Capítulo 18

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Ana encara o colar em cima da cama tentando repassar o que Georgia lhe dissera.

"Por dentro do coração acorrentado, um coração bom foi colocado; o desacorrente e de fato libertará a mente, porém faça a sua escolha: se não lembrar de ti a fera então deixará de existir, entretanto, se escolher outra opção, o coração acorrentado ficará então."

Opção?

Ana não tem opção, a única que tem é faze-lo beber a poção, e agora nem sequer sabia se ele tinha realmente tomado ou não. Ana pega o colar e o joga contra a parede com raiva.

Maldito colar!

Maldita Angelica!

Maldito destino!

Ana senta na cama frustrada, passa as mãos na cabeleira preta, e ali fica. Para ela só resta esperar.

            ___*___

Eu não sabia se ela corria para mim ou de mim...

 Ana! — Gritei em meio a chuva.

Não queria deixa-la ir! 

Não quero deixa-la partir! 

Quando chego perto dela, tento pega-la, mas acabo machucando-a. Eu não sei o tamanho da minha força, apenas sei que Ana foi jogada para o alto. Chego mais perto dela.

 Tudo bem, está tudo bem. — Diz ela, sentindo muita dor, o rosto bonito agora cheio de horror — Eu te amo...

Eu te amo. 
Eu te amo.
Eu te amo.
Eu te amo.

Blane acorda aos pulos, assustado coloca mão em seu rosto e olha em volta do quarto pra ter certeza de que havia sido apenas um pesadelo. Os primeiros raios do sol entram em seu quarto, o ambiente parece mais aconchegante, porém o ar está pesado como sempre.

Por que sonhou com Ana?

O sonho parecia tão real, não parecia um simples pesadelo. Levantando, Blane olha-se no espelho espantado, suas mãos tinham garras enormes e seus olhos estão amarelos brilhantes. Blane encara o reflexo assustado, até que no momento seguinte tudo desaparece.

Olhando para as mãos, Blane tenta achar as diferenças que faziam dele, uma fera, mas não encontra. Seu olhar se volta para a porta como se esperasse que alguém batesse e logo o som de um punho contra a madeira lhe dá a certeza. Alguém batia na porta e Blane sente-se estranho com aquilo.

— Quem é? — Blane pergunta.

— Malcolm. A voz de seu tio parece um pouco menos carregada que das outras vezes.

— Entre.

Malcolm entra e encosta a porta com cautela.

— Mas que cheiro é esse? — Blane pergunta fazendo careta.

Malcolm olha para ele confuso, imitando o gesto e enruga a testa.

— Não sou eu. — Diz levanta as mãos se defendendo.

Blane procura o de onde sai o cheiro.

— Blane, suas mãos! — Malcolm aponta e indica.

Quando Blane olha suas mãos, fica chocado. Os dedos voltaram a ser garras e sente uma vontade enorme de bater em algo, pior, ou matar alguém.

— Eu não sei o que esta acontecendo comigo.

— Blane olha pra mim. — Malcolm o chama, caminhando até ele — Não se deixe levar filho.

O Segredo da Fera ( Concluído)Onde histórias criam vida. Descubra agora