Capítulo 25 - Conselho de mãe

8K 492 38
                                    

Melissa não quis pensar em nada. Deitou na cama e afagou os cabelos no travesseiro. No fundo, se imaginava com Luana, mas desfez do pensamento rápido. Virou para o lado e fechou os olhos.

Não quis lembrar de Luana, nem de Rafael. Por que a amiga tinha feito aquilo? Ao mesmo tempo que sentia rancor por Luana, queria escutar a amiga dizer o que queria. Preferiu dormir. Era tudo tão confuso. Adormeceu sem saber ao certo quando voltaria a ter a amizade.

-

Luana acordou com o despertador. Foi pra mesa do café e a mãe quis saber de Melissa.

— Filha, tá tudo bem com você e com a Melissa? — A mãe perguntava, curiosa.

— Não. — Pedro respondeu sem deixar Luana abrir a boca. A mesma lhe lançou um olhar cerrado.

— Eu não sei, mãe. — Luana falava com a voz um pouco falha.

— Espero que fique tudo bem. — A mãe sorriu. Luana não parecia com a mãe, era totalmente a cara do pai.

— É. — Luana sorriu

— Filha. Lembra que mesmo quando a gente briga, a gente ainda ama e quer o bem da pessoa. Eu tenho certeza que você quer o bem da Melissa. Você vai deixar uma amizade tão bonita acabar por uma briguinha? Meu amor, vocês são melhores amigas. — A mãe sorriu e apertou as mãos de Luana.

A menina se levantou da mesa e terminou de se arrumar para a escola. Pensou no que a mãe disse. Não podia deixar uma amizade assim acabar.

Quando atravessou o portão da escola, viu Melissa ir pra sala também. Quis falar com a amiga. Mas Gustavo a puxou pela mão.

— Ei! Que susto! — Luana bufou.

— Calma. Vai ter uma festinha hoje a noite lá em casa. Aparece. — Gustavo falava com uma voz como se estivesse cantando a menina.

— Alguma comemoração para uma terça a noite? 

— Ganhei algumas caixas de cerveja e umas garrafas de vodka. 

 Tá explicado. Talvez eu vá. — A menina saiu do lugar onde estavam, indo para a sala.

— Vai ser bom pra você. — Gustavo murmurou antes da garota se afastar totalmente.

Melissa estava com a cabeça abaixada na sala. Não olhou para Luana em nenhum momento. Isso fez com que a menina adiasse falar com a amiga.

Na hora do intervalo, Gustavo se aproximou de Luana, ultimamente o menino se mostrava tão preocupado e prestativo.

— Luana, posso falar com você? — Gustavo já segurava os braços da menina.

— Fala. — Luana se virou e encarou o garoto.

— Falou com a Melissa? 

— Pretendo. Mas ela não abre espaço. — A menina falava num tom abaixo do normal.

— Ela tá chateada.

— Jura? Sério, eu já sei como a Melissa está, não preciso de ninguém me dizendo o que fazer. Já não basta o Arthur. — A última frase a menina murmurou mas Gustavo escutou-a mesmo assim.

— Você ainda fala com esse cara? — Gustavo mostrava uma feição indecifrável.

— Gustavo... — Fez uma pausa.— Por favor. — Luana saia de perto do garoto. Gustavo não a impediu.

Tudo que Luana menos queria era pensar nos sentimentos perante Arthur e Gustavo. Saiu dali e ficou o intervalo escutando música sem se incomodar. Não viu Melissa em nenhum momento.

*

Melissa não sabia se iria à festa, embora também tivesse sido convidada. Era estranho vestir uma roupa, se maquiar, calçar um sapato e arrumar o cabelo sem a amiga ao lado. De repente Melissa não sabia mais que roupa colocava, que cor de batom passava sem ter a amiga ao seu lado. Normalmente, Luana dava suas opiniões sinceras sobre tudo.

Se oprimiu daqueles pensamentos e decidiu ir a festa. Precisava ficar melhor, se divertir, dançar.

Por incrível que seja, Luana também se sentia assim. Sem Melissa não sabia o que fazer primeiro. Colocar roupa e sapato ou se maquiar. Que cor de sombra passar e o tamanho do salto. Sentiu um grande aperto no coração, pela falta da amiga.

Queria se divertir e dançar também. Terminou a produção, sem nada extravagante,tudo bem leve.

*

A casa de Gustavo não era enorme igual a de Catarina mas tinha um bom espaço. Luana chegou e passou os olhos pelo lugar, viu Melissa sentada perto do bar.

—Oi! — Gustavo puxou a menina pela cintura, cumprimentando.

— Oi. — Luana respondeu,sem graça.

— Toma. — O garoto estendia uma bebida estranha para Luana.

— Não, obrigada. — A menina rejeitava com cara de nojo.

— Ah, qual é Luana! Não tem droga aqui. 

— Não quero. — Luana saiu de perto do garoto e foi ao bar, pegar uma bebida que tivesse certeza do que era.

Melissa estava sentada numa mesa perto do bar. Estava com Catarina, uma vez que essa, estava completamente bêbada e Melissa encontrava-se totalmente perdida diante do que conversar ou falar.

Luana olhou a amiga e quis falar com a mesma. Se conteve. Deu um gole na bebida e foi dançar na pista improvisada. Algumas pessoas estavam lá.

Dessa vez, não dançou se divertindo, rindo e fazendo passos de loucos. Estava sem Melissa. Não conseguia se mexer, deixar com que a música levasse. Como a amiga fazia falta.

Melissa ainda estava sentada nas cadeiras quando alguém acenou para que a menina fosse até um grupo de pessoas que brincavam de verdade ou consequência. Ela levantou e caminhou até lá. Luana também foi chamada. Exitou no primeiro momento, temeu diante do que viria.

Ambas se sentaram contrariamente na roda formada. Luana lembrou de tudo que tinha acontecido na última vez que brincou. Quis levantar. Foi o que fez. Levantou da roda.

— Qual é Luana?! — Leonardo, um amigo da sala, gritava.

— Não vai aguentar? — Mais alguém lhe provocava.

— Não quero jogar esse jogo idiota! — A menina se sentou bem próxima a roda mas não iria jogar.

Começaram a girar a garrafa. Luana não queria ser exposta novamente à mais alguma gracinha que alguém resolvesse fazer. Por isso saiu. Estava farta de brigas e desentendimentos. Bebeu tudo que havia em seu copo. Veria a brincadeira acontecer de camarote. Era bem melhor estar de fora daquela rodinha. Melissa nem se moveu para sair dali.

A garrafa girou mais uma vez. Rafael para Melissa.

***

Libero mais se vocês gostarem! Deixei esse final bem curioso de propósito hahaha.

Caraca, eu fui muito misteriosa nesse fim de capitulo hahahaha!!! Finalmente Luana foi sensata e não participou do jogo né! Eu nunca fui fã de verdade ou consequência e nunca participei... eu acho extremamente idiota. Eu fui uma adolescente muito chata hahahahaha

Quase amigosOnde histórias criam vida. Descubra agora