Capítulo 15 - Pai

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  Estava terminando de arrumar as malas quando Justin entrou no quarto e se jogou na cama e ficou me observando.
- O que foi? – perguntei curiosa.
- Sabia que você fica muito sexy arrumando as roupas. – ele disse me fazendo rir fraco.
- Você não tem nada para fazer não? – perguntei enquanto continuava arrumando as roupas.
- Não, já resolvi tudo o que tinha para fazer. – ele disse dando de ombros.
- Tipo o que? – ele perguntou.
- Matei o Marcos, ameacei um cara ai que eu esqueci o nome agora, despachei minha mercadoria para Atlanta. – ele disse normalmente.
- Matou o Marcos? – perguntei me virando para ele que assentiu. – Por quê? – perguntei.
- Era um imprestável, e de gente imprestável mundo esta cheio. Um a menos não ia fazer diferença. – ele disse dando de ombros.
- Você é um imprestável. – eu disse fechando a mala.
- Sou um imprestável útil. – ele disse me fazendo rir.
- Leva essas malas para o carro? – pedi e ele bufou, mas se levantou e levou as malas.
Terminei de me arrumar e fui até o quarto da Brooke e fui arruma-lá. Não demorou muito e todos ficaram prontos. Fomos até a pista de decolagem e logo pegamos o avião.
[...]
- Finalmente em casa. – eu disse e Brooke repetiu me fazendo rir.
- Doidas. - Justin disse dando de ombros e se jogando no sofá.
Meu celular começou a tocar, olhei o numero no visor e era um numero desconhecido. Atendi curiosa.
- Alô? – atendi e Justin me encarou curioso.
- Olá, gostaria de falar com a senhora Kate Bieber. – disse uma moça.
- É ela. – falei.
- Senhora Bieber, desculpa incomodar, mas será que a senhora poderia vim até o hospital do centro?
- Para que? – perguntei.
- Seu pai esta internado. – ela disse e eu me desesperei, o que será que tinha acontecido com Adam?
- Já estou indo. – disse desligando o celular e pegando a bolsa.
- Onde você vai? – Justin perguntou curioso.
- No hospital. – eu disse entrando na garagem e pegando o primeiro carro que vi. Sai de lá cantando pneus e fui em direção do hospital.
Não demorou muito e logo cheguei ao hospital, entrei e fui direto na recepção e falei com a moça, ela me levou até uma sala no quarto andar e disse para que eu entrasse. Quando abri a porta, fiquei paralisada.
- Maicon? – perguntei e ele assentiu com uma expressão cansada.
- Po-posso falar com vo-você? – ele perguntou quase sem força.
- Acho melhor você não falar muito. – disse me aproximando da cama. Ele estava em um estado horrível, com muitos aparelhos grudados em seu corpo. Maicon soltou uma risada fraca e logo depois uma tosse.
- Eu sinto muito por tudo que te fiz passar esses anos, eu me arrependo muito. – ele disse respirando fraco. – Eu sempre quis que você me reconhecesse como seu pai, que eu pudesse cuidar de você, assim como o Adam cuidou esses anos. – deu uma pequena pausa. – Queria ter escutado sua primeira palavra, seu primeiro passo, ter te ensinado a andar de bicicleta, colocar medo no seu primeiro namorado. – ele disse respirando fundo mais uma vez. – Queria ter sido um pai para você Kate. Mas agora é tarde para isso. Tentei de avisar a alguns meses atrás que estava com problemas sérios de saúde, mas você nunca quis me ouvir, não te culpo, eu também não ouviria se fosse comigo. – riu fraco, eu já estava sentindo meus olhos marejarem. – Eu não estou no direito de te pedir nada, eu sei. Mas eu preciso do seu perdão, preciso que você me perdoe por nunca ter estado do seu lado, por nunca ter de dado um presente, por não ter ido no seu casamento, por não ter acompanhado sua primeira gravidez, por não estar com você nos momentos que você mais precisou. E por mais que eu odeie o Bieber, ele sempre esteve do seu lado, e te ama de verdade. – ele disse e logo lágrimas caíram dos seus olhos. – Me perdoa filha. – ele pediu em um sussurro.
Meus olhos já estavam cheios de água, não demorou muito para começar a cair e a molhar o meu rosto. Por mais que o que ele fez tenha sido errado, tenha sido cruel, eu não consegui ter raiva dele. A única coisa que eu fiz foi abraçá-lo.
- Eu te perdôo. – disse e ele retribuiu o abraço. Ficamos assim por um tempo, até que eu me afastei.
- Obrigada. – ele disse em um tom que quase não escutei. E sorriu fraco. Logo seus olhos se fecharam e os aparelhos começaram a apitar, entrei em completo desespero. O que estava acontecendo?
Um monte de médicos entrou na sala e começaram a mexer com ele. Colocaram um aparelho e tentaram reanimar o coração, fiquei em um canto do quarto e ai que a ficha caiu. Ele estava morto, Maicon tinha morrido, meu pai tinha morrido. Não consegui controlar as lágrimas que insistiam em cair, sai da sala e me encostei na parede e fui descendo até chegar ao chão.
- Sinto muito, ele não resistiu. – disse a médica saindo da sala e me avisando.
Uma for enorme me atingiu, logo Justin chegou e se ajoelhou na minha frente e me abraçou. Ele tinha morrido, tinha me deixado. Agora que eu tinha perdoado ele, ele me deixou.
- Calma, vai ficar tudo bem. – Justin dizia, mas essas palavras não passavam de mentiras, nada ia ficar bem, nunca mais nada ia ficar bem. Essas palavras se repetiam na minha cabeça. Porque eu não o perdoei antes? Não foi culpa dele! So Deus sabe o quanto eu estava arrependida por ter passado anos correndo atrás dele tentando o matar, de não ter escutado ele quando ele quis falar comigo. – Amor, calma. – disse Justin mais uma vez.
- PARA DE FALAR ISSO! NÃO VAI FICAR BEM, NÃO VAI... não mais. – eu disse e ele me apertou mais forte. Nada vai ficar bem, sempre vou ficar com esse buraco no meu coração, com essa dor, com esse arrependimento de nunca ter falado um 'eu te amo pai'. De não ter me despedido dele antes dele partir.
Me soltei dos braços de Justin e me levantei, ele me olhou confuso e se levantou também. Sai do hospital e entrei no carro, quando Justin saiu do hospital eu já estava virando a rua, minhas lágrimas começaram a atrapalhar minha visão.
Não vi a hora que o caminhão atravessou na minha frente, so senti o impacto da batida e depois disso tudo escureceu.   


Vida de crime II - Justin Bieber Onde histórias criam vida. Descubra agora