FELIZ NATAL
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Lauren POV
- MAMA?!?
Uma doce voz tirou-me dos mais profundos pensamentos em que mergulhava. Olhei para cima e por alguns minutos achei que aquela voz dirigia-se a mim, mas quando meu corpo voltou à realidade, percebi que aquela denominação era direcionada a Camila, que se encontrava deitada com a cabeça em meu colo absorta em um livro.
Camila levantou-se marcando a página do livro em que se encontrava.
- Oi, meu amor! – respondeu suavemente.
- Eu... Eu queria... humm... – David parecia muito nervoso. – Apresentar minha amiga Rachel! – disse em um único suspiro. Uma garotinha, que até segundos antes eu não tinha notado, apareceu atrás de David e sorriu timidamente. Rachel era mais baixa que David alguns centímetros. Seus cabelos eram ruivos e lisos, no seu nariz algumas sardas preenchiam seu rosto de traços finos e femininos, mas o que destacava em seu rosto era o azul cristal que reluzia de seus lindos olhos.
- Oi senhora Cabello. – ela falou timidamente, seus olhos presos no chão. Camila arrumou a postura quando percebeu a situação.
- Pode me chamar de Camila. – corrigiu docemente. – Essa é Lauren Jauregui. – me apresentou. Rachel sorriu. Os lindos dentes aparecendo pela primeira vez.
- Oi senho...
- Pode me chamar de Lauren. – a corrigi. – Sei que deve ouvir isso direto, mas você é uma princesa! – seu rosto preencheu-se por uma coloração avermelhada.
- Você é muito linda mesmo. – Camila completou, sempre trocando olhares entre o filho e a menina. David parecia ter apenas olhos para Rachel, pois ele acariciava Banana, que estava em seus braços, de forma automática. – David fala muitas coisas de você... – deixou escapar.
- MAMA. – interrompeu assustado, seu rosto corando profusamente. Repreendi Camila com o olhar e ela deu de ombros sem jeito pela situação que colocou o filho.
- Você sabia que ela estaria aqui? – perguntei curiosa, pois antes de sairmos para passear ele insistiu em ficar nessa área do Central Park. David negou com a cabeça.
- Eu estava correndo com o Banana. – começou a explicar apressadamente. – Então... Então eu era o herói e ele o cachorro que quer dominar o mundo. – Rachel acompanhava a história admirada. – Eu estava perto do carrinho do sorvete e pensei em descansar porque todo herói merece tomar sorvete como recompensa... Eu estava vindo aqui pedir pra Mama comprar sorvete porque de manhã a senhora disse que estava muito quente, e eu tinha que me hi-não-sei-o-quê-tar. – parou de falar, acho que estava organizando os pensamentos que começava a fugir do foco. – Eu pensei que sorvete de morango deve ter isso, mas eu vi a Rachel com o pai dela e corri para falar com ela. – apontou para a amiga. – Ela tava brincando de boneca, mas ela... Ela queria que, que... – torceu a cara. – Eu brincasse com ela e eu disse que boneca é uma brincadeira chata, mas então ela perguntou se eu e ela... ela e eu... – seu rosto corou novamente. – Pra gente brincar de casinha, mas eu disse que só podia se a Mama deixasse porque acho que – virou o olhar pra Camila. – a senhora não vai deixar eu casar agora. – puxou o ar, que já lhe faltava pelo relato corrido. Camila e eu trocamos olhares cúmplices e torci para que ela não risse e envergonhasse ainda mais o menino.
- É claro que eu deixo, mas só se você quiser... – respondeu com ternura. – E você não vai casar de verdade porque é uma brincadeira. – o rosto de David se iluminou com a explicação. – Você não pode casar de verdade porque ainda é meu bebê...
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Secrets
أدب الهواة"Como podemos nós pretender que os outros guardem os nossos segredos se nós próprios os não conseguirmos guardar?" (François La Rochefoucauld)