Capítulo 14

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A chuva ajuda a regar as plantas que Ana havia providenciado. Olha pela janela e vê as gotas de água que se espalha novamente no céu nublado. O tempo está exatamente como o humor de Ana, instável, e a noite mal conseguiu dormir pensando como é insuportável a ideia de perder Blane.

Dessa vez ela decide que não forçará uma resposta e deixará tudo acontecer conforme deve ser, até porque toda vez que ela o coloca contra parede, ele arruma um jeito de desviar das suas perguntas. Naquela manhã Ana toma café em seu quarto, pois não está a fim de olhar para Angelica.

Apesar de não ter tomado o desjejum direito, Ana sai do quarto pronta para ajudar Carmem na cozinha. Ao descer para o salão, a primeira pessoa que vê é Angelica, a cara da moça está mais inchada do que a de Ana, o que faz sorrir por dentro. Ana tenta ignora-la passando por ela, mas como sempre Angelica não fica calada.

— Espero que essa sua cara esteja doendo muito. — Angelica cuspe seu veneno junto com a raiva de Ana.

— Eu espero que a sua continue assim... pelo menos está mais bonita. — Ana não consegue se conter.

Angelica levanta para ataca-lá de novo, mas dessa vez Blane aparece para interceder.

— Nem pense nisso Angelica! — Blane a repreende.

— Obrigada Blane. — Ana agradece a interferência e olha para Angelica desafiadora.

— E você também Ana. — ele acrescenta se voltando para Ana — Chega de ser infantil.

— O que? — Ana o encara com perplexidade — Ela que é uma víbora e eu é que tenho que ficar quieta?

 — Não é isso Ana,  apenas chega de discussões sem motivos. — suspira — De agora em diante terá uma linha imaginária onde ultrapassa-la será errado e se isso acontecer, vou tomar uma providência.

— Ouviu santinha? Nem pense em chegar perto de mim. — Diz Angelica com falsa inocência.

Blane se aproxima de Angelica.

— Entendeu? Não quero mais brigas Angelica! — diz num tom suave.

Ana respira fundo, aquilo só podia ser brincadeira. Angelica aproveita e o puxa para si  abraçando-o. Ao ver a cena, Ana espera que Blane se afaste, mas não acontece. Enquanto Angelica o abraça, ela lhe lança um sorriso de puro deleite ao ver a cara de ciúmes de Ana.

Sem esperar por qualquer ação, Ana avança na direção de Angelica com seu gênio enfurecido mais uma vez. Imediatamente Blane a segura com firmeza levantando-a do chão.

 — Pare Ana! — Blane grita.

— Me solta! — Ana se debate tentando se soltar do aperto.

Blane a pega no colo e a leva para sala de jantar, no caminho Ana ainda olha para Angelica que sorria maldosa lhe acenando. Ao chegar na sala Blane fecha a porta e a coloca no chão.

— Como ousa defende-la?

— Eu não a defendi.

— Como não? Ela o abraçou e você não fez nada! — Os argumentos de Ana em voz alta parecem os de uma esposa ciumenta.

— Está com ciúmes. — Blane diz ainda sério.

— Não é ciúmes Blane, como pode defender aquela sádica?

— Eu já disse que não a defendi. — Blane se irrita.

— Quer saber? Você é igual a ela, e eu odeio você! — Ana fala sem pensar.

Blane a olha como se nada estivesse acontecendo.

— Ana, por favor... — ele tenta acalma-lá.

O Segredo da Fera ( Concluído)Onde histórias criam vida. Descubra agora