Capítulo XL

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O setor de reclamações, dúvidas, xingamentos e elogios fica no Twitter:  @harmolylas97

Boa leitura!

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Lauren POV

Trezentos e sessenta e cinco dias. Um ano. Inúmeras horas e incontáveis minutos. Histórias serão recontadas e revividas entre amigos e familiares no Natal, esse é o espírito natalino. Ou talvez as aprendizagens e erros sejam narrados no último dia do ano, onde as pessoas perderão minutos dizendo o que vivenciaram porque Dezembro é o mês de reflexão, confraternização, de escrever em um novo caderno, planejar as primeiras linhas de um novo ciclo, planejar a nova e longa caminhada. Mas iludem-se os que pensam que o fim do ano representa o fim dos problemas, talvez seja o surgimento de novos em uma estrada tortuosa. A proximidade do Natal deveria trazer a paz e o amor que todos os comerciais capitalistas pregam, mas a realidade é muito mais manchada que sorrisos perfeitos em uma tela de televisão.

Trezentos e sessenta e cinco dias. Não foram necessários todos esses dias para que a montanha-russa que chamo de minha vida desse algum giro. Quem diria que depois de anos de escuridão, eu voltaria para o início da caminhada, que eu voltaria para a pessoa que nunca devia ter saído do meu lado. O destino me parece uma criança com fantoches, nós planejamos e no fim ela cria sua própria história. Mas toda aquela situação que antes me parecia demasiadamente complicada, em um estalar de dedos se desfez como se todos os nós fossem desatados. Uma ironia do destino ou uma benção divina? No fim encontrei meu caminho entre meus demônios e me propus a enfrentar todas as complicações, talvez o destino tenha me forçado a enfrentar.

David parecia dormir tranquilamente em meus braços, mas às vezes sentia seus dedinhos subirem e descerem pelo meu braço direito, uma forma que encontrou para não se deixar vencer pelo sono. Camila continuava ao meu lado, assim como eu apenas contemplando aquele momento mágico, seus dedos entrelaçados aos meus faziam um carinho gostoso. De repente eu sentia como se nada pudesse me vencer ou me abater, estranhamente minha vida estava entrando nos eixos e finalmente sentia o gostinho da felicidade.

- Eu estou com fominha...­ – sua voz não passou de um pequeno sussurro quase distante.

- Você parece cansado meu anjinho. – Camila constatou. – Por que não dorme um pouco? Essa manhã foi um pouco agitada!

- Minha barriga não deixa. – ele levantou a cabeça, coçou os olhos e sentou-se em minha barriga. – Mama – olhou para Camila e eu senti uma pitada de inveja e ao mesmo tempo minha imaginação começou a trabalhar criando cenários para o momento que ele me chamaria também por mãe. – vamos comer? Aposto que vovó Clara fez macarronada! – acariciou sua barriga.

- Não quer ficar mais um pouco aqui? – perguntei timidamente. Internamente não queria sair daquela bolha de amor e família que nos envolvia. David negou com a cabeça e bocejou em seguida.

- Vamos. – chamou e pulou sobre o corpo de Camila, que gemeu de dor em seguida.

- David. – o chamou atenção. – Você pesa e muito... – fez uma linda careta de dor.

- Desculpa. – ele pediu e beijou sua bochecha. Camila levantou com ele nos braços. David abraçou seu pescoço e enlaçou sua cintura com as pernas.

- Vamos enfrentar o mundo? – Camila estirou o braço me chamando.

- Enfrentar como? – David perguntou curioso.

- Coisas de adulto! – respondi, segurei o braço de Camila e peguei impulso para levantar-me.

- Mas eu sou adulto. – disse como se fosse óbvio.

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