Se beber, não transe

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Eu fui pra casa tomar um banho. Não encontrei Luan na saída pro trabalho, e eu não estava afim de sair do jeito que eu estava. Então eu pude me perfumar, colocar um belo vestido, e soltar os cabelos como eu gostava. Assim que terminei de me arrumar, como se estivesse com um reloginho no bolso, Luan apareceu na minha casa.

Eu desci as escadas apressadamente, e depois me repreendi. Nada de ficar correndo atrás dele. Ele saberia hoje que foi muito grosseiro comigo, e que não pode falar do jeito que falou. Então respiro fundo e abro a porta...

Pra encontrar Luan escondido atrás de um buquê de orquídeas. Ele apareceu devagar, e sorriu.

_Boa noite - ele disse.

_Boa noite - eu não consegui conter o sorriso.

_Desculpa - ele diz, antes mesmo de eu falar alguma coisa.

Suspiro.

_Ei, vocês vão sair? - Minha mãe pergunta.

_Vamos, mãe.

_Então eu também vou sair com seu pai. Mas vamos na sua tia porque ela não está nada bem. Estou pra ir lá desde semana passada, mas ainda não tive tempo.

_Ahn.. Tá bom - eu digo.

Levo o buquê pra dentro, e depois saio com Luan. Vamos no carro dele.

Chegamos ao restaurante, e ele pede pra nós dois. Eu não reclamei, mas posso muito bem escolher o que eu quero comer.

_Eu queria pedir uma trégua. - ele diz.

_Trégua de que?

_A gente não terminou o feriado muito bem, e eu não queria isso. É que eu estava frustrado.

_E aí decidiu começar a beber?

_Decidi começar a beber pra tentar tirar você da cabeça - ele diz firme - Pra tentar ver se consigo transformar o que eu sinto em qualquer outra coisa que não seja desejo.

Fico estática no lugar, enquanto ele observa meu rosto. Meus joelhos tremem.

É minha vez de beber.



No fim da noite, eu já tomei todos os tipos de bebida que tinham. Eu paguei por elas, só pra constar.

_Você deveria se desculpar mais vezes - eu digo, rindo, não me lembro de que - Gosto das suas desculpas.

_Vamos pra casa. Você bebeu demais.

Ele me acompanha pra fora. Abre a porta do carro e tenta me colocar lá dentro.

_Eu consigo, sozinha - minha língua traidora enrola.

_Claro que sim. vamos logo.

Ele dirige, e eu não me lembro muito bem, mas chegamos na minha casa.

_Tchau - eu digo.

_Não vou embora. - ele fala, como se fosse óbvio e entra junto comigo - Seus pais não estão em casa, não vou te deixar sozinha nesse estado.

Bufo, e cambaleio pra frente.

Ele me pega no colo, e eu agarro o pescoço dele e balanço as pernas.

_Meu pé está bem melhor depois daquela sua massagem.

_Que bom, hein.

Ele me leva até o quarto.

_Você precisa tomar um banho. - ele diz.

_Tá - eu digo, e vou andando até o banheiro.

Na verdade, não sei porque, mas o chão parece cada vez mais próximo. Então Luan me pega pelo braço.

_Tá, vamos lá, eu te ajudo, ou você vai morrer afogada no chuveiro.

Eu ri, não sei bem porque, e ele me levou pra debaixo do chuveiro, e tirou a minha roupa.

Ei.. Espera.

_Que isso? - gritei.

_Preciso tirar sua roupa pra te ajudar a tomar banho. Para de gritar.

_Eu posso fazer isso sozinha.

_Fica quieta, e me deixa ajudar.

Eu não teria forças pra impedí-lo mesmo que eu quisesse. Então eu fico parada e faço o que ele me pede. Levanto os braços e ele puxa meu vestido pela minha cabeça. Ele olha para o meu corpo, e solta um suspiro. Depois tira meu sutiã, e minha calcinha. Ele parece estar com tanto desejo que quase posso sentir em mim.

Na verdade, sinto em mim. Meu corpo também o quer. E pelo volume em suas calças ele também me quer. Então eu chego bem perto dele, e devagar mordo seu lábio inferior.

Sinto ele gemer. Abro o chuveiro atrás de mim, e o puxo pra que ele venha se molhar comigo. Coloco meus braços em volta do seu pescoço, e o puxo. Enrolo uma das minhas pernas pelo seu quadril, ansiando seu toque, e ele arqueja, mas me para.

Sua roupa está molhada, e ele me olha, com olhos escuros, e e diz com a voz rouca de desejo.

_Não.

O encaro.

_Por que não?

_Porque não quero que seja assim. - ele diz, faz carinho no meu rosto, e começa a me dar um banho rápido.



Eu acordo de manhã, e sinto o sol no meu rosto. Minha cabeça dói, e eu lembro o porque. Lembro que bebi ontem. Então sinto uma mão na minha cintura. Quando olho pra trás, vejo Luan.

Dormi de conchinha com Luan. Quando levanto a coberta, vejo que estou com uma mini camisola, e vejo que ele está usando só a cueca boxer.

Aconteceu.

Eu perdi a virgindade. E eu nem me lembro.

_AH não - eu digo e ele logo acorda.

_Manu.

_O que... Ai caramba... Nós dois... Dormimos juntos?

_Dormimos.

Escondo meu rosto entre as minhas pernas.

_E como foi? - eu pergunto. - Eu não lembro.

_Manu - ele senta do meu lado - Nós realmente dormimos juntos. Não houve nada.

Eu o encaro com os olhos arregalados.

_E porque você tá aqui só de cueca?

_Seus pais dormiram fora, e eu não quis te deixar sozinha do jeito que estava. E sobre a cueca, bom digamos que minhas roupas ficaram meio molhadas, ontem a noite, porque uma certa pinguça me levou pra debaixo do chuveiro.

_Eu fiz você molhar as roupas?

_É - ele diz, e se levanta - Você bêbada fica uma delícia.

Fico vermelha, e jogo um travesseiro nele.

_Vai se vestir.

Ele entra no meu banheiro rindo.


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