Ryan

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Pura que pariu. É a Fernanda!

Caralho.

- Ryan é impressão minha ou a garota que tá lá dentro é a filha do Capitão?

O Marcelo se aproxima enquanto segura a mangueira se preparando para começar a apagar o fogo.

- É ela mano, puta que pariu. Essa mina é louca. Eu vou entrar lá, segura as pontas aí.

Olho pela janela e levo um susto quando vejo que a Fernanda atirou a criança pela janela. Os bombeiros pegaram a menina e eu só penso em salvar a loirinha.

Corro pra dentro da casa incendiada o mais rápido possível, se a Fernanda atirou a criança só pode que algo ruim estava prestes a acontecer.

Meu coração acelerou enquanto procurava uma forma de passar pelas chamas sem me queimar. O medo de que algo pudesse ter acontecido com a doutora me domina.

Porra!

Essa garota não tinha nada que ter entrado aqui.

Extremamente difícil passar pelas chamas, mas finalmente alcanço as escadas, sem chance de subir, tá tudo destruído.

- FERNANDAAA.

Grito o mais alto que consigo. Porra! Ela não pode se machucar. Não sei o que faria se algo acontecer com ela.

Droga. Esses pensamentos em nada ajudam, porra.

Eu sempre mantenho o controle nessas situações. Sempre sei exatamente o que fazer, mas agora me sinto desesperado. De mãos atadas.

E daria tudo para que esse sentimento tivesse ocorrido pelo fato da doutora ter me amarrado na cama, como da outra vez, do que nessa situação que estou agora.

- Socorro.

Ouço a voz mais linda do mundo vindo de algum lugar que ainda não consegui decifrar.

- Fernanda eu tô aqui. Me diz.. onde você está?

As chamas consomem rapidamente tudo por onde passa, aqui está tão escuro que não consigo ver muita coisa ao meu redor.

- Ryan..aqui.

Ela fala novamente e pelo seu tom de voz isso não é nada bom. Ela deve estar machucada. Porra!

Corro tentando seguir a sua voz e empurro com toda a minha força uma estante na minha frente. A casa está uma bagunça o chão do segundo andar despencou totalmente e encontro a Fernanda caída no chão cercada por madeiras e panos. A encrenca caiu encima do sofá da sala. Puta que pariu. Ela é de sorte. Graças a Deus.

Podia ter morrido com a queda, mas o sofá reduziu o impacto e ela está apenas com arranhões e talvez dores no corpo.

- Ufa. Você é maluca garota? Parece que não sabe que não se entra numa casa pegando fogo. Por que não esperou a gente chegar?

- Ah para Ryan, não me venha com lição de moral.

Eu rio pra ela, enquanto a ajudo a se colocar de pé, a garota ainda encontra energia pra discutir comigo.

Sinto alívio em meu coração e uma vontade enorme de beijá-la, mas me contenho. Primeiro vamos sair daqui. Essa porra tá pegando fogo.

- Vem, vou te tirar daqui.

- Ah falou o herói.

Ela revira os olhos enquanto sacode as sujeiras de sua roupa.

- Não vai querer brigar aqui no meio do fogo né?

- Não, não quero brigar. Não quero nada com você.

- Vamos deixar pra discutir a relação depois, beleza? Agora para de ser marrenta e deixa eu te tirar daqui.

Pego ela pelo braço, mas a danada se afasta do meu toque.

- Não tem relação nenhuma para ser discutida Ryan, não precisa me tocar. Não sou tuas peguete.

Ah. Saquei. A doutora tá de birra, aposto que já ficou sabendo da minha noitada com a mulherada.

- Claro que não é, você me dispensou, lembra?

Ela me olha meio chocada. Mas tudo o que estou falando não passa de verdades.

Eu sou maluco por ela, mas quem vive me esnobando e não dando a mínima pra mim é ela. Tá legal que eu sou um péssimo pretendente, pois não consigo manter o pau longe de uma grutinha, mas isso não é motivo pra ela me odiar. Aliás, nunca entendi o real motivo pra essa maluca me detestar tanto.

Continuamos nos encarando e sinto algo queimar dentro de mim, não, não tem nada a ver com o fogaréu ao nosso redor. Algo queima dentro de mim, mas antes que eu consiga sequer entender o que sinto, a doutora revira os olhos e se afasta.

-Vamos logo, Ryan, não quero morrer ao seu lado.

Seguro ela pelo braço e a puxo para mais perto de mim. Ela olha em meus olhos meio assustada e eu só consigo pensar em sua boca ali tão perto. Então, antes que a doutora se afaste eu beijo a sua boca com pressa. Enfio minha língua procurando desesperadamente pela dela, e quando ela começa a derrubar suas barreiras se entregando pra mim, meu coração não aguenta, meu pau já fica em alerta e eu seria capaz de foder ela aqui mesmo, no meio do fogo. Uma paixão em chamas.

Paixão em ChamasOnde histórias criam vida. Descubra agora