A primeira vez

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Eu tinha aceitado jantar com os pais do Luan no fim das contas. Sabe-se lá Deus porque, mas eu disse sim, e estava aceitando a companhia - ou perseguição, como preferir - do Luan até a minha casa. Dei uma bela bronca em Júlia por perturbá-lo com essa história do Lucas, mas aí percebi que ela estava nervosa de verdade. Ela acha que aquele idiota realmente pode fazer algo comigo. Não dá pra culpar minha amiga por se preocupar, não é? E nem a um amigo, já que, em todo o caso, é isso que eu e Luan somos: Amigos.

Então comecei a me preparar psicologicamente para o domingo. Só não esperava que Luan fosse mudar os planos. Na verdade, não sei porque não esperei. Ele vivia fazendo essas coisas.

Na sexta, Luan chegou na sala de figurinos, com um sorriso de orelha orelha.

_Ei, nega - ele diz, olhando pra mim, e eu olho de volta.

_Que foi?

_Vamos encontrar meus pais hoje.

_Ahn? MAS NÃO ERA SÓ DOMINGO?

_Era, mas eles já tem compromisso. - ele diz e sai da sala, como se não tivesse falado nada demais.

Fico parada, olhando a porta entreaberta até que escuto Charlote limpar a garganta do meu lado.

_Vai conhecer os pais dele?

Volto a mim, e percebo que isso deve estar mais entranho pras pessoas que estão ao nosso redor do que pra nos.

_Ele cismou com isso - digo, e reviro os olhos.

_Vocês estão namorando sério?

_Nem serio nem engraçado - respondo - Foi so um convite, que eu acabei aceitando.

_Sei.

Trabalhamos em silencio depois disso, até o fim do expediente.

Quando eu estava saindo do edificio, Luan veio correndo atrás de mim.

_Ei, pra onde Você vai?

_Pra casa. Tomar um banho e me arrumar. não vou pra casa dos seus pais fedorenta.

Ele chega perto de mim, cheira, faz uma careta e diz.

_E, ta precisando de um banhozinho mesmo.

Dou um tapa nele.

_Idiota. - mas rio, porque sei que ele adora me provocar.

Entro no meu carro, e novamente, ele me acompanha - persegue - até em casa.

Quando chegamos na minha porta, meus pais estão saindo apressados.

_Aonde vocês vão? - eu pergunto

_Sua tia teve uma piora. Estamos indo pra lá.

_Ah - eu digo, outra vez, minha tia precisa de ajuda mesmo - Tudo bem.

_Cuida dela, meu genro - meu pai diz, e eu arregalo os olhos.

_PAI. - repreendo-o.

Porque minha familia e meus amigos me odeiam? não é possivel.

Entro em casa, e Luan vai embora, pra arrumar as coisas para o jantar. Tomo um banho longo, e é muito mais dificil do que pensei arrumar uma roupa pra vestir. Estou nervosa. Tenho que parar com isso. Eu achei que teria todo o fim de semana pra pensar na roupa que eu usaria. Acabei escolhendo um vestido que ia até os meus joelhos, marcado na cintura. Ele era bem discreto.Ai coloquei um colar, e pulseiras, um salto não muito alto, e prendi meu cabelo deixei meus cabelos soltos.

Desci ate a minha sala, e fiquei esperando Luan aparecer. Ele tocou minha campainha, e eu abri a porta. O sorriso dele, foi se abrindo gradativamente, e eu não sabia se sorria ou se ficava sem graça pelo modo como ele me olhava. Acabei fazendo os dois.
_Você ta linda. - ele diz.

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