Capitulo 17

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Um clima de mistério ficou no ar, e pude ver que sim, eles se conheciam e não era de hoje. Minha mãe me olhou extremamente sem jeito, e saiu de cabeça baixa, olhei para Selin e ele estava em transe, parado ainda olhando agora para o nada. interrompi seus pensamentos.

-Minha mãe te conhece? Ele ouviu a minha voz e também ficou muito sem graça.

-Aonde minha filha está? Continuou mudando de assunto.

O levei para o ambulatório, sem fazer mais perguntas, não era ele que deveria me dar explicações.
Ele entrou na sala, e viu Bel deitada, e ficou muito comovido, se ajoelhou ao seu lado, e chorou por um tempo. Eu saí e o deixei sozinho na sala, e fui falar com os médicos.

-Todos já começaram a doar sangue?

-Sim, já temos bastante pessoas.
Fiquei bem feliz, e sorri. -Porém...
o médico continuou.

-Ainda não achamos ninguém compatível. Meu sorriso se desfez, não acreditava, pelo menos metade das pessoas do palácio já tinham doado, e ainda não haviam achado o mesmo sangue da Bel.

-Vou falar com todos que doem o mais rápido possível. Entrei de novo no ambulatório, para dar as notícias a Selin.

-Os médicos disseram que ainda não encontraram o sangue compatível com o dela, O senhor não tem o mesmo sangue?

-Infelizmente não. Ele chorou..
Consolei e o acalmei.

-Eu vou até a faculdade, vou conseguir o máximo de pessoas para doarem, fique tranqüilo.

E saí, eu sabia que na faculdade muitas pessoas iriam querer ajudar, visto que era um príncipe que estava pedindo, pelo menos uma coisa boa de ser da familia real é isso, quando você precisa, você consegue. Ninguém nunca diz não para a família real.

Comecei a mobilizar pessoas, que eu conhecia, e pedi para avisarem as pessoas e que postassem nas redes sociais. Ela precisava do sangue muito urgente.
Passei o dia resolvendo isso, e fiquei fora do palácio para conseguir trazer doadores para ela. De vez em quando eu ligava para lá, para saber das novidades, mais ainda eram as mesmas.

Meu coração ficava cada vez mais em pedaços, eu nunca me perdoaria se acontecesse algo a Bel. Ela só estava assim por minha culpa, por minha incapacidade de ter um plano decente. Se algo acontecesse a ela, por minha causa eu não aguentaria levar toda essa culpa comigo. Jamais..

Comecei a correr contra o tempo, quanto mais pessoas eu conseguia para doarem, mais animado eu ficava, porém quando eu ligava para o palácio, nenhuma das notícias me agradavam. Ainda não haviam achado o sangue compatível.

Anoiteceu, havia ligado a 5 min para minha mãe e ainda não tinha boas notícias, então fui até meu apartamento trocar de roupa, e me preparar para mais uma noite em claro.

Cheguei em casa, tomei um banho, tentando tirar a tensão que pairava sobre meus músculos e vi que eu estava com fome, com toda essa correria do dia, eu não havia simplesmente comido nada. E agora o corpo começava a dar sinais de fraqueza. Saí do banho, e coloquei uma roupa confortável. Fui até a minha geladeira e vi que tinha alguns congelados, usei o microondas e devorei, rapidamente. Sentado em frente a TV, as notícias não eram boas, além de estarem anunciando sobre os rebeldes, disseram que Bel estava precisando de sangue, o que me agradou, porque quanto mais pessoas soubessem melhor.
porém não disseram os verdadeiros motivos de ela está naquela situação.

Contaram que os rebeldes sequestraram nosso carro, e que o príncipe Ian, a salvou de um ataque. Me colocaram como um herói, sendo que não foi bem assim. Fiquei um pouco constrangido, aquilo com certeza foi coisa do meu pai, ele não iria deixar sujar o nome da familia jamais.

Terminei de comer, e coloquei o prato sobre a mesinha de centro, e logo senti meus olhos pesarem, e dormi. quando percebi já era de manhã, não acreditei quando olhei na janela e vi que o dia tinha amanhecido e eu simplesmente não sabia nada sobre Bel. Me senti um idiota, irresponsável por deixar o sono me vencer.

Me levantei correndo, escovei os dentes e corri para o palácio, eu esperava ter boas noticias assim que chegasse lá.
Cheguei nos grandes portões, e vi muitos carros de repórteres parados, quando eles viram meu carro, quase não me deixaram entrar, implorando para que eu desse uma entrevista.
Fiz que não, e entrei dentro do castelo. Não queria ter que mentir, falando que eu salvei a Bel e etc... Era ridícula toda essa história.

Estacionei meu carro e vi de longe a família real, o Rei Eric, a Rainha Tilly, e os gêmeos, posando para fotos no jardim, geralmente eles só faziam isso quando havia grande eventos na cidade, e eles queriam aparecer.

Achei estranho e continuei meu caminho, quando cheguei no corredor, vi que tinha uma fila de repórteres gigantescas na porta do ambulatório, e que seria impossível eu conseguir passar por eles sem ser visto. Porém não entendia todo alvoroço, não sabia o que estava acontecendo.
Dei meia volta e voltei pelo outro caminho, vi um criado no corredor que iria para os quartos e o chamei.
Ele se ajoelhou quando me viu, coisa que todos deveriam fazer na presença dos nobres.

Pedi que ele se levantasse e perguntei. -O que está acontecendo, porque todos esses repórteres?

-Alteza o senhor ainda não ficou sabendo? Ele falou explodindo de alegria.

-Não, o que aconteceu? Respondi.

-Eles capturaram os rebeldes ontem a noite, já estão presos no palácio.
Ah então era isso.. Abaixei os ombros fracassado.

-Ah e também a menina está bem. Ele falou normalmente...

Peguei em seu ombro e lhe balancei com força.

-Como assim está bem? O que aconteceu?.. Gritei, feliz.
Ele arregalou os olhos assustados e tratou logo de passar a notícia correta.

-Ontem a noite, acharam o sangue compatível, e fizeram a transfusão. E hoje de manhã ela acordou.

Coloquei minha mão sobre a cabeça explodindo de alegria, soltei o criado, e fui correndo até o outro lado que também levava ao ambulatório e estaria mais vazio.
Porém quando passei pelo quarto dos meus pais, vi minha mãe deitada na cama ainda dormindo, achei muito estranho, e abri a porta.

Havia duas criadas vigiando seu sono, quando elas me viram se assustaram e se ajoelharam.

-Ela está bem? Sussurrei, baixinho. Elas abriram a boca para me responder, mais minha mãe ouviu a minha voz e me chamou.

-Oi querido... Ela falou um pouco fraca.

-Oi mãe, me sentei ao lado de sua cama. Tá tudo bem? Você está doente?
Não era comum ver minha mãe deitada as 9 da manhã, então logo imaginei que não estava bem.

-Estou bem, o médico pediu para mim descansar um pouco só isso. Respondeu

-Mais porque mãe, você se sentiu mal? Perguntei fazendo um carinho em seu braço.

Minha mãe franziu os olhos, parecendo não entender minha surpresa ao vê-la assim.

-Foi sua mãe que doou o sangue para a menina Bel.

Uma das criadas falou, e eu me surpreendi...

As Voltas Que A Vida DáOnde histórias criam vida. Descubra agora