Melody [Acabada]

➰O susto➰

- Bem-Vinda. - Luke Diz.

Entro em seu apartamento e observo. É bem arrumado, tudo limpo e organizado. O que me deixa bem surpresa, pois ele me disse que mora sozinho e geralmente casas de homens são bem bagunçadas.

- Gostou? - Ele pergunta atrás de mim.

- Sim.

- Vem, você deve estar cansada. Sorte sua que quando comprei esse apartamento pensei que precisaria de mais um quarto. - Ele diz, me guiando em direção ao quarto que vou ficar.

- Para que você precisaria de outro quarto?

- Ah... - Ele abaixa a cabeça e coça a nuca. - Quando eu me mudei para cá... A minha namorada... Hum...Bem... Estava gravida. - Ele olha para o outro lado.

- Grávida? O que houve com ela? - Pergunto, já com a consciência pesada por ter aceitado vir para cá.

- Bem, eu descobri que o bebê era de outro homem. - Ele tenta esconder, mas posso ver uma lágrima. - Mas não faz diferença, eu nem estava pronto para ser pai mesmo.

- Luke... - Falo e o abraço.

Ele me abraça de volta e esconde seu rosto em meu pescoço. Ficamos assim por não sei quanto tempo, esperei que Luke se acalmasse e me afastei.
Quando entrei no quarto vi uma cama de casal no meio e coisas de bebê no canto. Aquilo me partiu o coração.

Peguei meu celular, para me distrair daquela pontada no peito.
Vejo 7 mensagens e 44 ligações. Metade de Daniel e a outra metade do meu irmão.
Decido abrir as mensagens e todas elas dizem a mesma coisa:

"Onde você está? Você está bem?" Ou "Me desculpe, eu não queria dizer aquelas coisas, você está bem? Ligue quando ver essa mensagem, seu irmão está preocupado"

Então foi dai que a idéia surgiu. Uma P-e-g-a-D-i-n-h-a. Saio do quarto e encontro Luke assistindo TV no sofá.

- Preciso de uma ajudinha. - Digo, dando um sorriso malicioso.

- Pelo seu sorriso maléfico, posso ver que não é boa coisa. - Ele ri.

Explico para ele e entrego meu celular.

- Alo? É da casa dos Mccooy? Olá, meu nome é Tye e tenho más notícias. - Posso ouvir Daniel dizer do outro lado da linha "Foi a Melody não foi?" - Sinto lhe dizer mas encontramos o corpo de Melody Mccoy em um rio.

Prendo a risada e Luke tenta se manter na postura de lamentação.

- Sinto muito. - Ele diz e desliga.

Gargalho e faço um sinal positivo com as mãos.

- Você foi demais, cara.

- Otimo, agora vamos para a parte dois do plano. - Ele pisca um olho e se levanta.

Depois de alguns minutos dentro do carro com ele, pude perceber que gostamos das mesmas coisas e pensamos da mesma forma. Nunca vi um cara tão maneiro assim.

Paramos uma rua antes da casa de Daniel, pego minhas chaves e entro pelo portão da frente sem fazer muito barulho. Chegou a parte mais difícil: Pular para a janela do meu quarto.

Depois de uma ajudinha do Luke, consegui subir. Vejo ele subir também e me apresso.
Com passou cuidadosos, abro a porta do meu quarto e vou até o fim do corredor, tentando ouvir o que eles estão dizendo. Sim, eles, pois depois da ligação de Luke, Jonathan e Matheus voltaram para casa.

- Eu não acredito nisso. - Posso ouvir a voz chorosa de Matheus. - O que a levou a fazer isso? Pensei que ela estivesse feliz, eu fiz de tudo para que ela ficasse feliz.

Ouço seus soluços e sinto vontade de chorar também.

- Me desculpe, Mateus. - Daniel fala, com voz embargada. - Foi minha culpa, nós brigamos e eu disse muitas Merdas para ela. Ela já estava sensível e eu fiquei repetindo que ela era inútil.

- Você disse o que para ela? - Matheus pergunta com raiva.

- Eu... desculpa. - O choro de Daniel é intenso.Wow, Daniel nunca chora.

- Desculpas não a trarão de volta, seu imbecil. - Ele grita. - Você merece morrer.

- Eu sei. Vou resolver isso agora mesmo.

Meu coração dispara e olho para Luke, assustada. Ele entende o recado e desce as escadas, chamando a atenção de todos.

- Quem é você? - Jonathan pergunta.

- Melody está bem. - Luke diz.

Apareço na escada e todos me olham, assustados e aliviados.

Matheus é o primeiro a correr em minha direção e me abraçar. Seu choro de alívio é inconfundível.
Assim que Matheus se solta de mim, Jonathan também me abraça, e aproveita para me dar um sermão.

Olho para Daniel, que está um pouco afastado e de cabeça baixa, ele não precisa se sentir culpado... Não é justo. Mas se ele não quer me abraçar, não tem problema, seria idiotice se eu me importasse com isso.
Olho para ele, e dou um sorriso, simbolizando que está tudo bem. Ele retribui o sorriso, só que o dele pareceu de uma criança que acabou de receber um doce, e corre para me abraçar.

O impacto é tanto que eu quase vou de encontro com a parede, porém Daniel segura minha cintura e me aberta contra ele.
Fico na ponta dos pés e agarro seu pescoço.

- Eu te amo. - Ele diz, baixinho. - Nunca mais me deixe.