Fernanda

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Mais tarde, naquele mesmo dia. Eu já havia tomado meu banho, estudado para a minha prova de hoje e estava pronta para ir pra faculdade.

Nesse exato momento, me encontrava desesperada, pois não conseguia encontrar as folhas de um trabalho sobre o funcionamento do coração humano, que era para ser entregue hoje. Já revirei toda a minha bolsa, mas nada achei.

Sentei na cama. Respirei fundo. Tentei calcular minhas notas sem esse trabalho. Até dava para fechar, mas com o trabalho eu teria certeza que teria uma boa nota final. Pense Fernanda....

Pense....

Já sei!

Deixei lá na sala do meu pai. Lá nos bombeiros. Terei que passar lá. Olho no relógio. Shit. Estou atrasada. Saio correndo de casa, pego as chaves do carro. O trabalho do meu pai não era longe de casa, mas já fui de carro para não precisar voltar depois.

Odeio atrasos.

E sempre me atraso.

Isso é irritante.

Não. Irritante é me encontrar com o Ryan no corredor. Duas vezes num dia ninguém merece. Entro correndo pela porta enorme em direção à sala do meu pai. Viro a direita para entrar no corredor e dou de frente com ele.

Quase caí no chão, mas o idiota me segurou antes. Olho em seus olhos e sinto nojo ao lembrar que ele passou a noite com a minha irmã e a amiga dela.

Ele sorri. O sorriso dele era lindo. Seus braços fortes ainda me envolviam. Eu senti minha calcinha molhar.

- Calma doutora. Onde é o incêndio?

- Sai da minha frente Ryan. Estou atrasada. Me deixa passar.

Eu tentei dar um passo e empurrar ele para o lado, assim eu conseguiria passar. Mas ele parecia ter sido grudado no chão. Nem se moveu. Então o fato de eu ter ido para a frente me fez ficar mais perto dele.

O cheiro dele era divino.

De virar os olhos.

Aquela camiseta vermelha que ele usava estava bem grudada em sua pele, os músculos do seu braço estavam saltando para fora.

Eu precisei me focar na raiva, para não derreter nos braços dele.

Como pode alguém tão irritante ser tão gostoso?

Eu olhei em seus olhos novamente, ele estava encarando minha boca. Eu comecei a falar para que ele me deixasse passar, mas então ele me atacou.

Sua boca na minha boca.

Seu braço apertando minha cintura, me levando para mais perto dele (como se isso fosse possível). Sua mão na minha nuca, evitando que eu me afastasse.

Aproveitei aquele beijo. Eu não estava bêbada, amanhã eu iria lembrar disso. Então me afastei.

Amanhã eu lembraria e sentiria raiva de mim mesma, por ter deixado um idiota como ele me beijar. E sem contar o fato da minha irmã dizer estar apaixonada por ele.

Dei um empurrão com toda a minha força. Ele ia falar alguma coisa, mas eu o cortei antes:

- Nunca mais faça isso de novo. Ouviu? Eu não sou a minha irmã e muito menos a amiguinha dela. Me deixe em paz Ryan, vá cuidar da sua vida.

Então saí de perto dele e entrei na sala do meu pai. Como eu imaginava, meu trabalho estava na mesinha perto da janela.

Respirei aliviada.

Voltei para o meu carro e felizmente não encontrei mais o Ryan no caminho.

Liguei o carro e fui para a faculdade fazer a prova.

Só espero não ter me esquecido do que estudei por causa daquele beijo maldito.

Que aliás, não sai da minha mente.

Paixão em ChamasOnde histórias criam vida. Descubra agora