98%

O começo - 1°Dia

P.O.V Seth

Vi que Lia se aproximava de mim, eu estava mais nervoso do que nunca, eu já havia estudado com ela 8 anos atras, agora, ela nem se quer lembrava de mim, virou a garota mais popular da escolar e eu o mais estranho. Estávamos na aula do laboratório, e o professor apontou para que Lia se sentasse comigo, pois eu era o aluno mais inteligente da sala, e com as notas de Lia, faltava muito pouco para ela repetir de ano. Ela se sentou na cadeira ao meu lado, e nem se quer me olhou, senti que ela estava me ignorando e parei de olhar para seus lindos cabelos, e comecei a prestar atenção na aula.

Comecei a sentir dores de cabeça de repente, DROGA! Desde pequeno tenho surtos de dores de cabeça, e bem naquele momento, um deles aconteceu, cai no chão repentinamente, meu corpo não aguentava o próprio peso, comecei a tremer e a gritar por dor, todas as pessoas saíram de perto de mim, assim como Lia, o professor me socorreu mais era tarde de mais, eu já havia desmaiado.

2 horas depois
Fui dispensado da escola pelo resto do dia, peguei minha bicicleta, e fui pedalando de cabeça baixa, pensando no que havia acontecido, a mais de 5 anos essas dores haviam sumido, algo havia acontecido, ou algo estava prestes a acontecer. No caminho onde eu estava, na estrada, já dava para ver minha casa, e eu já deveria começar a pensar em uma justificativa para dar para minha mãe, enquanto minhas idéias invadiram minha mente, fui cortado de volta para realidade quando o asfalto da estrada começou a estremecer, era um terremoto, nunca havia acontecido isso por aqui, fui jogado com força no chão, enquanto era arrebatado para o mato, depois de alguns segundos havia parado, e em seguida veio um forte vento que fez com que minha bicicleta rolasse para longe de mim, sai correndo, e segurei em uma árvore, o nevoeiro veio, e com isso minha visão ficou completamente embaçada, fechei os olhos e deixei o medo tomar conta de mim.

Quando voltei a abri - los tudo havia voltado ao normal, sai correndo rumo a minha casa, pulei a cerca, peguei minha chave rapidamente e a abri, gritei o mais forte possível.

-Mãeeee?? Paiiiii?? Charlotteeeee???? -minha voz ecoou pela casa.

Peguei rapidamente meu celular e disquei para minha mãe, eu ouvi o toque vindo da cozinha, fui correndo até lá, e não a vi, apenas vi suas roupas, e seus pertences jogados no chão, junto com um prato de panquecas, vi em cima da cadeira também o terno que meu pai usava para trabalhar e sua carteira, e na cadeirinha de Charlotte vi sua chupeta, sua mamadeira e sua fralda, mais não havia nenhum sinal deles por lá! Meu Deus, o que havia acontecido.

Peguei a chupeta de minha irmã nas mãos, e algo estranho aconteceu, as dores de cabeça voltaram, só que dessa vez não as bloquei apenas deixei que a dor tomasse conta do mim e algo aconteceu, tive uma visão: Várias pessoas estavam passando seus dias normais, quando do nada o terremoto apareceu e junto outros fenômenos meteorológicos, mais antes de que se concluísse eles já haviam desaparecido, várias famílias, pessoas inocentes, várias, um número apareceu em minha mente, 98%, da população havia desaparecido!. Os sobreviventes, haviam ganhado números, códigos, algo que os definia, e os escolhidos, os especiais assim como eu, ganharam poderes.

Voltei para realidade, em pânico, voltei para rua e comecei a gritar para que qualquer pessoa me ouvisse, gostaria de ter a sorte de conhecer pelo menos alguém dos 2% restante da população, comecei a correr em direção a cidade, mais algo estava queimando em mim, olhei para minha mão, e ela estava recriando uma cicatriz, mais aquilo queimava, fui até uma das casas, peguei a chave que estava caída no chão junto com as roupas de outra pessoa, entrei na casa, fui ao banheiro e coloquei minha mão, na água, o banheiro se encheu de vapor e quando pude ver melhor um número havia formato em minha mao: 367