Capítulo XVII

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Hello 

It's me @harmolylas97 

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Camila POV

Existe uma linha tênue que separa a loucura da depressão. Acho que esses sentimentos ou estados mentais são tão parecidos que às vezes as pessoas os confundem. Loucura é caracterizada pela psicologia por pensamentos anormais vindos do indivíduo, mas quem define o que é normal e o que não é? Depressão é caracterizada pela perca do prazer em realizar atividades. Eu li em algum buraco que não consigo recordar, que a depressão é uma doença sorrateira que te invade repentinamente.

Uma semana atrás talvez eu estivesse louca, ou talvez eu estivesse depressiva. Gosto da expressão "fechada para manutenção". Não acredito que tenha chegado a encontrar essa linha ou ultrapassado os limites, mas eu segui por essa estrada, não porque queria me afogar em mares revoltos e sombrios, mas porque meu corpo não ouvia meu cérebro, quem comandava a caminhada suicida era meu coração.

Uma semana atrás uma porta se fechava e um buraco se abria. A dor tão familiar, o gosto da rejeição tão conhecido por minha boca. Mas uma semana atrás ela sentou-se ao meu lado e disse que mesmo eu não querendo, mesmo eu chorando por outro permaneceria ao meu lado. Não era ela que eu queria naquele momento, na verdade não queria ninguém, apenas sanar a dor que fazia meu corpo tremer. A dor que fazia meu coração doer, a cabeça latejar e as lágrimas rasgarem minha pele. Lágrimas que não eram salgadas, mas amargas.

Ela estava ali, cumprindo sua palavra. Ela estava correndo feito uma criança com nosso filho enquanto eu preguiçosamente lia um livro debaixo de uma árvore. Lauren havia passado a semana supervisionando cada passo meu com medo de alguma atitude impensada ou alguma loucura. Sobre sua preocupação excessiva? Fofa de um jeito sufocante. Lauren estava ali no seu rompante de menina, tão criança quanto David, ambos correndo furiosamente que me fazia questionar onde ela tinha todo o gás para se igualar com uma criança de cinco anos, pois me cansava apenas vê-los correr de um lado para o outro com Banana. Voltei minha atenção para o livro, os dedos correndo lentamente as páginas como se eles fizessem o reconhecimento, minha mente girando entre as letras impressas nas páginas ou nos filmes de minha vida, que passavam em minha cabeça.

- Mãe vem brincar... – meus pensamentos e o corpo saíram do transe quando David se jogou em meus braços.

- Até iria, mas agora estou desmantelada com todo esse peso jogado sem aviso prévio. – gemi. David sorriu escondendo a cabeça na minha barriga. – Meus ossos foram todos danificados por causa desse pequeno herói que tem o corpo feito de chumbo...

- É de aço mããããe. – reclamou por eu ter errado. – Meninas não entendem nada de super-herói. – bufou.

- Eu esqueci. – tentei soar séria, mas acabei sorrindo. Lauren apareceu com o cachorro nos braços e sentou-se ao meu lado, curiosa para saber do que conversávamos. – Tudo bem homem de aço – fiz uma voz grossa tentando imitar um locutor. – que tal o senhor tirar esse bico – disse enquanto acariciava seus cabelos, sua testa estava suada e suas bochechas vermelhas. – Mamãe está velha para lembrar o nome dos super-heróis...

- Como se mudasse alguma coisa, quando você era mais nova confundia o homem de ferro com um Transformer. – Lauren comentou divertida, David gargalhou.

- São todos robôs! - me justifiquei.

- Viu mãe... Viu a senhora não entende nada. Um transformer é um robô alienígena... – começou a explicar.

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