Não pode ser...

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Luan

Cheguei dentro do edifício com Manu logo na minha frente. Estava com o queixo erguido, e já não chorava. Seus cabelos escuros balançavam enquanto ela andava, e seus quadris...Os quadris daquela morena iam me matar. Mas agora era hora de resolver um problema.

Quando Manuela ia entrar de volta da sala de figurinos, a puxei pela cintura, e abri parte da porta.

_Charlote - eu disse, sem soltar minha nega - Pode vir na sala de reunião um minuto.

E assim eu fiz com todo os funcionários daquele andar.

Manuela estava inquieta do meu lado.

_O que vai fazer?

_Vou perguntar pacificamente quem fez isso. - eu respondo - Isso foi desrespeitoso com você, e não vai ficar assim.

_Me defender como uma donzela não vai ajudar na minha reputação. As pessoas vão continuar falando.

_Foda-se o que falam. Eu só quero saber quem fez essa palhaçada.

Ela me olhou algum tempo e depois baixou a cabeça. Então acabei perguntando.

_Se não quiser, eu não falo nada.

_Não - ela respondeu, e me lançou um sorriso afetuoso - Obrigada. Mesmo.

Eu sorri de volta.

Quando todo mundo entrou na sala, eu fechei a porta, e fiquei ao lado da Manuela.

_Então, gente - eu começo - Parece que um vídeo da sua colega de trabalho - aponto pra Manuela - foi compartilhado. E não só isso, mas estava com uma legenda ofensiva. Esse tipo de comportamento é ridículo e eu não vou aceitá-lo aqui. Então vou perguntar, quem começou isso?

Todos se entreolharam, mas nenhuma mão se levantou.

_Eu não estou brincando. - repito, com mais firmeza - Quem começou isso, diga de uma vez por todas.

Silêncio outra vez.

_Ótimo. Então vou dar uma olhada nas câmeras de segurança.

Meu raciocínio era: Eu tinha gravado o maldito vídeo, então a pessoa que mandou, estava fuxicando o meu celular, e se era assim, isso só podia ter acontecido aqui. Um momento de pura genialidade, e sou interrompido.

_Não seja ridículo - Dagmar disse no fundo da sala - Foi apenas uma brincadeira. De mal gosto, é claro, mas uma simples brincadeira entre os funcionários. Não pode simplesmente ir ver as gravações só por causa do gênio sensível dessa menina.

_Primeiro - eu comecei - Ela não me pediu que fizesse nada. Só que esse tipo de coisa é uma falta de respeito. Segundo: Eu posso fazer o que eu quiser, e se eu tiver que colocar câmeras até dentro dos banheiros pra descobrir quem foi, eu vou colocar.

Era pra ameaçar, mas logo me arrependi. Se eu colocasse câmeras no banheiro, seria mais difícil invadir e prender minha princesa lá dentro.

Dagmar olhou feio pra Manuela e pra mim, mas deu de ombros depois, e saiu da sala.

_Então ninguém vai confessar? Vou ser obrigado a ir checar as câmeras?

Outra vez silêncio.

_Então beleza. - digo - Estão todos liberados - Mas meu tom de voz era quase uma ameaça.
Quando estavam quase todos saindo, eu segurei Manuela pelo braço, e ela me olhou.

_Eu vou descobrir quem foi - eu disse.

_Tudo bem - ela respondeu - Mas eu tenho que voltar para o trabalho.

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