Dia confuso

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Roman

O que eu faço agora? Devo deixa-la aqui e seguir sozinho ou espera-la acordar?

Bom, eu estou mesmo cansado de andar... vou espera-la.

Deito-a em cima da grama no lado de uma árvore e sento do seu lado, observoa-a.

Seus cabelos amarrados em rabo de cavalo com sua franja (que é um tanto quanto grande) em seu rosto. Vou decendo meus olhos para sua roupa e vejo que apesar dela ter se lavado em uma cachoeira na qual passamos, suas roupas ainda estão cobertas de sangue.

Ao passar das horas noto que a noite fica mais fria, a esquentadinha se encolhe. Eu sabia que o desmaio era por cansaço...

- Esquentadinha...?

- Hummm? - Ela responde ainda dormindo.

- Você está com frio?

- Unhumm..

- Tudo bem então...

Tiro minha jaqueta de couro e boto sobre ela, que continua encolhida. Após algum tempo eu me encosto na árvore e a ouço dizer:

- Eu não... Não quero... - Dá para ver que ela está dormindo ainda.

- O que você não quer?

- Ficar... Ficar sozinha.

- Por que?

- Eu tenho... tenho medo.

Medo? Ela tem medo de ficar sozinha? Como assim? Passamos por demônios e monstros pelo caminho e ela agiu como se fosse a coisa mais normal do mundo, como alguém que aparenta ser tão forte tem medo disso?

Ouço um barrulho de passos se aproximando, vou em direção ao barrulho e vejo um espírito provavelmente de uma mulher, pelo estado do mesmo posso ver que se trata de um espírito perturbado. Espíritos perturbados, são muitas vezes muito perigosos, eles são na verdade pessoas que morreram e não consiguiram ir para o céu nem para o inferno por não se conformarem de sua morte, dedicam a "vida" para servir a escuridão, cada alma que matam aqui, será-lhes consedido algum tempo para viver entre os vivos. E para quê eles querem esse tempo? Muitas vezes para se vingar de quem os matou ou fez algum mal a eles.

Não estou afim de destruir ela, afinal não tenho nenhum motivo.

Ouço mais barrulhos e vejo que tem mais vindo, muito mais!

É óbvio que não estou com medo, mas preciso tirar a Esquentadinha daqui.

Vou até ela e visto-a com meu casaco de couro que a pouco estava sobre ela e a boto no ombro como um saco de batatas, um saco de batatas bem pesado por sinal.

Depois de um certo tempo, vejo que há dois caminhos nos quais conheço muito bem, o da direita é mais curto, porém há monstros pelo caminho inteiro e nada para comer; demorariamos um dia para atravessar. Já o da esquerda era muito maior, porém há riachos de águas limpas, árvores frutíferas e também há seres das trevas, só que bem mais... com sorte pela esquerda demorariamos o dobro de tempo, afinal estou andando com uma simples humana.

Que caminho seguir? A esquentadinha com certeza escolheria o mais curto, mas como eu não sou ela, vou pelo outro.

Anna

Acordo um pouco enjoada e me assusto ao notar que não fora aqui que desmaiei. Afinal, cade o Roman? Olho para todos os lados e não o encontro, aquele idiota deve ter me abandonada, só pode!

Passo a mão sobre minha roupa para tentar tirar a sujeira, ah que coisa mais inútil... estou imunda!

Noto que do meu lado esquerdo tem um laguinho que não aparenta ser fundo, ótimo porque não sei nadar!

Primeira mente tomo a água, tomo muita água!

Tiro minhas roupas, ficando só de roupas íntimas e vou para a água que tem uma temperatura deliciosamente gelada. Aahh que delicia, eu precisava disso.

Lavo umas mil vezes meu cabelo que agora está solto e limpo!

Saio da água e coloco minhas roupas sujas de sangue e me preparo para seguir caminho quando vejo Roman se aproximar.

- Ah o que você está fazendo aqui idiota, ahhh e pelo seu casaquinho? Tudo bem, pegue-o!

Estava prestes a jogar o casaco na cara dele quando reparo que ele está sem camisa, ele abre a blusa que estava em suas mãos e vejo maçãs, sim MAÇÃS!

Ai céus que babaca que eu fui, ele só queria me ajudar!

- Roman eu... eu sinto.. sinto muito. - Estou me sintindo uma idiota.

- Tudo bem esquentadinha, coma logo e vamos indo.

Acordo com o DiaboOnde histórias criam vida. Descubra agora