A grande volta

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Eu estava sozinha em casa. Depois que Dudu foi na minha casa me dizer que Luan estava mal, e que tínhamos terminado, não teve nada que me fizesse levantar. Eu nem estava namorando com Luan há muito tempo, mas pequenas coisas me faziam pensar nele. O tempo todo.

Quando levantei pra ir beber água, por exemplo, pensei que se ele estivesse aqui, me levaria no colo, e que eu reclamaria. Se ele me visse com a blusinha vermelha que estou, ele provavelmente faria algum comentário maldoso, com aquele sorriso travesso.

Aquele sorriso. Com certeza era daquilo que eu estava sentindo mais falta. Ou de quando ele falava algo no meu ouvido. Ou de quando ele me beijava, cheio de carinho e desejo.

Na verdade, ate o ciúme dele começava a me fazer falta.

Não percebi quando comecei a chorar. Minha mãe chegou à sala, e olhou pra mim.

_Você e Luan ainda estão juntos? – ela perguntou – Eu não o vi mais. E agora essa carinha.

Ela se sentou do meu lado, e eu deixei que ela passasse os braços ao redor de mim.

_Eu falei um monte de coisas pra ele, e ele começou com um ciúme ridículo. E agora eu nem sei como estamos de verdade.

_Filha – Minha mãe me apertou um pouco – Quando a gente gosta de alguém, a gente não fica choramingando pelos cantos. A gente levanta, e faz alguma coisa. Luta pelo que a gente quer.

Eu a olhei, e ela sorriu pra mim.

_Você sempre foi atrás do que quis. Por que agiria diferente agora?

Então ela me deu um beijo na testa e se afastou.

E o meu coração se encheu de coragem. Foi quando decidi ligar pra Ju.



_Ju – eu pergunto, quando ela atende o telefone – Você é minha amiga?

_Depende. O que você quer?

Reviro os olhos.

_Preciso da sua ajuda pra voltar com o Luan.

_Até que enfim se tocou né.

_Como assim, me toquei?

_Ele ta na merda. Vocês precisam se resolver logo.

Baixo os olhos, me sentindo mal por saber que ele esta mal.

_Preciso pensar em alguma coisa.

_Então pensa.

Eu contei a ideia maluca que tinha tido, e eu estava rindo, morrendo de medo dessa ideia não ser assim tão boa, mas também desesperada demais pra fazer doce.

_Agora – eu continuei – Diz tudo isso pro Dudu e pergunta a ele se é uma boa ideia.

_Não, amiga não é. Você não sabe nem contar piada, imagina cantar. – ela gargalhava do outro lado da linha.

_Ju, eu preciso de ajuda. Apoio, amiga serve pra essas coisas.

_Ta ok. Mas não me culpe se ele resolver te largar de vez.

Bufo e desligo o telefone.




Eu tinha que planejar tudo nos mínimos detalhes.

Então, eu ia esperar a ligação da Ju, pra ligar pra minha ex futura sogra, e confirmar o que eu precisava.

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