Fernanda

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Saí do hospital e fui direto para a casa da Nat. O irmão dela que abre a porta, não tinha visto mais o Augusto desde a noite na boate e eu definitivamente não havia feito mais questão de encontrá-lo, sei lá, é estranho.

- Oi Fê!

- Oi Augusto, a Nat tá?

- Tá sim, lá no quarto dela, pode ir lá.

Não respondo. Passo por ele e subo até o quarto da minha amiga.

-Oi Nat.

- Fê! Que bom que veio aqui. Estava mesmo querendo falar com você! Que história é essa de festa e a senhorita não me convidou?

- Ah! Isso é coisa da Fabi. Nem fazia muita questão, na verdade vim aqui pra gente sair juntas pra outro lugar.

- Não mesmo, vamos para a sua casa, todo mundo vai estar lá. Eu já estou prontissima. Vamos?

Reviro os olhos para a Nat, sei que depois que ela decide alguma coisa ninguém consegue fazê-la mudar de ideia. Espero ela terminar de passar batom e fomos juntas para a minha casa. Chegamos lá e algumas poucas pessoas começavam a chegar. A Fabiana estava linda e super maquiada. 

Deixei a Nat com a Fabi na sala e subi para o meu quarto, precisava de um banho. Tirei minha roupa e deixei tudo em cima da cama, como meu quarto não seria o local a ser frequentado. Não me preocupei com a roupa na cama, me vesti, não estava interessada em me preparar tanto para essa festa, então optei por um vestido preto básico, super colado e um batom vermelho, junto com uma sandália preta. Estava pronta. 

Desci e muitas pessoas já estavam ali, na sala, a música estava alta, vi pessoas dançando, bebendo, namorando. Vejo que a Nat está no meio da pista, dançando como louca com um copo na mão, opto por pegar uma bebida e me juntar a ela, vou até a cozinha onde estava os drinks e esbarro em ninguém mais, ninguém menos, que no bombeiro idiota. Eu realmente acho que tem alguém de sacanagem lá em cima, só pode, não é possível esbarrar tanto em uma pessoa. Não é normal!

- Opa doutora!

Obrigo a erguer meus olhos até encontrar os dele, sinto o cheiro do seu perfume e um arrepio percorre o meu corpo. Respiro fundo e sorrio com minha melhor cara sínica.

- Ryan! Ainda está vivo? Achei que a essa hora meu veneno mortal já tivesse feito estrago.

Ele riu. Seu sorriso era lindo, sou completamente apaixonada por sorrisos. E o sorriso dele era incrível.

- Não é dessa vez que você me mata doutora. Apesar de quase me causar um infarto com esse vestido. Puta que pariu.

Ele me olha da cabeça aos pés e quando chega no meu olhar novamente, dá uma piscada e passa a língua pelos lábios. Eu sorrio para ele, dou um passo para o lado e vou até a bancada pegar uma garrafa de cerveja.A mesa de comidas estava linda, decido pegar um salgado antes de voltar para a sala. O Ryan estava perto de mim, também pegando comida na mesa.


- Achei você meu amor! Venha, quero que conheça o meu quarto.

Rapidamente a minha querida irmã chega e arrasta o futuro namorado dela pelas escadas. Eu tomo um gole da minha cerveja e vou para a sala dançar.

- Amiga, a festa está ótima, mas essas músicas são horríveis, não tem nada melhor não?

Super concordo com a Nat. Lembro de ter um pen drive com algumas músicas lá no meu quarto, decido ir buscar. O tal pen drive deve estar na minha bolsa da facul, já que tinha pedido pro Leo, um colega super legal colocar algumas músicas para mim. Subo lá para buscar a salvação para os ouvintes da festa.

Para minha completa surpresa encontro o Ryan dentro do meu quarto, é claro que fico irritada, que cara petulante!

- O que está fazendo aqui Ryan?

Ele se assusta quando me vê entrando pela porta.

- Oi doutora.

Ele sorriu com aquele jeito sinico que eu odeio. Esse cara é um babaca mesmo.

- Me responda Ryan! O que quer aqui? Não tem nada para você no meu quarto.

Eu coloquei minhas mãos na cintura e fiquei esperando por uma resposta daquele idiota. Ele continuava sorrindo, como se estivesse pensando na desculpa que iria me dar. Olho para baixo e percebo um volume em suas calças, mais precisamente em seu bolso direito. Ele havia pegado alguma coisa minha e quando percebeu que meu olhar estava ali, colocou sua mão na frente do bolso.

- O que você tem aí no bolso? É meu, devolve.

- Nada aqui é seu baby, tudo o que tenho aqui me pertence.

Ele deu alguns passos em direção à porta, mas eu parei em sua frente, não iria deixar que ele saísse sem me dar explicações e sem me devolver seja lá o que for que me roubou.

- Nada aqui pertence a você. Me devolva o que pegou!

Eu banco a mandona, continuo com minhas mãos na cintura, batendo o pé, enquanto ele continua sorrindo descaradamente para mim. Ele colocou a mão dentro do bolso e tirou de lá a calcinha que eu estava usando anteriormente e havia deixado em cima da cama, ele leva a calcinha em direção ao seu nariz e a cheira no mesmo instante que fecha os olhos.

Confesso que aquele movimento dele me pegou de surpresa e eu acabei ficando um pouquinho excitada ao observá-lo. Ele abre os olhos, sorrindo, devolve a calcinha para o seu bolso, eu não consigo falar nada, me sinto travada e muito fodidamente excitada. Ai que raiva desse Ryan!

- Me..me devolve..Ryan.

Eu falo baixinho e gaguejo muito, mas os olhos dele permanecem firmes nos meus e percebo que aos poucos ele está se aproximando enquanto eu não consigo me mover.

- Sua calcinha me pertence agora. Seu cheiro é delicioso.

Ele chega perto demais, sinto sua respiração em meu pescoço e tenho vontade de puxá-lo para mais perto e beijá-lo, ele passa a língua em minha orelha e desce até o meu pescoço, involuntariamente eu solto um gemido e fecho os meus olhos. Sinto o calor que vem do corpo dele e percebo que minha calcinha, a que eu estava usando nesse momento, fica molhada pela minha excitação. Ele dá um beijo em meu pescoço e se afasta, me deixando ali, parada na porta, excitada e com os olhos fechados.

Quando finalmente percebo que estou sozinha, me recomponho, praguejo alto irritada. Argh! Como eu odeio esse bombeiro idiota. Pego o pen drive e volto para a sala, mas sem esquecer de fechar a porta do meu quarto dessa vez.


Paixão em ChamasOnde histórias criam vida. Descubra agora