Capítulo 8

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Enquanto conversávamos sobre o quadro, o celular do Ian tocou e ele logo atendeu no segundo toque.

-Fala cara! ...Precisei dar um pulo em casa, não... Não, não quero. Podem ir vocês. .. Tá beleza! Tchau!
-Me desculpe, era meu irmão. . Ian falou.

-Tudo bem, estou aqui te atrapalhando, eu já vou indo.
Falei já pegando minha bolsa.

-Não... por favor fica! Não está me atrapalhando, na verdade você está me salvando. O Augustus está com a prima dele e algumas amigas, líderes de torcida, aí eles querem sair, beber, e levar elas pra conhecer a cidade. Não estava nem um pouco a fim..

-Ah mais é uma grande oportunidade, líderes de torcida. Uau! Falei e sorri.

-Não me atrai nem um pouco, muita bunda e pouco cérebro.

Rimos e fiquei corada novamente, espero que comigo seja ao contrário. Eu não ligo de não ter bunda, pra ter um cérebro decente. O ruim é quando não tem nenhum dos dois.

-Mesmo assim eu acho melhor eu ir, já esta ficando tarde.

-Bom não precisa ir por isso, eu te levo em casa depois.

-Não tudo bem, estou de carro.
E também eu vim com um amigo, preciso acha-lo pra levar ele pra casa também.

-E dirige também. Olha cada vez você me surpreende mais.

Droga e cada vez você me deixa mais vermelha.

Ian disse isso, porque nas ruas de Sullivan, praticamente não se vê mulheres dirigindo, ou por preguiça ou por comodidade. Elas preferem sentar no carona e esperar até chegar no seu destino. Quando eu tinha 12 anos, meu pai me ensinou a dirigir e com 16 tirei minha carteira. Agora só faltava convencer meu pai a comprar um carro pra mim.

-Foi um prazer reve-lo Ian. Falei e estiquei a mão, para um cumprimento formal.

-O prazer foi todo meu Bel... Ian apertou minha mão, e não sei se foi coisa da minha cabeça, mais parece que apertou tempo demais.

Abri a porta e fui em direção as escadas porém Ian me chamou novamente.

-Espera! Me virei e olhei para ele.
-Semana que vem eu vou pra um jogo de futebol, lá na província Central. Como você falou que gosta, errr... quer me acompanhar?

Por dentro eu tava pulando e gritando igual uma louca, maluca. Por fora:

-Ah pode ser!

Trocamos número de telefone,e marcamos de nos encontrar na faculdade na segunda. E eu sai dali mais leve do que uma pena,
desci até a rua que estava rolando o festival, e não foi difícil achar Alfie. Ele estava sentado em um banquinho, ainda conversando com a menina.
Fiquei com pena de interromper, mais se ele quisesse uma carona, eu iria embora agora.

-Oi...parei em frente aos dois que me olharam.

-Ah! Oi Bel. Essa aqui é a Gutemberg. Essa é minha amiga Bel. Alfie falou nos apresentando. Demos dois beijinhos e a menina voltou a se sentar no banco.

-Alfie eu já vou indo. Você vai querer uma carona?
Alfie olhou para a menina, como se não quisesse larga-la. Ela se pronunciou rapidamente.

-Se quiser peço pro meu pai te levar depois Alfie.

-Então, tudo bem.. Boa noite pra vocês. Sai, e deixei os dois sorrindo,Fofinhos..

Cheguei em casa por volta de 23:00. Meu pai ainda estava acordado, óbvio me esperando. Ficou surpreso quando me viu chegando cedo.
Estava na mesa mexendo em alguns papéis.

-Oi, já em casa?

-Oi pai... coloquei as chaves em cima da mesa e me sentei ao seu lado. -É... estava um pouco cansada. O que você está fazendo aí?

-Nada, só fazendo umas contas, mais acho que vou pedir pra Estefânia fazer isso segunda. Estou cansado também.

-Então tá. Boa noite paizinho..
Te amo!

-Eu também. .. e saí para meu quarto, não sei se foi impressão, mais meu pai parecia preocupado, e acho que o motivo tem a ver com aqueles papéis que estavam sobre a mesa.

Esperei uma hora até ele se recolher pro seu quarto e fui até a sala procurar os papéis que ele olhava. Havia uma pasta, aonde meu pai guardava vários documentos importantes.

Procurei pelos papéis e me impressionei pela quantidade de contas que meu pai ainda tinha para pagar, e a maior delas era a que eu imaginava. A minha faculdade.

Me senti mal, por meu pai está atolado em dívidas e a maioria por minha causa. Eu precisava fazer alguma coisa para ajuda-lo.
E por um talvez, pensei em procurar minha mãe e coloca-la contra a parede, para que devolvesse tudo que roubou do meu pai.

Eu não sabia aonde acha-la, mais eu sabia que se ela tivesse viva, e se precisasse, eu a encontraria.

As Voltas Que A Vida DáOnde histórias criam vida. Descubra agora