Melody [Acabada]

➰Alguém➰

"Ele aperta meu celular e eu fico pasma. O celular se partiu em dois."

Oito horas em ponto a porta do meu quarto se abre, revelando Daniel. Senti um ódio subindo pelas minhas espinhas.

Primeiro, por que ele entrou sem bater. Ele não tem educação?

Segundo, ele me chamou de baixinha mais cedo.

- Jonathan quer você lá em baixo, agora. - Ele me encarou e saiu, fechando a porta atrás de si.

Respirei fundo, me levantei e desci as escadas. Segui até a sala de jantar e todos estavam lá, me esperando.

- Querida, que saudade. - A vaca, digo, Helen, me abraçou.

Abracei ela por educação, pois queria jogar ela pela janela.

- Bem, vamos comer. - Ela disse, enquanto saltitava em direção a sua cadeira.

Me sentei ao lado de Jonathan, ficando de frente para a meleca.

Por favor, tirem o Daniel daqui, ou não vou conseguir comer.

Depois de comermos, Helen pediu a nossa atenção.

- Melody, bem vinda a familia. Como toda familia temos regras. E as nossas são: Chegar em casa até as nove; esta proibido levar namorado ou namorada para o quarto; Quando vocês dois ficarem sozinhos, estão proibidos de por um pé se quer para fora... - E a vaca continuou listando as regras estupidas, porém eu não tive paciência para escutar.

Mas eu escutei a parte em que ela falou " pode ir dormir, você deve estar cansada da viajem".

Mais tarde, quando eu estava deitada em minha cama, ouvindo Paramore e lendo meu livro preferido "A escolha" (Sim, gosto de livros de romance),vejo a cabecinha do ser chamado Jonathan.

- Só queria avisar que estamos indo viajar e só voltamos em três dias. E como você ouviu as regras, não pode sair enquanto eu e Helen não voltarmos. O mesmo vale para o Daniel. Por favor não se matem. E se precisar de mim, lige para o telefone da Helen. - Ele disse.

- Mas não tenho celular. - Falo, virando meu rosto para o lado oposto, para que ele não pudesse ver a lagrima que havia caido, graças a uma lembrança que me atingiu.

"- Você é uma inútil, não serve nem para lavar uma louça. Você só fica nessa merda de celular. Quer saber? Essa palhaçada vai acabar aqui e agora. - Meu pai diz, vindo em minha direção e arrancando o celular da minha mão.

Ele aperta meu celular e eu fico pasma. O celular se partiu em dois.

Começo a chorar, pois aquele celular era a única coisa que me restou da minha mãe. Lá haviam poesias, textos, fotos, e o diário da minha mãe.

Ele pega o celar e joga em cima de mim."

- Agora tem. - Ele fala, me tirando dos pensamentos.

Vejo uma caixinha em sua mão. Um...

-IPhone? - Pergunto, olhando espantada para o celular.

- Sim. Você não gostou? Tudo bem. -Ele disse, rindo.

- Não é isso. - Gaguejei. - É só... Esquece, obrigada.

Ele riu mais uma vez e saiu.

Sento na cama, com a caixinha do IPhone em minhas pernas.

Na manha seguinte, desço as escadas esperando encontrar um idiota assistindo televisão, mas felizmente, a casa parecia estar vazia.

Pego meus fones e vou para cozinha. Danço igual a uma doida, enquanto faço meu lanche.

- Essa é a minha parte preferida. - Falo, largando tudo e dançando a coreografia da música.

Até que esbarro em algo, ou alguém.

Olho para trás e faço uma careta. Já ele, a meleca gosmenta, ri.

- Bom Dia para você também. - Ele fala.

- Não enche. - Falo, entre os dentes.

- Olha, acabamos de nos conhecer. Precisamos mesmo nos odiar? - Ele pergunta, me surpreendendo.

Olho para ele, ainda surpresa.

- Tem razão, desculpe. -Digo, e viro de costas.

- Você dança bem. - Ele comenta.

Coro na mesma hora, murmurando um "obrigada".

Enquanto terminava meu lanche, senti seus olhos queimando em minha nuca, observando cada movimento que fazia. Comecei a me sentir incomodada e me virei para ele. Ele me encarou e eu encarei ele.

- Se você continuar a me olhar desse jeito, será impossível tentar ser gentil com você. - Falei calmamente.

Ele não respondeu, apenas saiu da cozinha, e pude ouvir seus passos na escada.

O que esse cara tem?