Keep This Name || ls (hiatus)

15. Tea

[Meio que inverte a mídia, mas okay. Boa leitura!]

Louis encarava a tela de seu notebook, que estava aberto no aplicativo de documentos, como se fossem surgir palavras em sua frente. Seus dedos batucavam a mesa, ora iam em direção ao teclado, mas desistiam. Camila assistia o garoto agoniada, não sabia o que ele estava fazendo, mas ele estava muito concentrado.

A garota parou ao seu lado, olhou diretamente para a tela e encontrou uma pagina em branco. Confusa, ela voltou a se sentar a sua mesa e o garoto nem percebeu a movimentação.

O estúdio estava em um dia calmo de meio da semana. Vinham alguns pedidos, mas esses eram marcados para outros dias ou algum fotografo pegava em seu lugar, e Louis estava mais que agradecido. Poderia escrever.

Poderia.

Ele parou em frente à tela e tentou vasculhar de sua mente todas as suas idéias, mas não tinha idéias para buscar. Estava calmo, embora. Não queria se estressar por algo que já imaginava que iria acontecer.

Acordou de seu transe e encarou o teclado, sorrindo tristemente e encarou Camila a sua frente. A garota trabalha em algumas fotos que haveriam de ser mandadas por email para uma cliente e já havia desistido de tentar conversa com o rapaz a sua frente. Só mudou sua atenção para ele quando sua voz se fez presente:

— Camila!

— Pensei que estivesse hipnotizado! Estava começando a ficar com medo — disse isso enquanto virava seu corpo totalmente para frente e colocava seus ambos os braços sobre a mesa. — Pensei que estivesse assistindo alguma coisa, mas estava encarando a tela branca.

— Estava tentando escrever, nada sai!

— Escrever? Por acaso você tem um blog ou algo assim?

— Não, eu quero escrever um livro... Mas não tenho idéias.

— Que tal uma garota loira e olhos azuis, que nunca teve amigos... Vai para uma cafeteria e derrama café em um cara maior que ela, o mais lindo... Eles se apaixonam e fim.

— Não use seu tom de ironia comigo, garota! — exclamou e a garota gargalhou. — Aaaaah! — grunhiu e jogou a testa contra o teclado, ao sentir o baque, gemeu por sentir uma leve dor.

— Tem que ser burro mesmo — a morena falou, negando com a cabeça e voltando ao que fazia antes.

Já Louis, ficou pensando em mil possibilidades para uma estória emocionante de romance ou algo que viesse a sua cabeça. Teve algumas pequenas idéias, mas sabia que não seriam o suficiente ou já escreveram sobre.

Frustrado, ele grunhiu e olhou no grande relógio da parede. Faltava pouco para sua saída, já que nesses dias de pouco movimento ele saia algumas horas antes. Cruzou os braços na altura do peito e encarou o computador a sua frente, como se estivesse trucidá-lo.

— O coitado não tem culpa! — Camila gritou para o garoto, que olhou para ela com uma expressão confusa. — Não me olha com essa cara, já basta o computador, você estava ameaçando uma maquina com o olhar. Meu Deus, olha com os tipos que eu trabalho.

— Me pergunto a mesma coisa — rebateu e Camila lhe mostrou a língua infantilmente. — Criança.

Louis correu pelas ruas de Londres, uma chuva fininha caia sob sua cabeça e fazia com que os fios se rebelassem. Segurava firme sua bolsa, com seu notebook e câmera, contra o peito e quase trombava com pessoas desconhecidas pela calçada.