A reunião foi cansativa, pois além de eu ter que fazer um apanhado geral do que aconteceu no dia do suposto estupro eu ainda tive que aguentar as cantadas idiotas. Ele só parou quando exigi respeito. O Iago é um amor, ficou se desculpando o tempo todo pelo irmão, tão diferente desse médico de quinta.
Depois da reunião Taylor disse que retornaria ao apartamento para descansar da viagem, sendo assim fui até a sala da diretoria, no segundo andar, encontrar minha mãe.
- Como foi a reunião meu amor? - ela questionou, levantando - se da cadeira.
- Cansativa. O doutorzinho é bem idiota! Não sei se vou conseguir trabalhar com ele - declarei revirando os olhos.
- Você saberá lidar com isso. Mas chega de trabalho, que tal eu te levar a um sushi bar que eu amo? - perguntou beijando - me na bochecha.
Comemos, contei à mamãe sobre Taylor e sua namorada (minha mãe é extremamente apaixonada por ele. Tem muito carinho e gratidão por ele nunca ter me abandonado). Recebi muitos conselhos e abraços de saudade.
Cheguei em casa quase uma hora da manhã. Tomei um banho demorado, vesti um baby doll preto, fui ver se Taylor estava dormindo. Ele roncava. Sorri, fechei a porta devagar e segui para meu quarto, não demorou muito para eu adormecer.
Acordei muito assustada com a campainha. Quem seria a essa hora? Abri meu closet, retirei uma maleta escondida no fundo falso de alguma gaveta e dela peguei um revólver ( já sofri inúmeros atentados, mais um não seria surpresa. Se bem que é burrice apertar a campainha). Corri para a porta.
- Desculpa vir a essa hora e sem avisar nada - falou Iago.
O que aconteceu para ele vir até aqui? Sua expressão é de medo, então sem ele perceber deixei a arma de fogo dentro de um vaso próximo a porta. Não quero deixa-lo nervoso.
- Aconteceu alguma coisa? Como você subiu? - questionei dando espaço para ele entrar.
- Na verdade ainda não aconteceu nada, ainda. E eu entrei porque tenho um amigo que mora aqui e pedi para ele deixar a minha subida liberada lá na portaria - ele respondeu passado as mãos na cabeça, parecia que ele tinha matado alguém é escondido o corpo.
- Sente-se - falei o conduzindo até o sofá - Você está muito nervoso. O que houve?
Eu iria perguntar como ele conseguiu meu endereço, mas vou deixar para outro momento.
- Meu irmão, minha amiga e eu estamos correndo risco de vida!!! Mas o idiota do Matheus não acredita. Você precisa falar com ele.
- Risco de vida? Quem está atrás de vocês?
- Bom... Não sei muito bem a história, já que o Matt faz questão de esconder de mim. Vou falar o que eu tenho certeza. A mulher que acusou meu irmão de estupro é uma bandida junto com o pai dela. Eles ganham dinheiro traficando crianças para trabalho análogo a escravidão. Descobri isso porque minha amiga trabalha como cozinheira na mansão deles.
- Você tem certeza disso?
- Alice, o Matheus se envolveu com essa mulher, mas quando ele terminou com ela, começou uma espécie de perseguição. Até que ela marcou uma consulta e no outro dia chegaram lá em casa com um mandato de prisão pro Matheus. Hoje a Lia, minha amiga, fugiu da casa deles, pois ouviu essa mulher falando no celular - ele suspirou e coçou a cabeça.
-Tudo bem Iago, vai ficar tudo bem. Acredito em você, mas conte-me... o que ela falava na ligação? - falei na esperança de acalma-lo.
- Ela disse que vai se vingar dos Ávila. Meu irmão não acredita em mim, disse que não tem provas contra essa maluca.
- Qual o nome dela?
- Adriana Pacheco.
- Vou investigar, enquanto isso colocarei uma equipe de segurança ao redor da sua casa.
- Te agradeço muito.
Ele sorriu de forma carinhosa para mim, logo depois me deu um abraço apertado.
- Vou fazer o possível. Prometo. - disse com firmeza - Você veio de carro?
- Tenho dezesseis anos, não dirijo - respondeu gargalhando.
- Vou te deixar em casa - disse levantando e pegando minha bolsa no quarto.
- Desculpa, mas você vai de baby doll?
- Vou sim, são cinco da manhã e não há ninguém na rua, além do mais, não vou descer do carro.
Descemos até o estacionamento. Peguei o carro que providenciaram pra mim antes mesmo da minha chegada ao Brasil.
Espero que Taylor não sinta minha falta, caso contrário, vai haver um interrogatório, e dele não consigo fugir.
A casa dos Ávila não é tão longe (mais ou menos dez minutos de carro). É um condomínio fechado, muito bonito por sinal. Iago falou com o porteiro e entramos. A casa deles é logo na primeira rua.
- Muito obrigado por tudo - Iago agradeceu descendo do carro.
- Farei tudo que estiver ao meu alcance.
- O que você tava fazendo fora de casa, ainda por cima com a minha advogada?
Perguntou uma voz que logo reconheci, Matheus. Ele estava de short, tênis e sem camisa, provavelmente acabara de voltar de uma caminhada. Meu Deus!!! Que Deus é esse? Ahh lembrei... o idiota do meu cliente.
- Até logo Iago! - falei ignorando o Ávila mais velho e acelerando o carro.
Dirigi até meu apartamento digerindo todas as informações. Por onde posso começar as investigações?
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Defesa Quase Perfeita
Romantizm"- Sou advogada, não tô sendo paga para manter sua segurança, muito menos para servir de babá- disse, batendo meu pé impacientemente. - Babá? Não sou criança. Quem está agindo com birra é você.... mas se você quiser me dar banho... - retrucou Math...