Capítulo 17

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Blane olha perplexo para Malcolm.

— Foi assim que tudo aconteceu. —Malcolm termina de relatar— É como se você estivesse em uma realidade na qual não existe mais.

— Você quer mesmo que eu acredite nisso?—  Blane diz sério.

Malcolm suspira arrependido.

— Eu realmente espero que você acredite.

Blane acha que o tio  bateu com a cabeça ou esta sob o efeito de bebidas, ou até ficado louco. Aquela história toda era absurda, como alguém se esquecia da sua própria vida por um feitiço?

— Eu preciso ir tenho que resolver algumas coisas.— Blane diz sem poder olhar para Malcolm.

Ele fecha a porta indignado; no corredor seus pensamentos estão ainda mais bagunçados, olha para suas mãos, não pareciam diferentes. A única pessoa que não está bem é seu tio. Como poderia acreditar naquela historia?

Blane pisca várias vezes tentando entender por que Malcolm inventaria tal coisa? Ao ver Ana no corredor ele chega a conclusão de que, se alguém é culpada por aquela história absurda, só podia ser ela. Ele não a conhecia e antes da presença dela tudo estava normal, tudo estava em seu lugar.

E agora parece que quele lugar está como seus pensamentos, uma verdadeira bagunça. Carmem se mantinha afastada dele, Georgia apareceu ali sem razão aparente, e Angelica sempre está distante, sem mencionar Malcolm, que fica inventando histórias fantasiadas por sua mente só pra faze-lo desistir de Angelica.

Se todo aquele caos tinha uma fonte, a fonte era aquela mulher.

             ___*___

Ana leva cobertas recém lavadas aos quartos quando se depara com um homem alto e cabelos negros a observando. Ele não a cumprimentou, ficou em silêncio.

— Deixe-me ver essas roupas de cama. —Angelica fala saindo de um dos quartos.

Ana não tira os olhos de Blane, que a fita curioso, encostado na cômoda com os braços cruzados a frente do corpo, Ana não consegue esquecer aqueles braços em volta de sua cintura, os olhos grudados nos seus, a falta de controle.

— Volte, e as lave de novo— Angelica ordena soltando com desdém uma das cobertas—Estão cheirando a chiqueiro.

Ana esta pronta pra dizer  algo muito mal educado até lembrar que da última vez, Blane quase a fez ir embora.

— Tudo bem.— Foi tudo o que conseguiu dizer apertando os lábios.

— Ótimo. — Angelica lhe lança um olhar e se vira para Blane.

Ana se sente incomodada com aquela situação e antes que pudesse repetir os tapas e socos da outra noite, se retira. Aquela situação se repete várias vezes ao dia, primeiro Angelica a humilha e depois se exibi para  Blane.

Jogando às cobertas no baú de seu quarto, Ana deixa-se cair sobre a cama exausta. Enterra o rosto no travesseiro, precisando de um banho e de um longo descanso. Até quando ela iria aguentar tanta humilhação, por um amor incerto?

Angelica não para de lhe dar ordens, Ana já lavou, cozinhou e limpou os malditos vidros daquelas janelas extremamente grandes, e ainda ajudou Carmem a arrumar aqueles vestidos extravagantes de Angelica.

— Ana— Georgia a chama atrás da porta.

— Entre.

— Trouxe um pouco de pão e chá. — Georgia carrega uma bandeja e entra devagar. Deposita no criado ao lado da cama.

O Segredo da Fera ( Concluído)Onde histórias criam vida. Descubra agora