Cheguei em casa, com meu coração sangrando, não acreditava que aquele nojento, queria fazer comigo. Entrei na minha casa correndo, e meu pai não me viu, me tranquei no meu quarto e chorei muito. Meu telefone começou a tocar, e eu vi que era Ian. Deixei tocar, porque não queria falar com ele agora.
Entrei no chuveiro e tomei um longo banho, estava me sentindo suja, e só queria que todas as impressões que ela havia deixado em mim, corresse com a água.
Logo ouvi meu pai batendo na porta, abafei o choro, e tentei parecer normal.-Filha é você? Ele perguntou detrás da porta.
-Sou eu pai. Respondi simplesmente.
-Está tudo bem? voltou tão cedo?
-Está, minha cabeça estava doendo. Menti, e ele pareceu acreditar, não havendo motivos para desconfiar.
-E a Pitty? Onde está?
-Ela quis ficar... terminei o assunto por ali, me doía muito mentir para meu pai, mais eu jamais contaria o que realmente aconteceu. Primeiro porque eu morreria de vergonha, e segundo, porque como meu pai é iria querer surrar o Dylan. O que seria muito merecido.
Saí do chuveiro e troquei de roupa, colocando uma blusa larga e um short fininho. Prendi meu cabelo de qualquer jeito, e me deitei na cama, me cobrindo, preparada para chorar a noite inteira de fosse preciso.
Logo ouvi batidas na porta outra vez.-Filha o Ian está aqui. Meu pai falou.
Nem mexi da cama, não sabia como iria encara-lo. Não conseguiria encara-lo. Não que eu tivesse qualquer culpa nessa história, mais como contar que seu melhor amigo, quase me violentou? Aliás pela segunda vez... eu estava arrasada, jamais pensei, que Dylan pudesse ter nutrido qualquer tipo de sentimento por mim. Eu nunca lhe dei nenhum tipo de esperança, aliás as poucas vezes que conversamos, só trocamos farpas. Talvez ele seja aquele tipo de pessoa sadomasoquista que gosta de sofrer, porque ao meu lado, era só o que ele tinha, e só o que teria.
Me arrastei para fora das cobertas e consegui ficar de pé com muito custo, mesmo eu não querendo.
Fui até a porta do meu quarto e a destranquei.-Oi... tá tudo bem? Ian perguntou encostado somente com uma mão na porta, seu olhar era de muita preocupação, e o meu? Bom era de muito choro.
É lógico que ele percebeu, como não perceber que uma pessoa Branca como eu, perdeu 50% de água do seu corpo pelos olhos? Era assim que estava me sentindo, até fraca de tanto chorar.-Não. Falei bem firme e abri espaço para ele entrar fechando a porta atrás de mim, na hora que entrei tão depressa não havia reparado que meu pai não estava sozinho, ao fechar a porta vi na sala, uma cama meio arrumada com travesseiros e a TV ligada a meia luz e pude ter certeza, meu pai estava tendo um momento romântico com Estefânia, me senti agora pior, por ter feito isso acabar.
-Mais você está bem? Passou mal? Perguntou chegando perto de mim, e passando a mão no meu rosto, me esquivei e me sentei na cama, se eu demorasse muito, talvez perdesse a coragem de contar o que Dylan fez.
-Não estou bem Ian, e devo isso ao Dylan. Foi a forma que encontrei para coloca-lo na conversa, agora não teria mais volta, ele saberia a verdade.
-Dylan, o que ele fez? Ele se sentou do meu lado na cama, pegando na minha mão.
Tirei a minha mão das suas, e as juntei uma entre a outra, fiquei constrangida, mais era para mim falar logo.
-Ele me agarrou de novo. Falei abaixando a cabeça...
-Como é? Não acredito. Ele se levantou furioso.
-Ele me encontrou enquanto estava no banheiro, e me ameaçou, disse que eu teria que dormir com ele, ou ele acabava com meu pai...
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As Voltas Que A Vida Dá
RomanceBélgica Abranches é uma menina pobre e sonhadora, que sempre luta por um destino melhor. Quando seu maior sonho se realiza, estudar advocacia, na melhor univerdade de sua cidade, Bélgica conhece Ian, um homem cheio de mistérios e segredos. Mais ao...