Capítulo 20 - Ressaca

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No outro dia, Luana acordou e já foi preparar os remédios para a amiga tomar. Escutou uns resmungos vindo do quarto.

Ai... Luana? — Melissa falava com a voz abatida, dando para perceber a ressaca e a dor.

— Tô aqui! — Luana entrou no quarto com um comprimido e um copo de água. Tentou sorrir, se mostrando prestativa mas foi em vão.

— Minha cabeça! Tá doendo muito... — Melissa reclamava, colocando a mão na cabeça e se mostrando totalmente cansada.

— Você se lembra de alguma coisa? — Luana desejava contar tudo a amiga.

— Eu lembro que te vi com o Gustavo e eu fiquei com um cara de cabelo preto. E lembro que eu vomitei e que o Gustavo trouxe a gente pra casa. . — Falou, deitando-se na cama depois de engolir o comprimido.

Só? Uau. Você nem imagina... — Luana deixou a amiga curiosa e preparava-se para contar detalhadamente tudo que havia acontecido.

— O que eu fiz de errado? — Melissa sentou na cama para escutar a amiga.

— Você ia fazer muita besteira. Mas eu impedi. — Luana esboçou um sorriso, se gabando.

— Conta!

— Primeiro, você bebeu tanto que não conseguia nem parar em pé. Depois você pegou loucamente o cara de cabelo preto e por fim, quis transar com ele. — Nesse momento Melissa ficou vermelha de vergonha. — Quis ir pro apartamento do Rafael e tudo. Eu te segurei e mandei você vomitar aquela vodka toda. — Luana olhou fixamente pra amiga.

— Que vergonha! Meu deus... Eu tava fora da minha pessoa, não é possível isso! — Melissa escondeu o rosto entre as mãos.

— Acredite. Você tava muito doida! — Luana ria.

— E você e o Gustavo?

Luana fechou a expressão alegre que tinha.

— A gente ficou e... E teve uma hora que a gente subiu pro apartamento do Rafael e quase... Transamos. Eu parei na hora. — Luana corou. Olhou para Melissa,perdida.

O que? Amiga! Mas... Rolou alguma coisa? — Melissa ficou curiosa.

— Não! Eu não deixei! — No fundo Luana teve vontade mas na hora, travou. Não conseguia deixar rolar ali. Não naquela hora.

— Você sabe que um dia vai rolar,né amiga? Comigo e com você... — Melissa tinha mais vontade de deixar rolar, mas nunca achava a pessoa certa.

— Eu sei. Mas eu não tô pronta,não agora. Você acha que tá pronta? — A menina tinha suas inseguranças também. E torceu para a amiga também ter.

— Eu nunca vou estar pronta. A gente nunca vai estar. Tem que deixar ir, amiga. Se ali na hora for e a gente quiser continuar, deixa. Não adianta querer estar pronta porque nunca vamos estar. — Melissa fazia um coque enquanto encorajava a amiga.

— Não sei. Então você acha que eu devia deixar rolar com o Gustavo? — Luana não queria que fosse com Gustavo. Mas ao mesmo tempo achava que ele seria a pessoa ideal.

— Se você quiser... Sim.

— Não sei se eu quero. Ah! Esquece essa história! — Luana nunca gostou de falar dessas coisas e aquela foi a primeira vez que falou tanto daquilo.

A menina saiu do quarto e foi preparar alguma coisa para comer. Os pais tinham ido ao shopping, o irmão estava em casa.

— Luana! Você vai fazer comida? — Pedro gritava do quarto.

— Vou. E vai ser o que eu quiser! — No mesmo momento o interfone tocou.

Luana largou a panela que colocava o macarrão.

— Você tá esperando alguém? — Luana questionou o irmão. Ele balançou a cabeça negativamente.

Luana caminhou até o interfone, deveria ser alguma entrega para o pai.

— Alô?

Sou eu. — Era a voz de Gustavo. Luana gelou.

— Gustavo? O que você quer? — A voz mal saía.

Falar com você, oras! — A menina abriu o portão, sem questionar outra vez.

Correu pro quarto para se trocar, estava de camisola. Vestiu um short e uma camiseta comum.

— Que correria é essa? — Melissa perguntava quando saiu do banheiro, depois de passar mal mais uma vez.

— O Gustavo! Ele tá aqui e pediu pra subir... — No mesmo momento alguém bateu na porta. Melissa ficou sem entender. Luana foi atender.

— Oi. — O garoto falou, olhando pro apartamento.

— Oi. O que você quer? — Luana não queria muito papo. O irmão estava lá.

— Esse que é o seu namorado, Luana?

— Pedro se jogava no sofá, rindo da cara da irmã.

— Ele não é meu namorado! — Luana gritou, irritada. Gustavo ficou sem graça. — Fala o que você quer Gustavo.

— Eu tava passando por aqui e lembrei de você. Queria te chamar pra sair mas... — Olhou para Pedro. Não poderiam sair.

— E a Melissa também tá aqui. — Luana falou, querendo dizer que teria que cuidar da amiga.

— Se vocês quiserem transar, podem ficar a vontade, eu vou jogar bola e levo a Melissa junto. — Pedro falou, encarando a irmã, risonho.

— O que? Menino! Você vai ver só Pedro, seu idiota! — Luana queria bater no irmão. Mas se segurou,tinha ficado com o rosto corado.

— Eu vou embora. Depois a gente se fala. Tchau. — Gustavo riu e saiu.

Luana tinha ficado completamente constrangida. Além de que, por que Gustavo tinha ido na casa dela? Atoa? Não se conformava com aquilo.

— Pedro. Eu te odeio. — Falou.  pausadamente, rosnando.

— Luana. Eu te odeio. — O garoto retribuiu, achando graça daquilo. — Não vou contar pra mamãe do seu namorado.

— Ele não é meu namorado. — Luana voltou pra cozinha.

Melissa tinha escutado aquilo tudo. Foi na cozinha, chegou rindo.

— Não acredito no que o Pedro falou! — Ela ria cada vez mais.

— Eu mato esse garoto! — Luana tinha ficado nervosa com o comentário desagradável do irmão.

Por fim, acabou rindo da situação. Os três almoçaram e no fim da tarde, Melissa já estava bem melhor, não tinha vomitado mais desde de manhã. Quando eram umas 18:00 voltou pra casa, tinha alugado a amiga para ser sua enfermeira, sempre que Melissa ficava muito bêbada, dormia na casa de Luana pois se a mãe a visse naquele estado iria querer interna-la ou coisa do tipo.

A mãe de Melissa era muito conservadora, não gostava que a filha bebesse. Achava que essas festas eram tranquilas e que a filha não tomasse nada, mas não era o que acontecia de verdade.

Melissa os enganava. Luana não gostava daquilo, mas era sua amiga então a acorbetava mesmo assim.

***

Vou tentar não demorar a postar o próximo! Se tiverem gostado, dêem um incentivo nos comentários, beijos haha!

Gente, tô ficando sem ideias pra deixar recadinhos pra vocês.

bjo.

Quase amigosOnde histórias criam vida. Descubra agora