Capítulo XI

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Lauren POV

Acordei sentindo-me sublime como se estivesse no céu. Qual é a definição que você tem de céu? Silêncio, paz ou a harmonia dos anjos. Minha definição nunca foi convencional. O céu é paz, cores vivas, sons de pássaros mesmos que nenhum som seja ouvido, rosas perfumando a sala de uma bela dama enamorada, mas acordar depois de uma noite de sexo com Camila Cabello ao meu lado era o mais perto que podia explanar sobre o que era céu pra mim. Sentia-me tonta, abobalhada e mais viva, seu corpo nu subia e descia em um ritmo calmo, sereno. Camila era um anjo dormindo e uma diaba no sexo.

Eu passei quase toda a noite velando seu sono, sentindo sua respiração me acalentar, espantar meus medos, minha tristeza e meus gritos de culpa. Eu sabia que toda a confusão que me encontrava era minha culpa, mas o menor dos sorrisos dado por ela a mim era uma batalha conquistada. Camila sempre foi meu calcanhar de Aquiles.

O amanhecer tornava-se presente no quarto e eu ansiava como outrora vê-la acordar, cabelos desgrenhados, olhos estreitos, sorriso tímido e certa desorientação, pois sempre detestou acordar cedo.

Meus dedos corriam levemente por suas costas apenas na minha necessidade insana de tocá-la para sentir que não estava sonhando, que não era delírio e que eu não precisaria levantar em uma noite fria em Londres para beber uísque porque a saudade estrangulava meu peito.

Quando sonhava com ela, julgava erroneamente ser um pesadelo, mas era meu coração chorando e gritando febrilmente por ela e para apagar essa dor e afugentar meus medos e fraquezas eu perdia-me no corpo de outras mulheres buscando seu gosto.

Um pequeno sorriso estampava em meu rosto, os longos cabelos negros caiam livremente por seu corpo. Não resisti e aproximei meu nariz de seu corpo, mas antes que chegasse a porta foi aberta e eu vi uma Dinah assustada, envergonhada e triunfante entrar.

Dinah Jane fechou a porta e começou a bater palma e com o barulho Camila acordou.

- Muito bem... - disse triunfante. - Eu sabia que essa baixaria não demoraria.

Camila abriu os olhos rapidamente e olhou assustada para sua amiga e depois para mim como se vasculhasse na lembrança os últimos acontecimentos. Ela cobriu seus seios com o lençol, percebi seu rosto ganhar uma coloração avermelhada.

- Camila esperava mais resistência por sua parte. - negou com a cabeça. - Quanta decepção.

- Cadê o David? - Camila perguntou.

- Está no quarto trocando de roupa. Trouxe-o aqui cedo porque ele não queria ir à escola com a roupa de ontem já que você colocou apenas o pijama na mochila dele... - acusou. - E olha com que cena eu sou presenteada! - exclamou.

- Por favor, não o deixe entrar aqui. - Camila pediu enquanto levantava e recolhia suas roupas do chão.

- Tudo bem mocinha, mas depois conversaremos sério.

- Eu preciso apenas de um banho e um bom café e respondo a todas as perguntas do seu interrogatório. - jogou as roupas em um cesto. Sentia-me invisível, pois Camila conversava como se nada tivesse acontecido entre nós e eu não estivesse naquele ambiente.

- Vou terminar de ajeitar o David... - explicou, mas antes de sair falou um pouco mais alto. Camila havia entrado no banheiro. - Eu apostei que você levaria dois meses para abrir as pernas pra branquela então nada de comentar esse deslize a Mani ou a Ally, pois não estou a fim de perder quinhentas prata. - Dinah saiu do quarto e eu me senti uma idiota por apenas ter ouvido a conversa e não ter interferido em nada, Camila e eu havíamos transado.

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