capítulo 28

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2 meses depois...

Acordei me sentindo estranha, minha boca estava seca, e por mais que eu quisesse abrir meus olhos não conseguia, o cansaço predominava meu corpo,e minhas pernas não conseguiam obedecer os comandos do meu cérebro.

Aquele mês havia sido o pior da minha vida, vários problemas, que levaram a mais problemas, mais talvez o pior deles tenha sido a morte do meu pai, 1 mês depois que descobriu o câncer.
Meu pai não quis tentar nenhum tratamento alternativo, ele se entregou. Disse que o máximo que conseguiria era adiar o inevitável, a morte havia chegado para ele. Tentei convence-lo, chorei, gritei, mais não adiantou, ele já estava decidido a não lutar.

Ao invés disso, me fez prometer que perdoaria minha mãe,ele falou que todos esses anos de distância, foram mais culpa dele do que dela, ela queria uma chance de me reconquistar, porém ele nunca deixou isso acontecer.

Ele viajou, fomos até o seu país de origem, a Bélgica. Estefânia nos acompanhou, e os dois tiveram momentos únicos, fiquei feliz de ver que ela estava com ele até o final.

Meu pai morreu feliz, em uma manhã de sol, chegamos no quarto em que estávamos hospedados na casa da Estefânia, e ele já havia morrido, não sei se morreu com dor, coisa que ele sentia o tempo todo. Porém morreu com um olhar sereno e calmo.

Logo após isso, me mudei para o Palácio morar com a minha mãe, ela ainda era uma estranha para mim, mais aos poucos um sentimento ia crescendo no meu coração.
Ela me tratava bem, tentamos nos aproximar, formar um elo inexistente, um dia fizemos bolo de chocolate juntas, e no outro fomos até a praia e fizemos um piquenique, descobri muitas coisas dela, e ela também de mim...

Não superava todos os anos de ausência claro, mais estávamos no caminho para pelo menos tentar preencher o vazio de mãe que estava em meu coração.

-Bom dia... Joana minha criada entrou no meu quarto, e puxou as cortinas da janela, fazendo a claridade entrar nos meus olhos.

Ela me ajudava em tudo relacionado ao Palácio. No início achei um pouco de exagero, me darem uma criada, mais depois vi que era necessário, quando eu me perdia pelos corredores do Castelo, ou quando eu chegava atrasada para o jantar, e tinha que comer na cozinha.

O castelo era coberto de regras, horários e etc... lá tudo era luxuoso, e um simples café da manhã parecia uma festa de gala. Então uma criada me ajudava bastante a me encaixar. Nada ali tinha a ver comigo, tudo era diferente do meu mundo, toda vez que encontrávamos o rei a rainha, ou os gêmeos, deveríamos nos curvar em reverência, era irritante.

-Bom dia! respondi atravessado. Ali tambem tínhamos hora para acordar.

-Olha quem estava na porta esperando você acordar? Joana falou, e minha irmãzinha Colinne apareceu.

A melhor coisa dali, era ela. Era linda, fofa e havia se apegado muito a mim, praticamente passávamos os dias inteiros juntas, porque ela queria me acompanhar até no banheiro. E eu sempre deixava, porque ela nunca teve uma irmã. Tudo era muito novo pra ela.

-Bom dia Colinne... falei enquanto ela subia na minha cama para me dar um abraço apertado.

-Vamos brincar? Ela perguntou toda animada, meu ânimo não era para brincadeira essa manhã.

-Vamos, mais agora não. .. Eu vou pra faculdade hoje.
Estava há dois meses sem ir pra faculdade, agora eu iria precisar de muito mais tempo livre para conseguir colocar minhas aulas em dia. Pelo menos agora dinheiro não era o problema, já que minha mãe que pagava meus estudos.

-Bom dia querida... escutei ela entrando pela porta.. -Vai para faculdade mesmo? Não precisa ir se não quiser...

Eu sabia que não precisava ir, mais eu queria ir... já estava sentindo falta de minhas aulas...

As Voltas Que A Vida DáOnde histórias criam vida. Descubra agora