➰The Dream➰

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O que fazer quando a única coisa em que você consegue pensar é em comida? Eu estava deitada na cama improvisada daquele quarto nojento, olhando para o teto e acariciando minha barriga. Estou assim a uma semana. UMA SEMANA. Só fico tentando imaginar o que está acontecendo em casa.

Ouço a porta de ferro de abrindo e dou um salto, mas caio de joelhos com a dor que senti.

- Hora de conversarmos.

- Não tenho nada para falar para você, Tyler. - Falo, mostrando toda a raiva que sinto por ele, em minha voz.

Com dificuldade me levanto e sento na cadeira ao meu lado. Tyler me olha dos pés a cabeça e ri.

- Como sempre, você está agindo igual a uma inútil.

- O que você quer? - Falo pausadamente.

- Park me disse que você está gravida.

Um gelo corre pela minha espinha. Isso não é bom. Ele não pode fazer o que eu estou pensando...

- Se isso for verdade, temos que resolver esse probleminha.

Lágrimas rolam pelo meu rosto.

- Não por favor! Essa criança não tem culpa de nada, você não pode tirar uma vida inocente! - Grito.

- Posso e vou.

Tyler da um passo em minha direção, olho para os lados procurando uma saída, mas não há.
Vejo um prego jogado no chão e me apresso a pega-lo. Uso toda a minha raiva para enfiar o prego no ombro do homem infeliz a minha frente.
Ele geme de dor e recua uns passos, perdendo o equilíbrio e caindo no chão.

Aproveito a chance e corro para fora daquele quarto fedido, não me importo em fechar a porta.

A casa onde estou tem muitos corredores, fazendo eu me perder. Olho de um lado para o outro e só vejo portas e mais portas. Quando eu ia entrar em uma, ela se abre, revelando Park.
Ele me encara com os olhos cheios de remela e quando penso que ele vai falar algo, ele apenas boceja.

Não agüento e começo a rir da situação. É um dom meu rir em situações erradas.

- Do que está rindo, idiota? - Ele resmunga, fazendo-me rir mais ainda. - E como você escapou? - Seu tom de voz muda para pânico.

Arregalo os olhos e volto a correr, quando esbarro em algo. Tyler. O prego não está mais em seu ombro, mas ainda sangra.

- Eu vou conseguir um bom dinheiro com você. - Ele sorri maliciosamente.

Sinto uma pancada forte na cabeça, então tudo escurece novamente.

Acordo com o sol incomodando meu olho, assustada me levanto e percebo que não estou mais trancada naquele quarto, estou em uma floresta. Parece o paraíso... Árvores saudáveis, flores lindas e cheirosas, o céu limpo... O que aconteceu?
Por reflexo, ponho a mão em minha barriga esperando sentir aquele pequeno volume- que significava que meu bebê estava ali, saudável- mas não há volume. Começo a chorar desesperadamente.
Até que sinto uma mão em minhas costas, o toque é suave. Olho para trás e me deparo com uma criança linda, seus cabelos são lisos com cachos nas pontas e loiro, suas bochechas perfeitas e rosadas, seus olhos verdes e penetrantes.

- Por que está chorando mamãe? - A voz suave da menininha ao meu lado chega aos meus ouvidos.

- Quem é você pequenina? - Pergunto.

- Sua princesa mamãe. - Ela sorri, fazendo suas covinhas aparecem.

- Mas como...?

- Voce tem que ir mamãe, tem que sair de lá e achar o papai, ele não está bem. - A menininha me da um beijo na bochecha.

- Qual o seu nome? - Pergunto, perplexa.

- Você logo saberá. - Ela sorri pela ultima vez antes de sair correndo e tudo escurecer.

Abro os olhos e percebo que ainda me encontro no quarto do terror. Olho em volta, procurando por alguma resposta. Isso foi um sonho? Pareceu tão real que por momentos pensei que ela era mesmo minha filha. Filha... O bebê...

Coloco minha mão em minha barriga e sinto o pequeno volume. Suspiro, aliviada.

- Pode não ter sido real, mas sinto que Daniel realmente não está bem. Algo está errado.

Melody [Acabada]Onde histórias criam vida. Descubra agora