Engano

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Roman

Acordo cedo como sempre, mas desta vez estou sozinho, onde será que ela foi?

A adaga que eu deixei com ela está aqui do meu lado e duas maçãs sumiram... Isso só pode significar que ela seguiu sem mim!

Que droga, sua idiota você vai acabar morrendo!

Pego então as frutas que estavam enroladas na blusa e minha adaga, coloco a adaga na minha cintura por dentro da minha calça e sigo pelo caminho no qual com certeza ela seguiu, ainda sinto seu cheiro.

Ela deve estar umas 3 horas na minha frente, se eu me esforçar a alcanço antes que ela se encontre com meu pai.

Corro o mais rápido possível sem hesitar, deviando dos galhos, árvores e raízes que se encontram cada vez mais no meu caminho, estou entrando em mata fechada... Assim ficará mais difícil encontra-la.

(Uma hora depois) Sou interrompido dos meus pensamentos por um som que vem mais adiante, é um grito... Que droga é a voz da minha esquentadinha.

- O que houve? - Pergunto já sem fôlego ao chegar até ela.

- Um monstro horrível machucou minha perna! - A esquentadinha está estranha, berrou igual a uma garotinha mimada! Ela não é assim, o que será que ouve?!

- Me deixe ver - Falo já levantando a bainha da calça dela para ver direito o que houve.

Era um corte bem pequeno, não sei o porque de tanto escândalo.

- Está doendo muito! - Ela fica berrando freneticamente, já estou ficando aborrecido.

- Calma, eu cuido disso para você.

- Ain Romanzinho, Você é um amor!

Romanzinho? Que merda está havendo aqui?

Pego-a no colo e a levo até um rio próximo, rasgo a bainha da sua calça jeans e lavo seu ferimento, e adivinha? A guria ficou berrando e esperneando!

- Dá pra calar a boca? - Falo já bastante irritado.

- Poxa Romanzinho eu... - A interrompo.

- Para de me chamar assim, o que deu em você? Acha que só porque te tratei daquele jeito ontem a noite você pode agir feito uma retardada mimadinha? É assim que você realmente é?

Eu esperava um tapa na cara, um chute ou um soco que me jogasse do outro lado do rio, mas ao invés disso ela só olhou para mim e começou a chorar. Que droga, apesar de tudo eu não consigo vê-la chorando.

- Eii, calma... Calma, está tudo bem.

- Romanzinho, me dá um abraço?

Assenti com a cabeça e a abracei. Sinto então uma dor imensa nas costas, eu a empurro e vejo a ultima coisa que eu queria ver... Ela tentou me matar usando minha própria adaga que deve ter tirado de mim sem eu perceber.

- Sua vadia! - Eu berro sem acreditar no que eu estava vendo.

Tiro a adaga da minhas costas e ela se levanta rapidamente.

- Por quê? Por que você fez isso? Eu confiei em você sua vadia!

Ela então sorri de um jeito maligno e diz:

- Confiou porque é um idiota, fala sério Roman... Um idiota feito você acreditaria facilmente em uma garotinha perdida no inferno. - Estou ainda de joelhos no chão a olhando, não consigo me mover de tanta raiva e angústia, eu realmente gostava dela. - Quer saber quem eu sou? Sou mais um dos inúmeros espíritos que procuram uma alma para matar, com a sua eu receberia até um bônus... Você sabe né? Um tempo a mais na Terra.

- Desgraçada! Sua vagabunda, mostre seu rosto!

Ela então se transforma em um espírito de roupas velhas e rasgadas com cabelos lisos até os ombros.

- Vou acabar com você! - Berro enquanto em um só movimento com a adaga arranco a cabeça da desgraçada.

Como ela pôde? Como ela pôde fingir ser minha amiga? Como ela pôde me fazer gostar e proteger ela? Ela só queria a minha alma! Te odeio "esquentadinha". Ao menos matei aquela desgraçada.

Me sento novamente na beira do rio e fico fitando a água, muitas cenas vinham a minha cabeça, a todo momento ela estava lá comigo me fazendo rir e ter os melhores dias da minha vida, por que aquele espírito maldito fez isso comigo? Por que ela brincou com meus sentimentos? Por que ela se fez ser minha amiga?

Estou com os punhos fechados e ainda fitando a água, até que minha visão começa a ficar um pouco embaçada e uma dor imensa atinge meu peito, o que é isso? São... São lagrimas?!

Como assim lagrimas? Meu pai me disse sobre elas, somente pessoas fracas soltam lagrimas - segundo ele- . Eu não sou fraco!

Vou encontrar meu pai, vou dizer a ele que eu aceito o seu treinamento, dizer que aceito ser seu sucessor!

Anna

Estou preocupada com Roman, será que ele já acordou?

Estou correndo a horas e ja comi minha última maçã, estou faminta e com sede.

- Anna, por que você foi embora? - Ouço a voz de Roman.

- Roman? Como você chegou aqui antes de mim?

- Sempre fui mais rápido!

Dou de ombros.

- Você não pode me acompanhar, por favor vá embora. - Falo tentando convence-lo.

- Não vim te acompanhar.

- Ah não? Então o que você veio fazer?

- Acabar com você sua vagabunda.

Me assusto, por que diabos ele está agindo assim?

- Roman, o que está havendo?

- Você é mesmo idiota né? Acreditar em um demônio? - Ele começa a rir freneticamente.

Não sei o que faço, achei que ele fosse meu amigo... Desgraçado.

Vou até ele e lutamos, foi uma briga feia... Socos, chutes e até mesmo mortais, até que finalmente fico sobre ele segurando suas mãos sobre sua cabeça e seu corpo entre minhas pernas.

Lagrimas surgem dos meus olhos e pingam em seu rosto, não posso acreditar que terei de mata-lo.

- Não Anna, não me mate, me perdoa! - Ele fala me olhando nos olhos, estou prestes a liberta-lo quando a ficha finalmente caí... O Roman não sabe meu nome!

- Desgraçado! - Berro enquanto arranco sua cabeça a puxando.

Ele então se transforma em um espírito.

O que está acontecendo aqui? Se um espírito desgraçado queria me matar, por que usar a forma de Roman?

Oi meus amores, pelo que vocês podem ver Roman e Anna foram atacados por espíritos, porém Anna descobriu a farsa e Roman não. Roman odeia a Anna, o que será que irá acontecer se eles voltarem a se encontrar?

Acordo com o DiaboOnde histórias criam vida. Descubra agora