2/4
--------------------------------------------------------------------------------------------
Lauren POV
A felicidade encontra-se na simplicidade do cotidiano, no acordar e fazer um belo café da manhã para quem se ama, no dormir enquanto lê seu livro favorito, encontra-se ao chegar a sua casa e tirar os sapatos depois de horas usando-os, você deixa seu dedos livres e sente o frio do chão em seus pés. A felicidade não é programada, não é duradoura, aparece quando menos se espera, quando não se programa, em momentos singelos, mas passageiros. Minha felicidade naquele momento estava em admirá-la perdida em seu mudo de afazeres para o Natal, que se aproximava.
Anos poderiam se passar e a velhice chegar, mas as manias de Camila para aquela época do ano permaneceriam as mesmas. Camila descia com caixas e mais caixas do sótão para montar e enfeitar a árvore e a casa. Segundo ela, era um ritual feito nos últimos anos com David e ninguém mais, mas esse ano eu estaria presente. Eu não comemorava essa época do ano ou qualquer outra festividade há um bom tempo, mas todo o espírito natalino renasceu em mim. Na verdade todas as coisas boas da vida têm renascido em mim depois que eu voltei para meus longos momentos de felicidade, para o amor, para uma família.
Toda essa nova vida me trouxe de volta a paz, quando penso em Camila me sinto flutuar, como se tocar as nuvens não fosse algo impossível. David enche meu coração de uma felicidade inexplicável e algo doce invade minha boca.
- Amor? – Camila resmungou da escada. Levantei-me do sofá e fui à busca de sua voz. Ela descia as escadas com dificuldade por causa da caixa que carregava, deveria estar pesada. Subi alguns degraus e peguei o que, segundo ela antes de subir as escadas, seria a última caixa. – Pensei que me deixaria fazer todo o trabalho, sozinha! – colocou a mão na cintura e abriu uma adorável carranca. Selei nossos lábios rapidamente. Camila riu discretamente.
- Amor, por que tem tantas caixas. Essa árvore tem quantos metros? – perguntei curiosa. Coloquei a caixa ao lado das outras e sentei no sofá. Camila sentou nas minhas pernas de frente pra mim, suas pernas em cada lado das minhas coxas. Abraçou meu pescoço e descansou a cabeça em meu ombro. Comecei a fazer um leve carinho em seus cabelos. – O que você quer me pedir agora? – perguntei. Camila riu gostoso contra minha pele.
- Não posso sentar no colo do meu amor? Para fazer isso preciso querer algo? – ela sussurrou. Seu rosto ainda escondido em meu pescoço. Camila começou a beijar preguiçosamente meu pescoço. – Natal está chegando, época de comprar presentes e confraternizar com quem se ama. Tempo de renovar a fé e desprender-se das mágoas e rever os erros e as aprendizagens adquiridas ao decorrer do ano. Época de fazer novos planos... – mordiscou minha orelha, minhas mãos estavam subindo e descendo por sua coxa. – Saiba... Senhora Jauregui, que é a época favorita do seu filho. É quando todos se encontram reunidos aqui em casa para a ceia de Natal. David adora fazer compras, pois eu dou um valor para ele comprar os presentes pra quem ele acha que deve dar, então ele se sente mais responsável e adulto. – Camila começou a beijar minha mandíbula até meu queixo. – E eu queria que você fosse... – ela se afastou, começou a me encarar, seus olhos vasculharam o cômodo antes de se encontrarem com os meus. – Seth vai passar o Natal com a mãe dele e semana que vem embarca para Chicago. – sua mão enlaçada em meu pescoço fazendo um carinho em minha nuca. - Ele queria fazer compras com David e eu queria que você fosse com ele. – ela selou nossos lábios inúmeras vezes. Suas palavras ainda rodavam em minha cabeça em busca de compreensão.
- NÃO. – discordei. – Tudo menos isso, Camila. – ela tentou me beijar, mas virei o rosto. Camila riu da minha cara, tive vontade de socá-la. – Peça-me qualquer coisa, mas passear com esse sem noção como se ele fosse parte da família, isso eu não me sujeito.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Secrets
Fanfiction"Como podemos nós pretender que os outros guardem os nossos segredos se nós próprios os não conseguirmos guardar?" (François La Rochefoucauld)