O Acidente

223 8 0
                                    


Luan me leva em casa como faz todos os dias. Bom, na verdade ele segue meu carro até a minha casa, e depois entra comigo por um tempo. Quando entramos, eu o paro na minha sala mesmo, em vez de subir pro quarto. Seu lábio ainda está cortado, e meu coração ainda está pequeno e triste. Isso é tudo culpa minha.

Luan me abraça no sofá, mas e não retribuo. Talvez Dagmar estivesse certa. Talvez estivesse certa desde o começo e não fosse mesmo pra gente ficar junto.

_Amor - ele me chama.

_Que foi?

_Odeio quando fica sem dizer nada. Nunca é coisa boa.

Eu me viro pra ele, e faço carinho em seu rosto.

_Isso é culpa minha.

_O que?

_Você só está machucado porque eu entrei na sua vida pra te arrumar problemas.

_Tá, agora chega. Eu não quero ouvir você falar isso nunca mais.

_Mas é verdade.

_Não, não é. Você é a melhor coisa que me aconteceu. E eu acho bom você colocar isso na sua cabeça.

Ele me olha sério, sem brechas pra discussão. Então eu concordo e o abraço. Mais que droga! Eu realmente amo esse homem.

Júlia estava na minha casa no fim de semana. Resolvemos ir pra uma boate com Luan e Dudu, e estávamos nos arrumando. Não demorou pra eles chegarem.

Fomos juntos até a boate, e dançamos um pouco, primeiro em casais, e depois eu e a Júlia, e isso foi o bastante pra me fazer esquecer da maioria dos meus problemas. Mas senti que tinha gente ao nosso redor. E não eram nossos namorados.

_Que isso, hein – ouvi uma voz dizer e olhei pra trás.

Não era ninguém que eu conhecesse. Eram só dois babacas achando que tinham alguma chance com a gente. Dei as costas e recomecei a dançar.

_Caiu do céu, anjo?

Nossa isso foi péssimo. Mas eles fizeram a besteira de se aproximar demais. Foi quando Luan e Dudu apareceram.

_Estão acompanhadas.

Eles fizeram uma careta.

_O que foi isso? – Luan me perguntou.

_Isso o que?

_Esse cara. Porque não disse logo que estava acompanhada, ou foi atrás de mim?

_Era só um estúpido.

_Poderia ter feito algo a você.

_Claro que não.

_Da próxima vez...

_Da próxima vez o que? Vai me colocar uma coleira agora?

_Para com isso. – ele suspira.

_Não. Eu tenho que aguentar suas fãs assanhadas atrás de você, e um cara não pode nem chegar perto de mim na balada que você já acha o fim do mundo?

Ele me encara, e não diz nada, e eu dou as costas, saindo de lá.

_Onde vai? – ele pergunta, já saindo da boate.

_Pra casa.

_Eu vou com você. Só me deixa avisar...

_Eu vou sozinha. – digo, e saio andando sem rumo.

_Maneula, ESPERA – ele grita.

Mas não tenho tempo de saber porque. Um carro me acerta com tudo, e a última coisa que vejo é o clarão dos faróis.

Mais que AmigosOnde histórias criam vida. Descubra agora