Capítulo VIII

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Olá pessoas lindas, como estamos?

Já sabem onde me encontrar, @harmolylas97

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Camila POV

Pesadelo. Toda aquela situação asfixiante me remeteu a um pesadelo. Eu não era forte para aguentar toda aquela pressão sufocante que se fazia em meu peito. Mesmo não querendo admitir, eu sabia que vivia em uma roda de mentiras e que naquele momento minhas histórias estavam escorregando entre meus dedos. Eu olhava para Lauren jogada no chão, chorando como uma criança. A cada palavra que eu dizia ela desmoronava mais. Eu também chorava, pois não conseguia mais me esconder em nenhuma máscara em nenhum sorriso. Por muito tempo Lauren foi minha droga e eu fiquei por longos anos em abstinência, mas vê-la tão frágil era doloroso porque eu a odiava, mas aquele sentimento forte rasgava meu peito querendo aflorar em meio aos espinhos que eu pus em meu coração.

- Eu sou uma merda... – ela sussurrou. Não queria ofendê-la, mas ela era pior do que isso. – Eu sempre achava quem meus monstros estavam escondidos em algum alçapão, mas na verdade nunca percebi quando me olhava no espelho eu era o monstro.

- Durante muito tempo eu fiquei perdida... Na frente dos outros eu era confiante, mas estava morta, vegetava em meu corpo, sem saída para o labirinto que me encontrava – lágrimas escorriam por minha face. – e no período da noite os fantasmas me assombravam, era o momento que eu era dominada pelos meus nervos, sentia-me sufocada e vagava pela casa esperando você voltar... Durante meses esperei você voltar arrependida. – confessei. – Eu era um pássaro de asas cortadas. Eu esperei Lauren, contando as horas, os minutos, os segundos... Chegou um momento que eu decidi viver, se não fosse por mim seria por meu filho e nesse dia eu jurei a mim mesma nunca mais derramar uma lágrima por você – sequei meus olhos rapidamente. – e olha que contraditório – ri debochada. - você me fazendo chorar e sentir os mesmos gostos que eu senti quando me deixou. – aumentei o tom de voz. – Então Lauren, não se faça de vítima nessa situação... Não venha fazer da minha vida um inferno novamente. Eu engoli a rejeição que você empurrou goela abaixo, eu aprendi a acordar, a tomar o café da manhã e segui meu dia como se fosse a mulher mais forte do mundo. E sabe... Eu me sentia a mulher mais forte do mundo, mesmo desabando em casa, eu passava o dia de cabeça erguida como se nada me abalasse.

Lauren levantou os olhos e me encarou por segundos antes de baixar a cabeça e seu choro aumentar. – Eu estava cega. Cega por um sentimento doentio, corrosivo de dor, ódio, medo e traição... – sua voz saia embargada. – Ao mesmo tempo em que eu te machuquei eu me feri também... eu me afoguei no álcool para passar pelos dias bêbadas ou de ressaca. Eu me fechei para o mundo, escondendo-me das pessoas com medo de ser machucada, eu vivi de cigarros, uísque e sexo fácil – meu coração se apertou ao saber que ela buscou uma fuga em sexo fácil, com outras pessoas enquanto eu me fechei para viver por meu filho. – Eu construí minhas mentiras, eu construí esse jogo, essa teia ardilosa... Eu não posso te pedir desculpas... O que eu fiz foi imperdoável, mas eu... Eu não sei o que fazer... Nem o que dizer... Eu tinha todas as respostas e agora eu me sinto uma garotinha de três anos que descobre que o seu personagem favorito não passa de um bêbado usando uma fantasia velha...

- Nós tínhamos o mundo e inúmeras portas para abrir, mas você escolheu viver em um poço e me excluiu de suas decisões. Hoje somos apenas duas pessoas estranhas. Antes tínhamos uma história, hoje não passamos de duas folhas soltas de um livro entediante.

- Eu estou me sentindo uma merda, uma ameba. – fungou. – Eu queria voltar ao passado e reverter tudo de ruim que eu lhe causei, mas ainda não inventaram o remédio para corações partidos e nem a máquina que resolve os problemas de amores.

Sequei todas as minhas lágrimas, não podia passar a tarde encontrando culpados e inocentes, procurando erros e pontos falhos. Cuspindo todas as dores que Lauren havia me causado, eu já havia enterrado aquele assunto e não queria mais que aquelas mágoas emergissem e assombrassem minhas noites. – Você sabe a verdade... – comecei. – E não há como mudar o passado, mas quero avisar que se você ousar tentar tomar meu filho de mim eu arranco o coração, que eu acho que você tem – vi a cara da dor da Lauren com minha frase, mas não me importei. – com minhas próprias mãos. Meu filho está comemorando a vitória do time dele no campeonato de futebol da escola e eu não quero perder à tarde discutindo aqui com você... Não é o momento certo... Por favor, sem brigas e ameaças, retire-se da minha casa.

- Não posso. – ela respondeu. – Na verdade, eu não quero. – corrigiu. – Camila mesmo você não querendo, David é meu filho e no momento é tudo que tenho. – confessou. – Eu sou uma mulher solteira e solitária de vinte e oito anos e eu não vou abrir mão da última coisa que eu esperava ter e da melhor coisa que me aconteceu. Você até pode gritar, espernear, mas nada vai me tirar dessa casa. Eu sei que não tenho esse direito e sei que vai me odiar mais que já me odeia, mas eu não vou sumir da vida dele. – ela levantou-se. – Eu sou uma decepção para meus irmãos, minhas amigas, minha família e fui uma decepção para você, mas não me permitirei ser para o David...

- Eu não vou confundir a cabeça do meu filho... Ele é só um garotinho tímido e tagarela – sorri sem mostrar os dentes. – mesmo não acreditando ele é sim tímido e tagarela ao mesmo tempo. – seus olhos estavam nublados, mas eu reconhecia o brilho de esperança neles. Ela não desistiria fácil.

- Não. – quase gritou. – Não vamos discutir isso agora. Você tem que está com David. Eu posso ficar quieta... Prometo não arrumar confusão com ninguém... Você pode me odiar, mas não pode me negar esse direito. Eu vou ficar mesmo que não aceite. – disse convicta. – Eu não quero ser a vilã, mais do que já fui tachada por todos. Eu só quero ficar aqui com ele ao longe, apenas o vendo. Ele é a porta da felicidade, o brilho em minha vida depressiva. Eu não vou permitir nem que você nem que ninguém me proíba desse direito.

- Lauren, isso tudo que você está pedindo não é nada fácil, é complicado... – tentei argumentar.

- Sim, é complicado. Mas você não achou que eu descobriria e seguiria minha vida como se nada tivesse mudado. – negou com a cabeça. – Não seja ingênua Camila... No fim todos nós cometemos estupidez quando caímos em um abismo, e, fazemos isso na busca por algo para no seguramos antes de colidirmos com o chão. Se me perguntar quem eu sou, não saberei te responder. Quando acordei eu era Lauren Jauregui de um jeito, agora sou uma mistura de acontecimentos e fatos. Não há uma definição exata do que vivemos e do que construímos, mas agora me pego pensando o que poderíamos ter sido...

- Não pense nisso. O passado não se pode viver e os erros já não podem ser corrigidos, você me ensinou que não posso confiar em promessas edificadas no calor dos sentimentos...

- Talvez haja um motivo para todo esse estourar de bolhas. Talvez esse nada seja alguma coisa, talvez o destino esteja corrigindo erros comedidos por ambas, porque mesmo eu sendo uma vadia, esconder um filho te torna culpada. Eu não quero sermões, eu sei que mereço todos, mas agora eu quero mergulhar na vida do meu filho e poder sentir os gostos, os cheiros, os formatos, o toque que eu já não percebia nitidamente. – argumentou. – Não desistirei dele nem que a tempestade esteja chegando.

- Sabe o que dói mais? – perguntei. – Querer negar seu pedido, mas saber que lutaremos até a morte por nossos objetivos. E nesse momento eu não quero mergulhar na tristeza e lembranças superadas. Você não afeta mais minha vida, mas ainda pode afetar a do meu filho e pelo bem dele – ri amargamente. –, sei que vou me arrepender e até me maldizer, mas você pode ficar e como as coisas não funcionam de acordo com seu mundo. – fui ríspida. – Eu te permito ficar por duas horas em minha casa. Nada mais e nada mesmo. Estamos entendidas Jauregui?

- Sim, Cabello!

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como estamos?

o que acharam?


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