Capítulo XXIV

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Camila POV

Uma sensação ruim percorreu meu corpo assim que meus olhos focalizaram a figura de Alexa em minha frente. Como uma volta ao tempo todas as incertezas que um dia vagaram pelo meu corpo retornaram com força. De um jeito estranho Lauren sempre ficava inclinada a ouvir e consentir com o que Alexa falava como se ela possuísse algum tipo de magia em suas palavras. As palavras morreram rapidamente assim que elas chegaram à boca e de um jeito doentio eu me sentia jogada cruelmente no passado. Aquela troca de olhares só significava uma coisa, Alexa estava envenenado a cabeça da Lauren.

- Lauren, eu tenho que ir! – Alexa disse olhando diretamente pra mim. – Mais tarde eu te mando o endereço do lugar aonde vamos. – sorriu, podia ver o veneno escorrendo. Lauren nada disse apenas assistiu à amiga sair do recinto.

- Você vai sair com ela? – perguntei casualmente.

- Talvez... Incomoda-se? – arqueou a sobrancelha.

- Não. – dei de ombros. – David deu muito trabalho?

- Quem é o pai do David? – questionou-me. A pergunta repentina e tão fora de foco me assustou.

- Por que o interesse logo agora? – olhei para a porta em busca de David.

- Eu sou a mãe... Eu tenho direito de saber. – retrucou. Massageei as têmporas. – Você nunca me disse quem é.

- A ideia sempre foi nunca dizer... Na verdade ele não é o pai. – dei de ombros. – Ele é apenas o doador do material genético. O pai é aquele que cria, cuida, ama... Esse você sabe que está em Gana. – Lauren rolou os olhos. – Eu tenho os documentos e papeladas assinadas e uma ficha do doador para caso um dia, mas eu espero que nunca aconteça, quando David quiser saber sobre isso... – Lauren me olhava fixamente como se procurasse falhas em minha história.

- Por que nunca me disse?

- Não achei que fosse necessário... Ele não é importante... Quer dizer ele foi importante, mas apenas com o esperma. Lauren ele é um doador e eu não tenho a mínima ideia porque ele fez isso ou o que ele faz da vida... Ele poder ser muito importante ou não ser ninguém na vida, mas eu não tenho interesses nele. Ele não é o pai, por favor, nunca mais repita esse termo. Doar algo não te faz proprietário de nada... Eu nem me lembro dele porque David não tem seus traços. Felizmente ou infelizmente – pisquei tentando aliviar o clima. – ele herdou a aparência física e o gene da mãe...

- Eu gostaria de vê-lo. – pediu. – Digo... As papeladas. – corrigiu-se.

- Tudo bem... – Banana apareceu correndo e David o seguia. – Mocinho, - chamei sua atenção. - Vamos? – perguntei. David fez uma carinha triste e pegou o cachorro em seus braços.

- Por que não ficam mais um pouco? – ele pediu.

- SIIIIIIM! – David confirmou. Seus olhos piscando rapidamente. Neguei com o dedo.

- Lauren vai sair e não podemos atrapalhá-la. – informei. – Se despeça dela e de Banana.

- Você não se incomoda se eu sair com a Alexa? – neguei com a cabeça. – Sem querer ser intrometida, mas já sendo. Para onde foi com as suas amigas?

- David amor, vá buscar sua mochila. – esperei David sair para começar a responder. – Combinamos de assistir um filme, mas no meio do filme Dinah disse que estava velha para isso e saiu da sala, a contra gosto a seguimos e ela nos convidou para irmos a um bar justificando que os garotos estariam bebendo e porque nós não... Ally nos acompanhou, mas não bebeu. Eu não gosto muito de beber, mas acompanhei com uma taça de vinho enquanto Normani e Dinah se afogavam em cervejas. – neguei com a cabeça com a lembrança.

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