O quarto parece menor cada vez que Ana caminha de um lado para o outro impaciente. É tudo confuso e estranho, impossível afirmar se aquilo era um sonho ou realidade. Aquele homem é um poço de segredos, mas precisa admitir que o fato de achar Blane atraente, a deixa vulnerável e isso é algo que ela não pode permitir, principalmente na hora que for confronta-lo e exigir respostas.
Ela não entende por que ele faz questão de mante-la na mansão. Blane não a conhece, então por que não a deixa partir? O dia passa, e a noite Carmem serve seu jantar ainda sem dizer uma palavra. Apenas a cumprimenta com um aceno leve de cabeça.
Ana não sabe por quanto tempo durará tudo aquilo, mas não aceitaria tão facilmente as decisões daquele homem. Ela não quer ficar ali e não se submeteria as ordens do homem arrogante. Ana pega o prato sobre a bandeja, olha para ele e o coloca de volta.
Não sente fome e seu estado de espírito está cada vez pior, precisa sair dali de qualquer jeito. Ela arma um plano mentalmente e dá uma boa olhada pela janela. O tempo ainda está nublado, mas a chuva finalmente havia parado.
Essa é a chance que precisa para chegar pelo menos até a estrada de terra. Não pode mais ficar ali, naquele lugar frio e estranho, com alguém como Blane. O plano seria colocado em prática logo mais a noite, pois todos já estariam dormindo e como a mansão é grande, dificilmente ouviriam seus passos.
Pega uma fronha de travesseiro e faz uma bolsa improvisada; nela coloca um pedaço de pão que Carmem havia trazido para comer com a sopa. O pão seria suficiente, pois ela não havia comido nada desde que chegara e a mansão fica localizada fora da vila. A caminhada sobre o barro, seria uma jornada e tanto.
Olha novamente através da janela, o céu ainda está firme. Vai até a porta devagar e olha de um lado para outro. Não vê ninguém. Sai do quarto com cautela para não fazer barulho, passa pelo corredor no qual o mordomo havia lhe mostrado e chega às escadas.
Ana sente seu coração bater rápido, anda depressa até a porta, mas antes que possa finalmente atravessá-la, escuta alguém falando alto, e o dono da voz parece estar muito irritado. As vozes se aproximam cada vez mais, não lhe dando outra escolha a não ser se esconder atrás de um pequeno armário ao lado da escada.
- Não posso parar agora! - a voz de Blane está carregada de uma emoção desconhecida.
- Blane temos que tentar... talvez... dessa vez de certo. - o mordomo fala.
Ana tenta enxergar o que está acontecendo. O mordomo coloca a mão no ombro de Blane, que por sua vez está com a máscara intacta sem emoção.
- Ela não vai parar até que eu complete o desejo egoísta dela.
-Georgia disse que deveríamos tentar. A garota pode ajudar! - o mordomo tenta.
Georgia?
- Como? - pergunta Blane irritado - acha que a srta Macread vai aceitar quando souber a verdade? - faz uma pausa - Não posso arriscar mais uma vida por mim. - o som de sua voz sai quase arrastada.
Ana tenta se manter quieta, sua respiração está rápida demais, e antes de controlá-la, algo revela sua presença.
- Tem alguém aqui! - Diz Blane desaparecendo.
Ana tenta ver onde Collins está, seus olhos procuram por cada canto daquele salão.
- Procurando por mim?
Ana quase tem um infarto ao ouvir a voz sonora atrás de si. Levantando sem jeito, não tenta explicar por que está ali, com uma bolsa improvisada, seu vestido e assustada. Blane olha para o objeto pendurado em seu ombro, uma sobrancelha se levanta curiosa e seu olhar escurece.
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O Segredo da Fera ( Concluído)
Любовные романыO Segredo da Fera Ana Macread decide fugir e entregar sua vida ao destino para escapar de um casamento forçado e sem amor. Durante a fuga mal planejada, ela presencia um assassinato e é salva por Blane Collins, um estranho sombrio e atraente que dec...