➰Reecontro➰

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Uma forte luz branca é a primeira coisa que vejo quando abro os olhos, olho ao redor e percebo que estou no hospital. Desesperada passo a mão em minha barriga e sinto um chute. Sorrio aliviada e emocionada.
A porta do pequeno quarto em que me encontro é aberta. Minha primeira reação foi sorrir, mas em seguida tentei me levantar apressadamente para abraçá-lo, acabando por sentir uma dor em minha coluna me fazendo sentar novamente.

- Vai com calma, sei que está emocionada ao me ver. - Matheus zomba.

- Cala a boca e me abraça. -Murmuro com voz fraca, por causa do choro.

Posso ver seu corpo vacilar e correr para me abraçar.

- Vai com calma. - Repito sua frase zombeira, sentindo novamente uma dor nas costas.

- Desculpe. - Ele diz limpando as lágrimas.

- Senti tanto a sua falta. - Falo, mas logo uma lembrança me atinge e sou obrigada a perguntar. - Como sai de lá? Cade o Park? E o que houve com Tyler?

- Respira, você não pode ficar nervosa!Assim que você desmaiou o fogo começou. Park te levou para o porão, sabendo que lá havia uma saída. A polícia chegou logo depois. Encontraram Tyler morto com uma corda no pescoço: suicídio. E Os policiais acharam melhor trazê-la para o hospital, pois viram que você estava gravida e todo o estresse que foi submetido pode ter prejudicado o bebê.

- Prejudicou? - Minha voz sai embargada.

- Não. - Ele diz e me da um beijo na testa. - Sua filha está saudável.

Uma batida na porta me impede de responder. Meu coração salta ao achar que pode ser Daniel. Mas assim que a porta abre, decepção me consome.

- Dr. Lee - Mateus cumprimenta o homem.

- Olá Matheus. Como se sente Melody? - A atenção dos dois é dirigida a mim e me encolho mas cobertas.

- Estou apenas com uma dor nas costas, mas bem. Posso receber alta? - Pergunto ansiosa.

Dr. Lee solta uma pequena gargalhada e reponde:

- Sim, já pode ir para casa. Os remédios recomendados estão com seu irmão e antes de saírem não esqueçam de assinar o papel com a recepcionista.

Ele sai, me deixando sozinha com Matheus. Não agüentando mais a agonia que me sobe no peito, pergunto.

- Onde está o Daniel?

Seus olhos se arregalam e voltam a se encher de lágrimas.

- Matheus, cade o Daniel? - Minha voz sai mais autoritária agora.

Meu peito sobe e desce, meus pulmões ardem. Meus olhos se enchem de lágrimas.

- Ele... Ele desmaiou no dia do seu resgate ( a três dias atrás), e não acordou até agora. - Matheus diz.

Minhas pernas criam vida própria e me levam até a recepção. Matheus está ao meu lado tagarelando que eu deveria voltar para cama, mas ignoro.

- Com licença. - Chamo a moça do balcão. - Poderia me dizer onde Daniel Mccoy está internado?

- Quarto 256, quinto andar.

Ando até o elevador, minha respiração está pesada.
Assim que me encontro em frente ao quanto 256, minhas mãos começam a tremer e sinto tudo a minha volta parar. Alcanço a maçaneta e giro, abrindo a porta tendo a perfeita visão de Daniel.
Sua pele pálida e frágil envolta por fios e fios.
Lágrimas caem de meus olhos novamente enquanto me aproximo de sua cama. Pego em sua mão, depositando um beijo nela. Levo sua mão até minha barriga e nesse momento minha bebê chuta. Sorrio e choro ao mesmo tempo.

De repente, os sinais vitais de Daniel fazem aquele som indicando que o coração parou. Olho em pânico para Matheus, que grita algo no corredor.

Abaixo no nível do ouvido de Daniel e mesmo com choro intenso, ainda tento dizer:

- Não desista, meu amor. Por nós. Pela nossa filha. Estarei aqui quando você acordar.

Dou um beijo em sua testa fria e sou puxada para fora do quarto por Matheus. Abraço este e choro, até sentir minhas pernas fraquejarem e cair de joelhos no chão, sendo amparada por Matheus.

Melody [Acabada]Onde histórias criam vida. Descubra agora