Capítulo XLVIII

30.7K 1.4K 1.2K
                                    

Desculpem a demora e com pesar venho dizer que esse é o nosso penúltimo capítulo... Eu não tenho palavras para descrever o amor e o carinho que senti em cada comentário de vocês, também quero aproveitar para pedir minhões de desculpas pela constante demora em postar e também por meu relapso quando responder a todos, mil desculpas... Mas eu li cada comentário e guardei inúmeros no coração, vocês são incríveis, adoraria conhecer todos e abraçar um por um... Tem sido uma longa jornada a nossa família Cabello-Jauregui e elas passaram por tantas coisas que acho que muitos chegaram a não acreditar que um dia elas conseguiriam se alinhar de novo... Para quem não me conhecer, me segue no Twitter @harmolylas97 eu sou um pouco tímida, mas sou legal, eu acho e mamãe também diz!

------------------------------------------------------------------------------------------------------------

Camila POV

Somos feitos de carne podre? Uma pequena tentativa falha de Deus de nos criarmos a sua semelhança? Ou Deus é mais falho que imaginamos? Olhe no fundo dos meus olhos e me diga qual minha doença e eu te direi qual é a sua, então coloque seu melhor sorriso repreendedor, e se vista com o preconceito e saia para caçar, mas se lembre que no fim do dia, quando as luzes se apagarem seus monstros te atacarão como você me ataca, pois não importa seu dinheiro, sua religião ou falta dela, sua educação, pois você, assim como eu, acertará suas contas, mesmo não querendo, no fim do dia.

Lauren e eu fomos ao supermercado comprar algumas coisas que minha mãe pediu para o jantar e a festa que faríamos na casa de Clara. Nós andávamos de mãos dadas, como qualquer casal normal, enquanto empurrávamos o carrinho, olhando as prateleiras e fazendo piadas bobas sobre o tempo, o valor dos produtos e as marcas.

- Isso é errado. – a voz de uma senhora se fez presente em nosso pequeno mundo.

- Desculpe? – franzi o cenho sem entender sua frase.

- O mundo caminha para seu fim por causa de pessoas como vocês. - ralhou, sua expressão de nojo estampada em sua cara preenchida por rugas.

- Não entendi o que quis dizer. – disse me fazendo de desentendida. Lauren apertou mais nossas mãos, troquei o peso da perna me sentindo desconfortável, pois nunca me costumaria com os julgamentos.

- Sapatões. – sua voz saiu rápida e baixa como se pronunciasse algo cancerígeno.

- O termo correto é lésbica! – Lauren rebateu automaticamente. – E eu não pedi sua opinião.

- Baixe seu tom mocinha, que tenho idade para ser sua avó. – resmungou. Lauren estava visivelmente irritada.

- Se fosse já estaria internada em um asilo. – sibilou. – Não... – ponderou. – Eu não seria tão cruel com os outros idosos, obrigando-os a conviver – olhou a mulher de cima a baixo. – com você. – Lauren apertou ainda mais nossas mãos e pensei em reclamar de dor. – Cuide da sua vida...

- Isso é uma doença. – a velha a cortou. – Nada que uma surra não resolva...

- Escuta aqui minha senhora. – retruquei. – Está incomodada? – levantei a sobrancelha. – Vá para outro lugar, não estou te obrigando a ver – fiz aspas apenas com a mão esquerda, pois a direita ainda estava entrelaçada a de Lauren. – esse circo de horror. Estou no meu total direito como cidadã de fazer minhas compras. – a senhora pensou protestar, mas não deixei. – E não me venha com falso moralismo, pois não pedi sua opinião. – a senhora ficou com uma coloração branca, assustada com minhas palavras. Percebi sua boca se abrir para uma réplica, mas lhe dei as costas e saí junto com Lauren para continuar minhas compras.

- Ridícula. - murmurei. Lauren beijou meu rosto.

- Não vale a pena se estressar, amor...

- Sua mãe não lhe deu educação não? – a voz da velha preencheu o ambiente e eu senti um embrulho no estômago. – Nesse local deviam proibir as pessoas como vocês... Aberrações. – virei meu corpo abruptamente e encarei a senhora, meu coração acelerado e meu cérebro trabalhando freneticamente.

SecretsOnde histórias criam vida. Descubra agora