Acordo com o Diabo

Visita inesperada

No dia seguinte acordo e vejo que Roman não está mais lá, deve estar pegando frutas. Me lembro da água da cachoeira que mergulhei o pedaço da minha blusa, como ela era perfeitamente morna.

- Preciso de um banho - Digo para mim mesma.

Vou até lá e tiro minhas roupas, fico totalmente nua pois os dias estão gelados ulimamente (o que é uma ironia, afinal estamos quase no inferno), não quero que minhas roupas fiquem molhadas.

Aah que relaxante, a água morna sobre meu corpo suado e sujo. Meu cabelo deve estar me agradecendo nesse momento, depois de tanta luta e correria ele estava sujo e duro.

Essa sensação é ótima, mas tenho que ser rápida.

Me lavo e depois saio da água, visto minha calcinha, meu sutiã e minha blusa que fica tapando quase que toda minha bunda e quando vou botar minha calça jeans preta ouço um barulho, tem alguem se aproximando!

Me escondo rapidamente atrás de uma árvore próxima e me preparo.

Vamos lá Anna... 3, 2, 1! Pulo sobre a pessoa que estava se aproximando ficando em cima do seu corpo com a adaga que Roman deixara comigo na garganta da mesma.

- Eii sou eu! - Que droga, era o Roman.

- Feche os olhos!

- Ei, por que? - Acho que ele ainda não percebeu o meu estado.

- Feche os olhos ou eu juro que te mato.

Ele então fecha os olhos e eu boto rapidamente minha calça.

- O que trouxe? - Pergunto faminta.

- Não muita coisa, estamos nos aproximando então tudo fica pior para nós, tem 6 maçãs umas 12 bananas e dois peixes, isso terá que durar o dia todo provavelmente.

- Ok - Falo desanimada.

- Ah e eu trouxe dois cocos para bebermos durante o trajeto.

- Como levaremos tudo isso?

- Tire sua blusa.

- O quê?

- Você usa meu casaco, é so fechar o zíper...

- Vire-se!

Tirei minha blusa e peguei seu casaco de couro preto, muito bonito por sinal.

Botamos as coisas na minha blusa e fizemos tipo uma trouxinha a amarrando. Nem tudo coube, ficou de fora os cocos e duas maçãs.

Fizemos buracos nos cocos, tomamos e cada um comeu uma maçã.

- Vamos.

Assenti e seguimos a diante.

Durante o trejeto esbarramos com criaturas medonhas e algumas aterrorizantes como por exemplo, um gigante acinzentado com pernas de bode e chifres pretos. Foi um dos mais difíceis de derrotar... Depois de duas horas lutando, Roman e eu derrotamos o monstro combinando nossos socos e chutes no pescoço do mesmo. Foi horrível ver uma cabeça gigante decepada.

De noite...

- Estou morta. - Digo deitando na grama.

- Literalmente - Roman diz deitando do meu lado.

Fico séria e o silêncio predomina, ele acha que estou morta?

- Olha... Eu não sei quem você é realmente, não sei o que você está fazendo aqui e muito menos como veio parar aqui! Caramba... Não sei nem seu nome.

Respiro fundo e olho para cima, o céu está estrelado e a brisa gelada bate no meu corpo que está queimando, foi um dia cansativo.

- Eu ajudo você sem nem te conhecer, passamos por tantas coisas e eu acho que mereço...

- Respostas - Falamos juntos.

Não sei se posso confiar nele, não sei se consigo confiar em qualquer pessoa. Minha vida desmoronou tanto e tão rapido.

Brotam lagrimas em meus olhos.

- Pode confiar em mim. - Ele diz tirando minha franja dos meus olhos e virando gentilmente meu rosto em sua direção, seus olhos são sinceros.

- Roman eu... - Sinto um nó na garganta, não consigo segurar minhas lagrimas, muitas imagens vem a minha mente. Passei por tanta coisa para ajudar Will e ele me deixa, me troca por uma vadia! Como ele pôde?

Roman se senta e pede para que eu faça o mesmo, e eu faço.

Roman me supreende com um abraço apertado, um abraço confortante e eu retribuo a esse abraço, todas as lágrimas que estavam presas dentro de mim saiem dos meus olhos.

- Tudo bem esquentadinha, eu confio em você, não precisa me contar nada se não quiser - Ele sussura no meu ouvido.

Depois de um tempo eu adormeço em seus braços.

Roman

Ela dormiu em meus braços e eu a pus com cuidado na grama, fiquei algum tempo a vendo dormir até que ouço alguem me chamar, era uma voz grave.

- Roman - Novamente ouço me chamar, olho para os lados e não vejo ninguém até que surge uma névoa negra e se transforma em um homem com um sobretudo marrom claro e um chapéu preto que faz com que eu não veja seu rosto por inteiro.

- Quem é você?

- O que foi filho, não me reconhece mais?

- Hades?

- Essa menina, não a leve até mim, não quero que ela me encontre.

- Por que não?

- Me desobedeça e morrerá.

O homem então some em meio a névoa negra.

- Roman?

- Oi esquentadinha

- Quanto falta para chegarmos?

- Umas 7 horas se corremos e tivermos sorte.

- Tudo bem, vamos dormir.

Anna

Algum tempo depois o vejo dormir, tão calmo e sereno que nem parece um demônio.

Ouvi a conversa que ele teve com Hades, não o deixarei morrer por minha culpa, vou ir embora.

Pego apenas duas das quatro maçãs que sobrou e deixo a adaga de Roman do seu lado, ele pode precisar...

Eu vou encontrar Hades sozinha! Só espero que eu seja forte o suficiente para sobreviver a tudo isso.

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