Capítulo 20

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-Mãe pelo amor de Deus.. o que você está dizendo? Ian perguntou..

-Ian, ela é minha filha... ela respondeu com certeza. Mais eu sempre zelei por ela, e não teve um minuto da minha vida em que eu não tenha a Amado.

A interrompi e me levantei devarzinho,..

-Amou? Você nunca, jamais ligou pra mim, meu pai me criou sozinho.
Você esse tempo todo perto de nós, e nem pra aparecer,mandar uma carta, um email... e eu sei o porquê, você roubou todo o dinheiro do meu pai, nos deixando na pior. Nunca se importou comigo. Que tipo de monstro é Você?

Gritei furiosa, essas palavras sempre ficaram presas em minha garganta, desde que comecei a ter noção de que minha mãe nunca voltaria pra casa.

Quando eu era criança, ficava imaginando que ela iria aparecer na porta a qualquer hora, e que no Natal, levaria uma presente para mim.
Eu chorava baixinho de madrugada, lembrando que na escola haveria uma festa para as mães e ela não estaria lá. Porque escolheu não está.

-Por favor Bélgica, me deixa explicar... Ela pediu com clemência, quase que se ajoelhado...

-Você não deveria nem ter vindo aqui, eu não quero saber de suas explicações... estava me sentindo abandonada, desamparada.. como uma mãe consegue abandonar a filha assim? Ela não era humana... comecei a chorar, e entre soluços, Ian veio em minha direção e me abraçou, e aí que tive coragem pra pensar na dúvida que me assombrava.

Se Surya era mãe do Ian, e também minha mãe, eu poderia ser irmã dele, e então acabamos de cometer um pecado horrível...
Olhei para Ian e fiquei encarando seu rosto abismada, eu tinha medo de fazer essa pergunta, e acabar ouvindo a resposta que eu não queria.

Porque tudo estava muito claro.. comecei a sentir nojo dessa situação toda, e meu estômago, já dava sinal de querer jogar todo o meu jantar pra fora.

Porque deixei me envolver com uma pessoa que eu não conhecia? , porque me entreguei a esse amor sem pensar nas consequências?

Ian, me olhou preocupado, e percebeu que eu estava começando a ficar sem ar. Me sentei para conseguir, tomar fôlego e pronunciar aquilo que eu precisava saber.
- Ian, você é meu irmão? Levei a mão na boca desesperada. Surya também olhou para Ian, esperando que ele desse a resposta, ele sorriu um pouco aliviado.

-Calma Bel... Ela não é minha mãe de verdade... quando ela casou com meu pai, minha mãe já tinha morrido, e ela que me criou, eu tinha apenas 3 anos. uma onda enorme de alívio, percorreu meu corpo, como eu reagiria sabendo que transei com meu próprio irmão? E mais, eu o amava, isso seria o fim da minha vida... tenho certeza.

Me sentei novamente, jogando meu corpo sobre o sofá que estava no meu quarto. E aí comecei a refletir sobre o que ele disse, ela saiu de casa e deixou a filha, e ainda assim criou Ian, que parecia ama-la, mesmo não sendo sua mãe verdadeira.

-Quer dizer, que preferiu criar um estranho, do que sua própria filha? Falei..

-Não Bélgica, não foi assim... meu casamento já não estava bem, e seu pai não queria me dar o divórcio, então eu me apaixonei pelo Assange, o pai do Ian, e resolvi que iria sair de casa.

Mais eu disse para seu pai que eu te levaria... eu ia te levar.. eu juro meu amor.. Ela chorava muito.
Mais seu pai não deixou, ele ficou com ciúmes de mim, e não deixou eu te levar, eu ia te visitar, ligava pra você, mais seu pai não deixava eu te ver... ele nunca deixou, dizia que eu preferi outro Homem mais eu nunca te troquei, Bélgica.. eu nunca te esqueci...

-Você está mentindo. Gritei furiosa.
Você roubou o dinheiro do meu pai e fugiu, eu sei disso, resolvi estudar advocacia porque passei a vida inteira ouvindo meu pai contar essa história pra mim.

As Voltas Que A Vida DáOnde histórias criam vida. Descubra agora