, principalmente você! - disse saindo da água.
- Mas temos que... - ela tenta falar mas eu a corto.
- Mas nada! - falei a pegando no colo.
- Ahhh! O que você está fazendo? Me põe no chão! - disse batendo em minhas costas.
- Autoritária como sempre! Continua doutora! Só não esqueça que para sua derrota, você me ensinou a apanhar e a mobilizar.
Enfim a advogada deixou ser levada. Entramos no mar e eu a larguei, sem aviso prévio. Quando emergiu, vi fúria em seus olhos.
- Seu idiota! - Alice disse, empurrando-me.
- Não me empurra! - gritei e joguei água nela. Não consegui conter o riso, em função susto que ela pegou com o grito.
- Eu não acredito que você fez isso! - ela pulou em minhas costas e nós afundamos.
Alice tentou me afogar, porém eu fui mais rápido e consegui voltar à superfície ao mesmo tempo que ela. Rimos feito dois adolescentes, nunca a vi tão relaxada e alegre. Seu sorriso é lindo! Ela é linda!
Fomos nos aproximando até estarmos quase abraçados. Alice me olhava tão profundamente, que eu não conseguia pensar em outra coisa a não ser tê-la em meus braços.
Toquei em seu rosto com minhas mãos, ela pegou com delicadeza nas minhas costas, e finalmente nossos lábios se encontraram. Foi como se o meu corpo não me obedecesse mais, não consegui resistir àquele encontro de desejo e atração, minha última vontade era soltá-la. Seus lábios macios me deixavam alucinado, nesse momento,minha certeza absoluta se chamava Alice.
Ela abriu a boca permitindo minha passagem, apertei com mais força sua cintura, trasmitindo a sensação de possivel fundição. Nosso beijo era lento e calmo, mas com um desejo que não sei explicar, era como se eu dependesse disso. Ela é uma droga, e está me fazendo dependente, para depois me matar ou de abstinência, ou de overdose . Quando o beijo cessou, fomos nos afastando devagar. Ela abriu os olhos lentamente e sorriu.
- Eu... - disse, mas logo foi cortada por alguém.
- Alice? - gritou um cara que estava parado próximo a descida da casa.
Ele usava terno, e segurava o sapato social na mão.
- Lucas? - questionou Alice incrédula.
Porém abriu um grande sorriso, se afastando de mim, e correndo na direção dele. Quem é esse idiota?
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Defesa Quase Perfeita
Romansa"- Sou advogada, não tô sendo paga para manter sua segurança, muito menos para servir de babá- disse, batendo meu pé impacientemente. - Babá? Não sou criança. Quem está agindo com birra é você.... mas se você quiser me dar banho... - retrucou Math...