Fernanda

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Não acredito que o Ryan está com a Giovana, aquela vadia puta amiga da minha irmã. Não que eu esteja com ciúmes quando sai apressada da boate, o ar apenas ficou insuportável com aqueles dois juntos.

Notei que o Guto veio atrás de mim, então dei uma cortada nele logo, já havia passado minha vontade de ficar com alguém nessa noite. Ele ficou um pouco chateado, mas eu fiz um charminho e ele me deixou voltar para casa sozinha.

Enquanto caminho de volta, passo pela frente da casa do bombeiro idiota, as lembranças de uma noite do passado vêm a tona.

Flashback

Estamos numa festa, não me lembro o nome do dono da festa, acho que já bebi demais. Minha cabeça dá umas giradas as vezes, então eu preciso para e focar meus olhos em alguma coisa para não acabar caindo.

Decido dançar, a música é boa e eu quero me divertir essa noite. Depois de me acabar na pista vou até o bar pegar mais uma bebida. Ainda consigo andar, ou seja, ainda consigo beber.

Um dos bombeiros liderados por meu pai está com um copo de bebida na mão. Eu pego dele.

- Ei. Isso é meu.

Olho para o rapaz, reparo que é gatinho e gostosinho, dá pro gasto. Dou uma boa reparada nele, que percebe e sorri. Acho que seu nome é Ryan ou alguma coisa assim, lembro dele. Ele é um idiota.

Esbarrou em mim e derramou café na minha camisa branca, outro dia, eu estava super atrasada para a faculdade. Lembro de tê-lo xingado muito, a mancha nunca mais saiu da minha camisa.

- Agora é meu.

Digo e tomo num único gole todo o líquido que estava no copo.

- Você se acha né garota.

Então eu o beijei. Sei lá porque fiz isso, apenas segui um impulso idiota que me atingiu.

O pior foi ele ter retribuído o beijo, aí eu percebi que estava ferrada. O maldito beijava muito bem. Sem contar que o seu cheiro era divino. Exalava masculinidade e sedução.

A essa altura eu não pensava direito. Só era sentidos. E a sua boca na minha, a sua língua na minha, só piorava a minha tentativa frustrada de me manter lúcida.

Então ele se afastou.

- Vem aqui.

Eu disse exigente. Ele se afastou mais um pouco e então, coçou a cabeça.

- Não Fernanda. Você está bêbada, não vou me aproveitar de você.

Que cretino.

Saí de perto dele e comecei a dançar, passei por um garçom gatinho que piscou para mim, alcancei o copo que era do Ryan e que agora era meu para que ele enchesse. Tomei tudo numa única vez e voltei a dançar. Minha cabeça estava realmente girando, eu mal conseguia ficar em pé, amanhã vou morrer, tenho certeza disso.

Os olhos do bombeiro não saíam de mim, eu sei disso porque também olhava para ele enquanto dançava no meio da pista.

Provavelmente estou muito bêbada mesmo por ter escolhido um dos bombeiros para flertar nessa noite, mas foda-se.

O mundo vai acabar e eu só quero curtir, não demorei muito e caminhei em direção ao gatinho novamente. Ele sorriu quando viu a minha aproximação, e que sorriso, puta que pariu.

Cheguei bem perto dele e sussurrei em seu ouvido:

- Parece que hoje você tirou a sorte grande gatinho.

Ele sorriu, colocou as mãos na minha cintura e me puxou para mais perto do seu corpo, com o susto soltei um gritinho sem querer. Ele beijou a ponta da minha orelha e deu uma leve mordida antes de falar:

- Parece que sim, pena que eu estou vacinado contra encrenca, e você loirinha, é encrenca na certa.

E me soltou.

Ok, respira Fernanda.

Não é porque você está bêbada que esse idiota pode dar o fora em você.

- Bom, se você não quer diversão o azar é somente seu. Eu vou achar quem queira.

Virei as costas para ele, dei uma ajeitada no cabelo e comecei a andar em direção à pista de dança.

- Garota maluca.

Ouvi ele murmurar enquanto caminhava. Ele falou mais alguma coisa, mas não entendi, já estava longe o bastante.

Comecei a dançar novamente e logo fui cercada por dois irmãos gêmeos que estavam bem perto de mim, o suficiente para que eu sentisse a respiração de um perto da minha boca e a excitação do outro acima da minha bunda. Nossa, nunca experimentei dois ao mesmo tempo, ainda mais irmãos. Gostei da ideia.

Sempre tem uma primeira vez para tudo.

Beijei o rapaz que estava na minha frente, enquanto o outro passava a mão pelo meu corpo. Lembro que eles falavam alguma coisa, mas minha cabeça estava longe dali, eu estava bêbada demais para decifrar qualquer palavra.

Não sei quanto tempo ficamos ali, mas de repente ouvi um barulho de briga e as mãos que estavam acariciando o meu corpo pararam. Lembro de ouvir a voz do idiota do Ryan, mas não lembro de tê-lo visto.

As coisas ficaram muito confusa, meu braço doía e eu estava do lado de fora da boate sendo arrastada pelo Ryan. O quê?

- Ei, para, está me machucando.

- Cala a boca Fernanda. Você queria me provocar, conseguiu.

Ele nem sequer olhou para mim, continuou caminhando ignorando completamente o meu braço, que doía porque ele estava apertando muito.

Comecei a xingá-lo, mas ele nem olhava para mim. Maldito, cretino.

- Para onde você está me levando?

Ele não respondeu, apenas me olhou, sério. Seu olhar me fez ficar quieta, ele parecia muito zangado. Eu não falei mais depois disso. Fiquei com medo.

Ele me jogou dentro do carro e então, em seguida chegamos em sua casa.

- Eu não quero ir na sua casa, solta o meu braço, eu quero ir embora.

- Você me provocou e agora você vai ter o que queria. Maluca.

Entramos e logo nossas bocas estavam grudadas. Não lembro exatamente o que aconteceu depois. Estávamos nos beijando, ele me jogou na parede, me olhou dentro dos olhos e falou alguma coisa, mas não me lembro, provavelmente não era importante porque ele me beijou de novo e então me carregou até o seu quarto sem tirar a boca da minha. Já falei que o beijo dele é divino? Puta que pariu.

Eu estava pirada por ele ter me trazido aqui, e sido tão grosso comigo, mas quando sua boca alcançou a minha eu esqueci quem eu era e quem ele era. Só sabia aproveitar o momento, e que momento!

O que aconteceu depois eu não lembro, os malditos detalhes sumiram da minha memória e eu acordei no outro dia completamente de mau humor e com uma terrível dor de cabeça. Levei o maior susto da minha vida ao me deparar com o Ryan completamente pelado dormindo na cama, na manhã seguinte.

Claro que nós brigamos, eu disse que ele era um aproveitador e ele disse que a culpa era toda minha, eu disse para ele me esquecer e esquecer o que tinha acontecido, porque NUNCA mais iria acontecer novamente. Trocamos mais alguns xingamentos até eu me vestir e sumir dali, daquela casa, daquele homem. Maldito cretino gostoso, que acabou com a minha lucidez.



Paixão em ChamasOnde histórias criam vida. Descubra agora