Minha aflição de tornou maior, quando vi que Ian não estava ali, me sentei em uma cadeira vazia, e olhei para as pessoas que estavam presas ali comigo, além de minha mãe e minha irmã, havia vários empregados do Castelo, todos com olhares desesperados e tristes.
Tinha muitos anos que não havia uma invasão no Castelo, desde que o rei Eric ainda era um bebê. as coisas em sullivan estavam em paz, pelo menos aparentemente, não havia brigas e quando algo saia dos eixos, rapidamente a guarda Imperial conseguia resolver. porém agora vimos que eles relaxaram, e os rebeldes conseguiram entrar.
Quando eu vim no Castelo a primeira vez, vi que não é fácil o acesso até aqui dentro. O castelo e rodeado por muros gigantescos, e antes de chegar no porta de entrada, há duas portarias com seguranças e um jardim quilometrico. Ou seja, eles tiveram ajuda para invadir, ou foram muito espertos ao conseguir render tantos guardas.
Embora eu concordasse em partes com os rebeldes, (acho que não poderiam nem ser chamados assim), já que pessoas que lutam contra aquilo que não está certo são chamados de inconformados. É um termo melhor...
Existia muita coisa errada na nossa pequena cidade, não havia escolas primárias de qualidade, só as particulares, os hospitais eram a pior parte, a população morria na espera da longa fila de atendimento, não existia saneamento básico e nem moradias de qualidade.
Eu sabia que não era justo que as pessoas vivessem abaixo da linha da pobreza, enquanto a família real esbanjava o dinheiro com futilidades.
O dinheiro que vinha da principal fonte de Sullivan, que era a extração de minérios do solo, e da exportação de alimentos raros, que só encontravam aqui..Ouvimos um barulho vindo do lado de fora ,que pareciam tiros, e os gritos aqui dentro ficaram mais altos e mais assustados, me levantei e pedi para que todos ficassem em silêncio, se descobrissem nosso esconderijo seria ainda pior.
As pessoas foram se acalmando, e ouvimos vozes vindo do lado de fora, só não sabíamos ao certo de quem pertencia.
Na minha cabeça pensava em Ian, e aonde ele estaria, será que estava bem? Seguro? Porque ele quis ficar lá fora? Sera que estava ajudando?As horas passaram, mais lentamente do que o normal, estávamos com pouco suprimentos dentro do esconderijo, e deveríamos economizar, porque não sabíamos quanto tempo ainda ficaríamos presos aqui...
Contei mentalmente a quantidade de pessoas, e vi que tinha 53 adultos e 14 crianças escondidas ali, me preocupei quando vi que só havíamos água e alguns enlatados estocados no porão. .
-Surya, o que vamos fazer? O tempo está passando, e não temos alimentos para todos... perguntei e ela deu uma conferida nos alimentos que estavam ali.
-Precisamos economizar ao máximo, não sabemos quanto tempo vamos ficar aqui... ela respondeu.
-Sei disso. Mais como vamos alimentar os que já aqui estão? a comida que está aqui, só dá para metade das pessoas. Só se eu... pensei em algo que poderia dar certo, seria muito arriscado, mais poderia funcionar.
-Eu poderia sair do abrigo, e buscar alimentos na dispensa, que não fica muito longe daqui... Falei para Surya.
-Não Bélgica. Isso poder ser muito perigoso, você pode ser vista... ela respondeu.
-Não temos outra escolha... temos que ser rápidas, não há outra saída.
Falei, e ela respirou derrotada, e depois de eu lhe contar o que havia em mente, ela explicou para o resto das pessoas que estavam ali, a maioria mulheres. Os pouco homens que tinha ali, eram adolescentes.
Então fizemos. duas mulheres ficaram vigiando o corredor, enquanto eu iria correndo até a dispensa. Os corredores eram longos, e se vissem alguém chegando de longe, dava tempo de avisar e voltar para o esconderijo, só precisávamos contar com a sorte de nenhum rebelde nos ver...
Após o sinal de liberação, fui até a dispensa para buscar o máximo de alimentos que pude, peguei alimentos prontos, frutas e legumes que eram fáceis de comer... enchi uma caixa de papel grande e coloquei no corredor, e uma mulher foi levando até o esconderijo, consegui encher mais uma e de repente escutei um barulho vindo de trás da parede, parei o que estava fazendo e fiquei calada, tentei andar devagar e achar um lugar seguro para me esconder.
Quando passei por um dos corredores da dispensa, vi pequenos pezinhos sentados no chão encolhidos, olhei mais de perto e vi que eram os gêmeos e príncipes Kelvin e Dionn. Fui até eles que estavam assustados, achando que eu fosse algum inimigo, e me abraçaram apertado quando viram que era eu... senti aliviada de saber que os dois estavam bem, agora só precisava tira-los dali com segurança.
Os levei até a porta, e pedi para que alguém os levassem até o esconderijo. E voltei para a dispensa buscar mais alimentos, depois que achei que já estava suficiente empurrei a caixa até o início da o porta, e sai achando que estava tudo seguro, olhei para os lados e vi o corredor vazio, pensei que as mulheres estavam voltando para me ajudar com a última caixa, porém ao sair empurrando a caixa de alimentos, trombei com uma pessoa e minha barriga gelou quando olhei para cima e vi que eram dois homens grandes, que pelo modo de vestir, imaginei que fossem os rebeldes.
Eles olharam pelo meu corpo e sorriram perversamente. .-Ora, ora, ora o que encontramos aqui... Parece que o Finn vai gostar de ver isso... um deles falou e outro pegou em meu braço me levantando e olhando para mim, bem de perto, depois me levou, pelos corredores, para algum lugar que eu não sabia aonde era...
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As Voltas Que A Vida Dá
RomanceBélgica Abranches é uma menina pobre e sonhadora, que sempre luta por um destino melhor. Quando seu maior sonho se realiza, estudar advocacia, na melhor univerdade de sua cidade, Bélgica conhece Ian, um homem cheio de mistérios e segredos. Mais ao...